Newsletter
Receba novidades, direto no seu email.
Assinar
Varejo
...
Por Redação
17 de dezembro de 2024

Pós-eleições: o que o varejo pode esperar dos novos prefeitos?

Além da expectativa da reforma tributária, políticas locais devem movimentar desafios e oportunidades para o setor

Prevista para tramitar no Senado Federal e entrar em vigor em 2025, a reforma tributária tem por premissa básica simplificar o pagamento de impostos. Há expectativas de potencialização do poder de consumo, uma vez que os produtos da chamada "cesta contínua" terão alíquota reduzida, mas sua implementação não é ó unico fator que deve afetar o segmento no próximo ano.

LEIA TAMBÉM

As novas administrações municipais das cidades brasileiras, algumas delas sob o comando de prefeitos reeleitos, também prevêem mudanças e projetos que vão impactar direta ou indiretamente no setor do varejo alimentar. Veja as projeções para as capitais São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador e Porto Alegre:

São Paulo

Em visita à APAS em junho de 2024, antes de sua reeleição, o prefeito Ricardo Nunes deixou evidente o compromisso da administração municipal em apoiar e facilitar o segmento do varejo alimentar através de políticas públicas que incentivem a inovação, a sustentabilidade e o crescimento econômico. Seu plano de governo para 2025 inclui, por exemplo, programas de empregabilidade e qualificação profissional em economia criativa e facilitação do acesso ao crédito e do desenvolvimento de projetos inovadores e sustentáveis.

"Em relação à simplificação e alíquotas seletivas, apesar de otimista, o varejo se mantém cauteloso", avalia Paula Sauer, professora de Economia e coordenadora do Laboratório de Inteligência Financeira da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM). "Uma vez que o Estado possui uma robusta estrutura logística, a simplificação prevista na reforma tributária pode resultar em uma redução de custos operacionais para o produtor e, quem sabe, entregar para o consumidor produtos para além da cesta básica com melhores preços", diz.

Rio de Janeiro

O novo plano de segurança pública proposto pelo prefeito reeleito Eduardo Paes inclui a criação de três novos batalhões até 2025 em áreas críticas como Nova Iguaçu e São Gonçalo. "A presença policial reforçada pode aumentar a segurança nas ruas, incentivando os consumidores a frequentarem mais os supermercados. Por exemplo, a instalação de um novo batalhão na Favela do Jacarezinho visa melhorar o policiamento na região, potencialmente reduzindo a criminalidade e aumentando o fluxo de clientes nas lojas locais", observa Ahmed El Khatib, professor e coordenador do Centro de Estudos em Finanças da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (FECAP).

Para Paula, o Plano é imperativo e fundamental para aumentar a segurança não só do morador, mas do turista, do comerciante e dos prestadores de serviços. "Quantas lojas de rua foram fechadas em função da insegurança? Há uma silenciosa restrição de circulação em determinadas horas e locais, inviabilizando o comércio de uma maneira geral, impactando inclusive as redes de varejo alimentar. A recriação da Secretaria de Estado de Segurança Pública e o fortalecimento de programas como o Segurança Presente tem como um dos impactos positivos esperados recuperação das áreas degradadas pela violência e a volta do consumidor as ruas e ao comércio local", destaca.

Belo Horizonte

Sob o comando de Fuad Nomam, também reeleito, a nova administração da capital mineira deve investir na valorização do agricultor local, o que pode beneficiar supermercados que adotarem práticas de compra local. "Redes como o Super Nosso já demonstraram interesse em parcerias com produtores locais para oferecer produtos frescos e regionais. Isso não apenas diversifica as ofertas, mas também atende à crescente demanda por alimentos sustentáveis", explica Ahmed. De acordo com Paula, da ESPM, projetos como as hortas urbanas têm obtido resultados positivos, tanto na geração de renda para agricultores quanto na oferta de produtos agroecológicos para consumidores locais. "Além disso, eventos como o Superminas reforçam essa integração, com espaços dedicados a produtos regionais e rodadas de negócios para conectar agricultores e pequenos produtores diretamente às redes de varejo, eliminando intermediários, reduzindo os custos para o produtor e para o consumidor final", pontua.

Salvador

Na capital baiana, o prefeito reeleito Bruno Reis deve colocar em prática medidas para melhorar a infraestrutura urbana e incentivos fiscais para o comércio local podem impactar diretamente os supermercados. "Projetos de revitalização de áreas comerciais podem aumentar o tráfego de consumidores em bairros onde supermercados estão localizados. A prefeitura tem discutido melhorias nas vias públicas que facilitariam o acesso aos estabelecimentos.", indica o docente da FECAP.

Porto Alegre

Na município do Rio Grande do Sul que teve a reeleição de Sebastião Melo, a expectativa é de um 2025 de recuperação econômica após um 2024 de reconstrução e contabilização dos prejuízos. Algumas medidas do Recupera POA 2024 oferecem descontos de até 98% em juros e multas de subsídios tributários e não tributários, incluindo IPTU e ISSQN. "Essa medida visa aliviar a carga fiscal dos empresários locais, incentivando o reinvestimento no comércio, especialmente após os desafios das enchentes que destruíram comunidades inteiras. A iniciativa busca beneficiar diretamente redes de supermercados, que podem reverter economias fiscais em estratégias de expansão e atração de consumidores", conta Paula.

Deixe seu comentário