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Consumo
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Por Vitor Garcia
5 de outubro de 2022

Brasileiro deixou de comprar carne bovina e frutas para se alimentar com itens industrializados

Levantamento realizado pela Neogrid constata mudança de hábitos dos clientes nos supermercados

Entre janeiro e junho deste ano, a alta nos preços atingiu a cesta de proteína dos brasileiros, motivando a substituição de alguns alimentos ou marcas durante as compras no varejo e no atacarejo. Essa tendência foi observada, principalmente, na troca da carne bovina por outros produtos, como ovos, linguiça, carne suína e frango, de acordo com dados da pesquisa "Panorama do Consumidor", elaborada pela Neogrid, empresa especializada em soluções para a gestão da cadeia de suprimento.

No primeiro semestre deste ano a presença de ovos no carrinho representava 6,9% diante de 4,3% em 2021. O frango, em 2022, esteve presente em 12,6% dos carrinhos, um aumento de 2 pontos percentuais quando comparado com os seis primeiros meses do ano passado.  A carne suína esteve presente em 3,5%  dos carrinhos em 2022 e 2,8% em 2021.

Outro dado relevante a respeito do comportamento do consumidor é o aumento da presença de produtos industrializados nos carrinhos de compra, de 77,8% no 1º trimestre de 2021 para 81,3% no mesmo período deste ano, frente à diminuição da incidência dos itens da categoria hortifrúti, de 42,2% a 39,3%. De acordo com a Neogrid, isso pode ter ocorrido em função do aumento de preços desses produtos e pela redução de refeições feitas em casa, no contexto de arrefecimento da pandemia.

A análise de dados indicou que as categorias que mais perdem incidência nos carrinhos e reduzem a média de itens comprados tendem a apresentar aumento de preços. É o caso das frutas, cujos preços subiram 29,8%, dos legumes, que registraram acréscimo de 48,9% no valor, e das verduras, com preços 11,2% mais caros.

Outros dados mapeados pelo estudo apontam que, forçado pela alta dos preços, o brasileiro aumentou em 27% o ticket médio gasto nos supermercados, na comparação entre a média do primeiro semestre de 2022 e a do mesmo período de 2021. De um valor médio desembolsado de R$ 65,47, passou-se a R$ 83,12. Além disso, houve aumento de 1,34 pontos percentuais na média de produtos que os consumidores levaram no carrinho no cotejamento. No primeiro semestre de 2021, havia, em média, 11,44 itens no carrinho. Já no semestre passado, essa razão era equivalente a 12,78 itens.

Sob a perspectiva das redes de supermercados, mercados e atacarejos, o resultado mais impactante do estudo é o registro dos menores índices de estoques em dois anos no 1º semestre de 2022. A média de ruptura captada pela Neogrid chegou a 11,2% - 0,2 pontos percentuais a mais que o mesmo período de 2021.

O diretor de Customer Success da Neogrid, Robson Munhoz, considera que ?os dados analisados para o Panorama do Consumo e a perspectiva de analistas financeiros demonstram que os próximos meses vão continuar exigindo resiliência e a adoção de estratégias de negócio mais inteligentes, pautadas pelo ritmo do consumo?.

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