Varejo de vizinhança ou de bairro também pode adotar práticas de ESG e aumentar a lucratividade

Lojas menores também podem investir ou implantar práticas sociais, ambientais e de governança (ESG), explica Pedro Rivas, coordenador e professor no curso de pós-graduação Master ESG na Prática na ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing). Muitas das práticas de ESG podem sim, se reverter em ganhos financeiros para a organização, pois podem apresentar pouco custo de gestão e excelente relação custo-benefício. Do ponto de vista social, empresários podem, em primeiro lugar, refletir sobre seus principais públicos de interesse, tais como: funcionários, clientes, fornecedores e comunidades do entorno.

Em se tratando dos funcionários, o supermercadista pode implantar boas práticas ou reavaliar condições de trabalho que oferta, bem como os benefícios, de forma a evitar uma taxa alta de turnover. O professor ressalta a importância de que haja diálogo, e treinamento junto à equipe, para que clientes possam ter uma boa experiência no atendimento dentro do seu estabelecimento. “Algumas práticas podem não gerar maior receita de forma imediata, mas certamente podem evitar que a empresa sofra com crises absolutamente desnecessárias. É fundamental que seguranças sejam bem treinados para mitigar riscos de violência aos direitos humanos, por exemplo, na abordagem de eventuais suspeitos de furto. Situações de racismo já foram motivo de atos graves no mundo todo, que culminaram em situações extremas etc.”, diz.

Do ponto de vista ambiental, pequenos supermercados podem desde cedo buscar por cuidar de forma adequada da gestão de resíduos, na correta destinação, da compostagem de resíduos orgânicos, e afins. Podem, talvez, envolver clientes, a partir do estabelecimento de pontos de coleta de resíduos (plástico, metal, papel, vidro etc.), compostagem elétrica em volume com oferta de composto para adubagem de solo. Outra possibilidade é divulgar a venda de flores e plantas ornamentais.

Do ponto de vista de governança, de forma simples, a empresa pode designar pessoas da área administrativa para começar a pensar nestes pontos, e elaborar pequenos pilotos, e assim auxiliar a iniciar a jornada ESG. “Certamente, alguém na organização está buscando formas de diminuir o impacto socioambiental da organização, e criar um negócio mais sustentável e significativo para todos. Sustentabilidade e ESG envolvem observação, disponibilidade e determinação de fazer melhor. É encontrar tempo e espaço para evoluir”, conclui.

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Case de sucesso

As grandes redes supermercadistas podem servir de modelo, para que as lojas de bairro ou vizinhança determine ações neste campo. O Grupo Covabra Supermercados, por exemplo, mantém ações de práticas sociais, ambientais e de governança, como a doação periódicas para ONGs (Organizações Não Governamentais) que cuidam dos animais. Também há incentivo à cultura e ao esporte, por meio do patrocínio a atividades, como o Vôlei AABB de Limeira e o Basquete Feminino Itatiba. A rede também implementou um projeto piloto de usina fotovoltaica em seu centro de distribuição em Limeira, interior de São Paulo.

Outro exemplo é o projeto Ecovabra, que prevê a instalação de coleta seletiva unificada em toda a rede. O projeto já foi instalado no CD, além das lojas em Vinhedo, Leme, além de Indaiatuba, onde será inaugurada na próxima sexta-feira, (04/04), mais uma loja. Com a inauguração, a rede chega a 21 operações distribuídas em 12 cidades: Campinas, Capivari, Itatiba, Itupeva, Jundiaí, Leme, Limeira, Pedreira, Pirassununga, Rio Claro, Vinhedo e, agora, Indaiatuba. “A chegada da rede a Indaiatuba representa a criação de novas oportunidades de emprego e o fortalecimento da economia da região. Estamos sempre investindo em inovação, tecnologia e práticas sustentáveis, garantindo uma experiência de compra diferenciada, com produtos de qualidade e um atendimento excepcional”, diz Dioner Carlos dos Santos, diretor, reforçando o compromisso da rede com o desenvolvimento local.