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Por Redação
23 de julho de 2024

Como a tecnologia pode melhorar a governança corporativa das empresas do varejo

Especialistas apresentam ferramentas mais importantes para aplicar e automatizar o compliance na organização

Agir de acordo com as regras é a melhor forma de traduzir para o nosso idioma a palavra “compliance”, originária do termo “to comply”, que vem ganhando cada vez mais destaque dentro e fora de empresas em todo o mundo. Trata-se de um conjunto de leis e regulamentos que cada negócio deve respeitar, seguindo uma conduta adequada às normas dos órgãos de regulamentação. No Brasil, as exigências regulamentares e legais têm aumentado significativamente, forçando as empresas a se adaptarem para evitar sanções.

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Neste cenário, as empresas varejistas enfrentam desafios operacionais como fraudes e furtos, por exemplo, que geram impacto na lucratividade da operação. Ao implementar o compliance na organização, muitos empresários encontram uma solução capaz de identificar e mitigar os riscos. “Ao adotar o compliance, as empresas demonstram um compromisso com a ética e a transparência, fortalecendo a confiança do mercado​​. Programas de compliance bem estruturados contribuem para a padronização de processos e a criação de controles internos eficientes”, diz Anderson Ozawa, CEO da Aozawa Consultoria.

De acordo com Rafael Edelmann, diretor de governança, riscos e compliance na OKTO, a evolução das práticas de governança corporativa no Brasil ainda tem muito a se desenvolver. “Para que essa evolução ocorra, entendo que o principal caminho seja a exigência dos acionistas porque a governança corporativa serve para proteger os acionistas. São técnicas de proteção dos seus interesses que podem conflitar com os interesses imediatos da administração da empresa. Tenho certeza de que conforme os investimentos se tornem condicionados às estruturas de governança, essas práticas certamente evoluirão”, aponta.

Canais de denúncia, IA e machine learning

Para o diretor da OKTO, os principais riscos passíveis de solução automatizada na governança corporativa no setor varejista incluem conflitos no ambiente de trabalho, corrupção na aquisição de mercadorias e desvios internos. “Para todos esses tipos de problemas, o canal de denúncias bem gerenciado tende a ser boa solução, captando boa parte das ocorrências. Além do canal de denúncias, ferramentas para monitorar o ambiente de trabalho e os fornecedores são muito efetivas. Para desvios internos, cabem monitoramentos sistêmicos do fluxo de mercadorias, câmeras de monitoramento com auxílio de IA, etc”, explica.

Segundo Edelmannm existem exemplos práticos com tecnologias como IA e machine learning sendo usadas para identificar comportamentos suspeitos e prevenir fraudes nas lojas varejistas. “Compras fraudulentas ou mesmo desvios possuem padrões específicos que podem ser identificados via monitoramento sistêmico. Entretanto, depende do varejista gerar dados suficientes sobre sua própria operação, que sejam acessíveis para a análise de máquinas. Soluções que integram os dados sobre compras, finanças, logística e vendas já estão sendo utilizadas para monitoramento de risco e prevenção de fraudes”, analisa o diretor de governança, riscos e compliance na OKTO.

Automação para compliance

O CEO da Aozawa destaca que as principais ferramentas de automação que têm sido adotadas para compliance e mitigação de riscos incluem CMS (Compliance Management Systems) para ajudar as empresas a gerenciarem obrigações de compliance como mudanças regulatórias, auditorias internas e implementação de controles para assegurar a conformidade com as normas aplicáveis. “São importantes também as ferramentas de auditoria e monitoramento contínuo de transações e atividades em tempo real, ajudando a detectar e prevenir fraudes e irregularidades; e as plataformas de gestão de riscos (ERM - Enterprise Risk Management), que ajudam a identificar, avaliar e mitigar riscos em toda a organização”, aponta Anderson Ozawa.

“A cultura organizacional é fundamental para práticas de compliance e a inteligência artificial é a grande tendência. A capacidade de lidar com dados desestruturados e de se adaptar a mudanças nos padrões dos usuários que essa tecnologia possui tem tudo para revolucionar o compliance. Será uma grande revolução”, diz Rafael Edelmann. “Tudo começa com o comprometimento da liderança, onde a cultura organizacional é fortemente influenciada pela liderança. Quando os líderes demonstram um forte comprometimento com a compliance, isso se reflete em toda a organização”, finaliza o CEO da Aozawa.

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