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Economia
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Por Redação
1 de outubro de 2025

Alimentação e bebidas apresentaram variação nos preços em agosto

As categorias que oscilaram fora produtos in natura, semielaborados, bebidas alcoólicas, produtos industrializados e bebidas não alcóolicas

O Índice de Preços dos Supermercados (IPS), calculado pela APAS em parceria com a Fipe, ficou praticamente estável em agosto de 2025 (0,05%), após queda de 0,49% observada no mês anterior. No acumulado do ano, o índice aponta alta de 2,73%, e em 12 meses, 6,77%.

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A categoria de alimentação e bebidas apresentou variação de -0,04% nos preços, entre os subgrupos dessa categoria estão: produtos in natura (-1,4%), semielaborados (-0,7%), bebidas alcoólicas (0,7%), produtos industrializados (0,5%) e bebidas não alcoólicas (0,5%). As categorias de artigos de limpeza e artigos de beleza apresentaram aumento de 0,55% e 0,48% nos preços, respectivamente.

Semielaborados

Os preços dos produtos da categoria de semielaborados recuaram 0,7% em agosto, após queda de 1,2% observada em julho. No acumulado do ano, a categoria apresenta deflação de 3,3%. Analisando a categoria dos produtos Semielaborados no mês de agosto, todos os grandes grupos de proteínas animais apresentaram redução nos preços, com exceção da carne suína.

O preço da carne bovina ao consumidor final recuou 0,59% no mês de agosto, após baixa de 0,59% no mês de julho. Os principais cortes responsáveis pela redução no preço da carne bovina foram o acém (-3,9%), o colchão mole (-3,6%) e o braço (-3,1%).

As vendas de carne bovina desaceleraram na última semana do mês, em meio a uma maior oferta interna do produto. Além disso, o varejo adotou estratégias comerciais para estimular o consumo e escoar os estoques.

Em agosto de 2025, as carnes suínas registraram inflação de 1,1%. O preço do lombo com osso, da costela suína e do pernil com osso apresentaram aumentos de 1,81%, 0,83% e 0,64% nos preços, respectivamente.

A subcategoria de aves registrou deflação de 0,16% no mês de agosto, em decorrência da diminuição de 0,17% nos preços do frango.

O preço do frango está em queda desde o aparecimento dos casos de influenza aviária de alta patogenicidade (gripe aviária) registrados no Rio Grande do Sul.

A subcategoria de pescados, apresentou deflação de 0,23% em agosto. A queda no índice foi decorrente, principalmente, da redução no preço da sardinha, que recuou 3,57% no mês.

Leite

A subcategoria de lácteos apresentou queda de 0,59% nos preços em agosto de 2025, após aumento de 0,40% observada no mês anterior. A variação observada em agosto foi impulsionada, principalmente, pela redução no preço do leite longa vida (-0,59%), a categoria de leite mais consumida no Brasil.

Cereais

Em agosto de 2025, os preços da subcategoria de cereais recuaram 2,3%, mantendo a tendência de queda observada desde o segundo trimestre de 2024. Nesse caso, ocorreram reduções nos preços de todos os produtos da subcategoria, exceto milho (0,86%).

Industrializados

Os produtos industrializados apresentaram inflação de 0,55% no mês de agosto. Dentre os subgrupos de produtos industrializados, doces (1,5%), biscoitos (1,1%), panificados (0,87%) e enlatados e conservas (0,82%) apresentaram as maiores altas no mês. Os alimentos prontos (0,66%), condimentos e sopas (0,40%), adoçantes (0,24%) e massas farinhas e féculas (0,14%) apresentaram aumento moderado de preços.

Dentre os subgrupos que apresentaram redução nos preços, destacam-se óleos (-0,21%), que além de demonstrar redução nos preços no mês de agosto, acumula queda de 9,5% no ano; e cafés, achocolatados em pó e chás (0,03%), que apesar de apresentar redução na variação mensal, acumula acréscimo de 29,89% no ano.

Cafés, achocolatados em pó e chás

Os preços da subcategoria de cafés, achocolatados em pó e chás ficaram estáveis em agosto (-0,03%), após queda de 1,96% observada em julho. No caso do café, observou-se queda de 0,84% nos preços em agosto, reflexo de uma maior oferta do grão no mercado interno como consequência da diminuição do total exportado.

