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Varejo
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Por Redação
27 de maio de 2024

Setor de vinhos espera pico de consumo junto a cenário desafiador em 2024

Mercado espera aumento de vendas no período de outono/inverno enquanto entidades destacam carga tributária e descaminho de produtos no Brasil

Durante o período de temperaturas mais frias, muitos brasileiros abrem espaço para os vinhos em suas compras, principalmente o vinho tinto. Uma pesquisa da Scanntech, empresa de inteligência de dados focada no varejo, comprova que o vinho tinto foi a versão da bebida mais vendida nos supermercados brasileiros em 2023, atingindo 83,3% das vendas unitárias.

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Mesmo diante de um cenário favorável, Rodrigo Arpini Valerio, diretor de marketing e vendas da Cooperativa Vinícola Aurora, lista os diferentes desafios enfrentados pelas marcas brasileiras de vinhos no mercado nacional. “O primeiro é o desconhecimento e, por isso, nosso dever é fomentar a cultura do vinho, que tem uma cadeia vasta e uma história muito rica. Temos outros gargalos como a logística continental do nosso país e a tributação elevada que encarece os rótulos brasileiros”, aponta.

De acordo com o diretor da Vinícola Aurora, a percepção do consumidor de que os vinhos nacionais têm qualidade inferior aos importados está sendo superada, já que os vinhos brasileiros vêm conquistando os principais concursos nacionais e internacionais. “A Aurora já foi premiada com 875 medalhas e tem produtos para todos os públicos. No inverno, vamos lançar um blend tinto de Cabernet Sauvignon com Merlot, assim como sua versão branca, com Riesling Itálico. Será uma bebida sem álcool, comercializada em garrafa de vidro”, adianta Rodrigo.

Reconhecimento e cenário desafiador

Para Ricardo Morari, presidente da Associação Brasileira de Enologia (ABE), as vinícolas aguardam com grande expectativa o período de outono/inverno já que, historicamente, o consumo de vinhos costuma ter um bom crescimento. “Nos últimos anos o setor vitivinícola investiu pesado em novos vinhedos e tecnologias de vinificação que, aliado à vindimas (local de colheita das uvas) de excelente qualidade, proporcionaram a elaboração de vinhos de alta qualidade. Cada vez mais nossos vinhos conquistam reconhecimento no Brasil e no exterior, o que mostra o potencial de mercado que podemos explorar”, diz.

O presidente acredita que existe uma mudança de comportamento dos consumidores de não restringirem o consumo de vinhos apenas aos tintos neste período e alerta para a entrada de produtos ilegais no mercado nacional. “Imaginamos que as vendas de vinhos brancos, rosés e também dos espumantes possam ter algum crescimento. De 2020 para cá, o descaminho de vinhos (vinhos que entram no país de forma ilegal) tem se intensificado e dificultado a comercialização legal dos vinhos de qualidade das vinícolas brasileiras”, afirma Morari.

Claudio Góes, presidente da Anprovin (Associação Nacional dos Produtores de Vinho de Inverno), produtos mais concentrados, ricos e de cor mais profunda, entende que o mercado de vinhos sempre foi desafiador para a indústria brasileira e, este ano, não será diferente. “Diria até que este ano será agravado. De um lado pelo atual cenário mundial que sinaliza queda de consumo. Do outro, a concorrência direta com dois países vizinhos, Chile e Argentina, grandes players mundiais no setor. Junto a isso, a questão tributária, que incentiva a prática do descaminho e contrabando de vinhos”, finaliza.

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