Como os supermercados podem conquistar a Geração Alpha pelas redes sociais? Veja dicas valiosas

Eles nasceram a partir de 2010 e já chegaram conectados. Filhos da Geração Z e dos Millennials, os integrantes da Geração Alpha crescem cercados por telas, vídeos curtos e influenciadores. Desde cedo, aprendem a consumir informação e entretenimento de forma simultânea — e isso muda completamente a forma como se relacionam com marcas. Para os supermercados, o desafio está em dialogar com esse público de modo natural, construindo vínculos que podem perdurar por décadas.

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Para Augusto Gottsfritz, professor de Marketing no Mackenzie Alphaville, o primeiro passo é abandonar a tentativa de “falar para” e adotar o conceito de “criar com”. “Essa geração quer participar, influenciar e sentir que faz parte do processo”, afirma. Ele explica que a autenticidade é um valor central para os nascidos na era digital. “Conteúdos patrocinados, anúncios disfarçados e uso de gírias sem contexto têm o efeito contrário: a mensagem soa artificial e pouco atrativa”, afirma. Segundo ele, ações que envolvem bastidores, concursos colaborativos e experiências instagramáveis podem aproximar os jovens consumidores de forma orgânica.

A economista Tcharla Bragantin, coordenadora dos cursos de Administração, Ciências Contábeis e Gestão de Recursos Humanos no Centro Universitário Módulo, reforça que a presença digital precisa refletir a identidade da marca e ser coerente com a experiência física. “As campanhas nas redes são muito bem trabalhadas e despertam identificação. É essencial que o ambiente das lojas corresponda a essa percepção, garantindo coerência entre o mundo online e o presencial”, diz.

Já o pesquisador Dado Schneider, doutor em Comunicação e autor do livro "Desacomodado: Choque de Gerações, Adaptação a Mudanças e Futuro do Trabalho" (Ed. Palavra Bordada), observa que a linguagem é determinante. “O pessoal que gera conteúdo para essas rede social precisa consumir o que faz sucesso entre eles. Linguagem, velocidade e edição fazem parte de um estilo próprio. Tem que ser com o ‘jeitão’ deles”, explica.

Para Gottsfritz, é nesse equilíbrio entre diversão e valor que o conteúdo ganha força. “A Geração Alpha não vê diferença entre conteúdo e entretenimento. Para eles, tudo precisa ser, ao mesmo tempo, útil e agradável”, afirma. Tcharla complementa: “Essa geração já nasce conectada. Por isso, as ações voltadas a ela precisam equilibrar informação, educação e criatividade”, ressalta.

No ambiente físico, a coerência continua sendo determinante. Schneider lembra que o básico não deve ser negligenciado. “Eles vão entrar no supermercado porque precisam, não porque se apaixonaram por ele. Por isso, é essencial fazer o trabalho bem feito: bom atendimento, bons produtos e bons preços.”

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Como se conectar com a Geração Alpha

• Desenvolva campanhas participativas, convidando o público a cocriar produtos, embalagens ou experiências.

• Mostre os bastidores da operação, reforçando autenticidade e transparência.

• Produza conteúdos curtos e nativos para plataformas como TikTok e YouTube Shorts, com linguagem leve e visual dinâmico.

• Invista em marketing de influência com criadores que dialoguem de forma natural com crianças e pré-adolescentes.

• Garanta que a experiência nas lojas físicas corresponda à narrativa digital da marca.

• Aposte em ações educativas, lúdicas e compartilháveis, que gerem valor tanto para as crianças quanto para os pais.

• Mantenha coerência e propósito: essa geração valoriza empresas que são verdadeiras em todos os pontos de contato.

• Explore jogos como o Roblox de forma responsável, criando experiências imersivas que estimulem a criatividade e a colaboração, sem transformar o ambiente em mera vitrine comercial.

• Promova experiências intergeracionais, envolvendo pais e filhos em desafios, jogos ou atividades online e offline que reforcem vínculos familiares.

• Crie espaços instagramáveis dentro das lojas, com elementos que despertem curiosidade e incentivem o compartilhamento nas redes.