Apesar da queda recente, é importante destacar que o café ainda acumula alta expressiva de 40,2% no ano. Para os próximos meses, espera-se aumento no preço do café, movimento que já está sendo observado nas negociações com o produtor e deverá ser repassado ao consumidor final.

Essa alta está relacionada ao encerramento da colheita de café no Brasil. O fim da safra de café 2025/26 registrou quebras acima do esperado e um rendimento menor, o que impactou o volume final.

Óleos

O índice de inflação dos óleos manteve trajetória de queda nos últimos sete meses consecutivos, registrando deflação de 0,21% nos preços no mês de agosto, principalmente, devido à queda de 2,6% no preço do azeite nesse levantamento.

No caso do óleo de soja, observou-se aumento de 0,59% nos preços no mês de agosto, impulsionado pela alta demanda do mercado chinês e aumento dos prêmios de exportação.

Produtos In natura

Em agosto de 2025, o segmento de produtos in natura registrou deflação de -1,4%, aprofundando a trajetória negativa observada em julho (-2,4%) e refletindo o cenário de sazonalidade favorável e oferta ampliada.

Esse comportamento contrasta com o índice geral de inflação (IPS), que avançou 0,05% no mês e acumula alta de 2,73% no ano e 6,77% em 12 meses, evidenciando que os alimentos in natura têm exercido efeito mitigador sobre a inflação broad (IPS).

Dentre os componentes, observaram-se movimentos distintos: tubérculos (-6,9%) e verduras (-5,8%) lideraram as quedas em agosto, favorecidos por safra robusta e condições climáticas adequadas. Em contrapartida, frutas (+2,1%) e legumes (+2,2%) registraram altas moderadas, influenciadas pela redução na oferta de algumas culturas, custos mais elevados de produção e logística, além de efeitos sazonais. Já os ovos (-3,6%) recuaram pelo quinto mês consecutivo, embora mantenham tendência de alta no acumulado do ano (+11,8%)

Frutas

A subcategoria de frutas apresentou inflação de 2,15% em agosto de 2025, acelerando significativamente em relação à estabilidade observada em julho (+0,11%) e revertendo a trajetória deflacionária acumulada no ano (-7,6%). Destacam-se as altas expressivas do limão (+39,7%) e do maracujá (+31,1%), que exerceram pressão significativa sobre o índice mensal do grupo. No caso do limão, o movimento reflete quebras de safra e condições climáticas adversas; quanto ao maracujá, a colheita da safra 2024/25 foi finalizada em junho, e os plantios da safra 2025/26 iniciaram-se apenas em agosto, com estimativas iniciais apontando para uma produção reduzida.

No extremo oposto, mamão (-15,9%) e frutas de época (-14,2%) registraram quedas expressivas, indicando sazonalidade favorável na oferta. No acumulado em 12 meses, as frutas permanecem em deflação (-1,03%), embora com tendência de recuperação em relação aos patamares negativos do começo do ano.

Observa-se elevada dispersão entre os produtos: enquanto melão (+24,8%) e melancia (+21,5%) acumulam altas consistentes em 2025 (acima de 20%), itens como laranja (-33% no ano) e maçã (-9,8%) mantêm trajetória deflacionária. A volatilidade extrema do maracujá (+61,2% em 12 meses) evidencia instabilidade crônica em sua cadeia produtiva. Já a pera (+11,1% em 12 meses) consolida-se como o item com pressão inflacionária mais persistente. Os dados sugerem que fatores climáticos e sazonais continuarão a influenciar a dinâmica de preços no curto prazo, com riscos de novas altas concentradas em frutas tropicais.

Legumes

Em agosto de 2025, a subcategoria de legumes registrou alta de 2,2%, após variação de 9,9% observada em julho. No acumulado do ano (janeiro a agosto), os preços dos legumes já subiram 30,8%, e no acumulado em 12 meses, a alta chega a 27,6%, refletindo a forte volatilidade e pressão inflacionária desse grupo. Dentre os produtos, destacam-se as altas significativas do pimentão (+13,1%), pepino (+11,3%) e berinjela (+46,1%) no mês, este último influenciado por quebras pontuais de safra e custos elevados de insumos. No outro extremo, tomate (-6,8%) e cenoura (+8,7% – ainda positiva, mas com desaceleração frente ao mês anterior) apresentaram comportamento mais moderado.

