Por Redação
30 de outubro de 2024Após enchentes, marcas gaúchas do varejo e da indústria se unem para superar crise no RS
Executivos do Grupo Asun e da Cooperativa Dália Alimentos revelam estratégias de retomada para manter as operações e reforçar a resiliência do setor
As enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul recentemente afetaram milhares de pessoas e o impacto econômico foi devastador para diversas empresas no estado. Grandes marcas gaúchas, como o Grupo Asun e a Cooperativa Dália Alimentos, foram obrigadas a compensar suas operações para atender à demanda e manter a produção, enfrentando desafios logísticos, de infraestrutura e de recuperação de danos. Agora, com o processo de retomada, os líderes do setor discutem estratégias e as ações possíveis para revitalizar o mercado e superar as perdas acumuladas.
Para o Grupo Asun, uma das maiores redes de supermercados do estado, as enchentes trouxeram sérios problemas na cadeia de suprimentos e distribuição. “O acesso às lojas em áreas muito afetadas foi comprometido, o que resultou em uma queda nas vendas e na interrupção do fluxo de clientes”, explica Jairo Silva, diretor comercial do Grupo Asun. Segundo o executivo, a empresa sofreu danos físicos em algumas unidades, resultando em fechamentos temporários e exigindo uma logística ágil para que os produtos pudessem chegar às áreas necessitadas.
Em parceria com fornecedores, o Grupo Asun criou iniciativas de arrecadação de itens básicos, como alimentos e produtos de higiene. “Nossa prioridade foi reabastecer as áreas mais afetadas, garantindo acesso aos bens essenciais e realizando ajustes de preços para atender os consumidores em um momento crítico. Essa cooperação com fornecedores não só ajudou a mitigar as perdas, mas também reforçou o comprometimento da empresa com as comunidades atingidas”, conta Silva.
Impacto na indústria e no varejo
No setor agroindustrial, a Cooperativa Dália Alimentos foi uma das empresas afetadas pelas enchentes, especialmente nas unidades de processamento de suínos e Gilberto Antônio Piccinini, presidente do conselho de administração da cooperativa, destaca o impacto: “Nossa recuperação foi rápida, mas enfrentamos dificuldades porque muitos colaboradores também foram impactados diretamente, com suas casas atingidas. A unidade de suínos foi severamente danificada, e o retorno foi gradual, iniciando com produção reduzida, enquanto a avícola foi afetada principalmente pela falta de energia elétrica”, explica.
Segundo Piccinini, a agilidade no retorno das operações se deve ao esforço conjunto dos colaboradores e ao apoio da comunidade local. “Em menos de um ano, enfrentamos quatro inundações, cada uma trazendo grandes prejuízos econômicos e interrupção de atividades. Temos uma missão que vai além do lucro: promover o desenvolvimento social e econômico de nossos associados, colaboradores e da comunidade em que atuamos”, afirma o presidente.
De acordo com Gilberto, a Dália vem oferecendo cursos de qualificação e profissionalizantes para associados e colaboradores, visando tornar a empresa cada vez mais resiliente, mesmo diante das intempéries. “É importante ressaltar que, quanto maior a empresa, maiores são os riscos envolvidos. Nesse contexto, analisamos diferentes cenários e buscamos nos preparar da melhor forma possível”, completa.