Newsletter
Receba novidades, direto no seu email.
Assinar
Varejo
...
Por Redação
15 de dezembro de 2023

Supermercados paulistas registram inflação de 0,74% em novembro

A inflação fecha o ano em 0,85%, menor patamar desde 2017

O Índice de Preços dos Supermercados (IPS), calculado pela Associação Paulista de Supermercados (APAS) em parceria com a Fipe, registrou inflação de 0,74% em novembro, motivado pelo aumento de preços dos produtos in natura (6,84%), semielaborados (1,06%) e bebidas alcoólicas (0,44%). Por outro lado, os produtos industrializados (-0,15%), as bebidas não alcoólicas (-0,84%), os artigos de higiene (-0,37%) e de higiene e beleza (-0,20%) registraram queda e impediram que o indicador aferisse alta ainda maior no mês.

O resultado do IPS de novembro apresentou aceleração tanto em relação ao mês anterior quanto ao mesmo período de 2022, quando as variações foram de 0,46% e 0,30%, respectivamente, resultando em inflação acumulada de 0,82% em 12 meses (mesmo com a aceleração de novembro).

“Nós já projetávamos aceleração inflacionária durante o último bimestre do ano. Com o resultado de novembro, reafirmamos o cenário projetado para o encerramento de 2023, com inflação encerrando o ano em 0,85%, menor patamar desde 2017”, comenta Felipe Queiroz, economista-chefe da APAS.

Já para o próximo ano, a APAS projeta que a inflação acelere e encerre o ano em 4,5%. O cenário projetado pela APAS considera os fatores provenientes do cenário externo e das alterações climáticas sobre o comportamento dos preços:

Os produtos in natura aumentaram 6,84% em novembro, puxados pela alta dos preços dos tubérculos e das verduras, que inflacionaram 22,05% e 11,55% no mês, respectivamente. As frutas (1,72%) e os legumes (3,26%) também registraram alta no mês. Com a variação aferida no mês, os produtos in natura acumulam alta de 3,75% no ano e 5,37% em 12 meses.

Em novembro, a carne bovina inflacionou 1,43%. A alta no período já era esperada pela APAS e fora comunicada, inclusive, em notas técnicas anteriores. Entre os cortes bovinos, as principias altas foram da fraldinha (6,47%) e do coxão duro (5,29%). Já os cortes menos nobres, como lagarto e músculo deflacionaram no mês, ao variarem -1,5% e 0,2%, respectivamente.

“Mesmo com o aumento registrado no bimestre outubro-novembro, o preço da carne bovina ao consumidor paulista no final de 2023 ainda está mais de 10% abaixo do registrado no mesmo período do ano anterior. Portanto, nas festas de final de 2023, o consumidor final terá um ganho de poder de compra, especialmente no churrasco, dado que cortes bovinos como, por exemplo, picanha e contrafilé, registram deflação de 13,5% e 12,7%, no acumulado em 12 meses”, diz Queiroz.

O preço da carne suína seguiu o mesmo comportamento da carne bovina em novembro, com alta na ponta da curva (0,46%) e deflação tanto no acumulado do ano (-6,25%) quanto em 12 meses (-2,49%).

As aves também inflacionaram em novembro (2,38%), motivado pela alta de 2,27% no preço do quilo do frango e 5,36% no preço do peru. Vale enfatizar que a alta no preço do peru é sazonal, decorrente das festas de final de ano. Ao longo de 2023, o preço do peru apresentou sucessivas quedas, no entanto, não foram suficientes ao ponto de neutralizar a alta dos últimos 12 meses. Mesmo com a alta do último mês, o preço do peru acumula deflação de 4,55%. Porém, no acumulado em 12 meses, a alta é de 36,47%. Comportamento diferente apresentou o preço do frango ao consumidor final, que tanto em no ano (-10,88%) quanto em 12 meses (-11,79%) acumula deflação.

Já entre os pescados, a variação foi de 0,76% em novembro, motivado pela alta do camarão (2,40%) e da merluza (1,57%). Em sentido oposto, a redução do preço da corvina (-2,12%) e do cação (-1,18%) impediram alta maior dentro da subcategoria. No acumulado do ano, a subcategoria apresenta leve alta (0,58%) e em 12 meses a variação é de 1,86%.

O preço do leite ao consumidor final paulista mantém pelo sexto mês consecutivo queda. Com o resultado de novembro (-0,62%), o preço do leite acumula deflação de 5,92% e 10,21%, no ano e em doze meses, respectivamente. A manutenção da queda do preço do leite tem produzido efeito em cadeia, com queda nos preços dos produtos industrializados derivados de leite.

A subcategoria de cereais apresenta pelo segundo mês consecutivo alta nos preços – variação de 1,53% em novembro –, impulsionada pela alta de 2,91% no preço do arroz. Em sentido oposto, feijão (-2,03%) e milho (-0,72%) impediram alta ainda maior no indicador. Com o resultado de novembro, a subcategoria acumula inflação de 1,89% no ano e 7,45% em doze meses.

A categoria de produtos industrializados apresentou deflação de 0,15% em novembro. Com esse resultado, a inflação da categoria desacelerou para 0,54% no acumulado do ano e 1,29% em doze meses. O resultado do mês é fruto da redução de preços das seguintes subcategorias: café, achocolatados em pó e chás (-1,04%), derivados de carne (-0,92%), biscoitos e salgadinhos (-0,52%), derivados de leite (-0,38%), massas, farinhas e féculas (-0,38%), doces (-0,22%), enlatados e conservas (-0,12%).

A subcategoria de bebidas deflacionou 0,39% em novembro, decorrente da queda de preços das bebidas não alcoólicas (-0,84%) e da alta da bebida alcoólica (0,44%). A redução do preço da subcategoria de bebidas alcoólica foi resultado, sobretudo, da queda no preço dos refrigerantes (-1,73%). Até mesmo a água mineral, que durantes os meses anteriores registrou sucessivas altas, em novembro deflacionou (-0,32%).

As categorias de artigos de limpeza e produtos de higiene e beleza apresentaram deflação de -0,37% e -0,20% em novembro. Com o resultado do último mês a categoria de artigos de limpeza apresenta estabilidade no ano e alta de 1,89% em doze meses. O gráfico a seguir apresenta a tendência de médio e longo prazo das duas categorias, indicando rápida e consistente desaceleração. A queda no preço das duas categorias aferida no período é decorrente tanto da redução do preço dos insumos produzidos internamente, quanto da redução da taxa de câmbio, que produz efeito direto sobre os custos tanto de importação quanto de produção.

Deixe seu comentário