No acumulado anual, produtos como abobrinha (+88,2%), pepino (+86,3%) e pimentão (+38,4%) lideram as altas, pressionados por condições climáticas adversas, aumento no custo de produção e, em alguns casos, redução na área plantada. Já itens como mandioquinha (-21,9%) e beterraba (+1,5%) mantiveram trajetória mais estável ou deflacionária, beneficiados por safras regulares e menor dependência de insumos importados.

A subcategoria de tubérculos registrou deflação de -6,9% em agosto/2025, aprofundando a trajetória negativa observada em julho (-19,1%) e refletindo a sazonalidade favorável da safra e a recuperação da oferta. A batata (-5,49%) e a cebola (-11,1%) lideraram as quedas no mês, beneficiadas pela colheita robusta e condições climáticas ideais. O alho (-5%) também recuou, após ligeira alta no mês anterior (+0,70%), em função do aumento da competição com importações e da safra doméstica bem-sucedida.

Já a categoria de ovos apresentou queda de -3,60% em agosto/2025, acumulando retração de -1,69% em julho. A suave deflação verificada nos últimos dois meses pode estar associada à recomposição de estoques e à menor demanda no inverno.

Bebidas

O segmento de bebidas não alcoólicas registrou inflação de 0,52% em agosto/2025, revertendo a trajetória deflacionária dos meses anteriores (-0,15% em julho e -0,88% em agosto/2024).

Dentre os produtos, destacaram-se os refrigerantes (+1,3%) e a água mineral (+0,6%), que responderam pela maior parte da alta mensal, influenciados pelo aumento dos preços das embalagens e de outros custos ao longo da cadeia produtiva. Por outro lado, bebidas à base de soja (-2,7%) e sucos de frutas (-0,75%) recuaram, indicando concorrência acirrada e possível migração do consumo para opções mais acessíveis.

As bebidas alcoólicas apresentaram alta de 0,74% em agosto/2025, mantendo tendência inflacionária pelo terceiro mês consecutivo (+0,56% em julho e +0,11% em junho). A cerveja (+1%) e a aguardente (+1,5%) lideraram as altas, influenciadas por reajustes sazonais. Em contrapartida, o vinho (-0,86%) e a vodca (-0,84%) apresentaram recuo, reflexo de excedentes de estoque. Além disso, a queda do dólar pode estar associada à redução dos preços, sobretudo no caso dos vinhos importados. O champanhe (-0,26%) manteve relativa estabilidade, típica de um produto com demanda mais inelástica.

Artigos de limpeza

A subcategoria de artigos de limpeza registrou inflação de 0,55% em agosto/2025, mantendo trajetória positiva pelo terceiro mês consecutivo (0,60% em julho e 1,73% em junho). Dentre os produtos, destacam-se as altas no sabão em barra (+2,6%), vassoura (+5,1%) e inseticida (+1,2%), influenciados pelo aumento nos preços de matérias-primas como plásticos, químicos e metais. Por outro lado, sabão líquido (-0,36%), amaciante de roupa (-0,59%) e sacos para lixo (-1,22%) recuaram, indicando possível concorrência acirrada e estratégias promocionais.

Sabão em pó (+0,95%) segue com alta consistente, acumulando 6,8% no ano e 7,8% em 12 meses, pressionado por custos de tensoativos e óleos vegetais; água sanitária (+0,36%) mantém tendência de alta (8,1% no ano), afetada pela elevação no preço do cloro e energia; alvejante (+1,5%) e cera (+1,5%) refletem ajustes sazonais e demanda firme; esponja de aço (-1,2%) é a única exceção deflacionária significativa no médio prazo (-4,20% em 12 meses), beneficiada por excedentes de produção.

Produtos de higiene e beleza

O segmento de artigos de higiene e beleza registrou inflação de 0,48% em agosto/2025, mantendo trajetória positiva desde dezembro de 2024. Dentre os produtos, destacam-se as altas no creme dental (+1,9%), condicionador (+1,2%) e tintura para cabelo (+1,2%), influenciadas pelo aumento nos preços de componentes químicos e fragrâncias. Por outro lado, sabonete (-1,1%), xampu (-0,9%) e aparelho de barbear (-0,94%) recuaram, indicando possível concorrência acirrada e estratégias promocionais.

Creme dental (+1,9%) segue com alta consistente, acumulando 8,48% no ano e 10% em 12 meses, pressionado por custos de fluoretos e embalagens; papel alumínio (+0,95%); creme para cabelo (+0,01%) apresenta alta moderação no mês; loção para pele (+1,1%) mantém trajetória inflacionária.

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