Sucessão de negócios familiares: o que os novos líderes de supermercados precisam ter

Todas as empresas familiares chegam ao momento crucial onde a nova geração assume os cargos de liderança e passa a tomar as decisões com base em uma nova visão sobre o mercado. No setor varejista, o planejamento da sucessão empresarial é fundamental para garantir a continuidade e o sucesso do negócio, especialmente a longo prazo.

Segundo Igor Lucena, CEO da Amero Consulting, um dos principais desafios que os supermercados com gestão entre familiares enfrentam durante o processo de sucessão é definir os papéis de cada um nos negócios. "Muitas vezes, o papel da família pode se confundir com o de acionista, diretor ou até mesmo de um membro que trabalha no negócio. Para superar isso, é imprescindível uma estruturação clara com regras definidas, aceitas por todos e um sistema de boa governança”, diz.

Lucena acredita que, antes de dar o primeiro passo no planejamento da sucessão, é necessária uma consulta com especialistas. "Às vezes é melhor consultar um profissional de fora da empresa, uma consultoria focada em sucessão, para entender quais são as vantagens, as desvantagens, as pessoas-chaves no negócio e na família. Isso inclui estabelecer regras claras de salários, cargos e participações para garantir uma boa sucessão”, sugere o doutor em relações internacionais.

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Conhecimento e preparação

Marcello Marin, mestre em governança corporativa, afirma que outra opção para as empresas familiares que atuam no varejo supermercadista é obter conhecimento prático antes de aplicar o processo de sucessão na empresa. “Trabalhar em outras empresas, não apenas na companhia da família, pode ser muito bom para adquirir todo o conhecimento sobre a importância de uma boa governança corporativa e como aplicar melhorias processuais dentro de uma empresa”, aponta.

Garantir que a próxima geração esteja bem preparada é fundamental para a sucessão nos negócios familiares e Igor Lucena destaca a importância da educação: "Para que a liderança possa assumir uma próxima geração, é essencial que esses novos líderes saibam como aplicar ideias globais no supermercado das suas famílias. Essa preparação inclui conhecimentos sobre sistemas digitais, desenvolvimento de produtos e serviços inovadores”, avalia.

Profissionais especializados

Marin acredita que a próxima geração que for suceder a liderança das empresas varejistas deve entender profundamente o negócio. “Desde cedo, a geração seguinte precisa entender o que é o negócio, desde o custo da operação, passando pelas compras e a lucratividade da empresa, até sua governança corporativa”, aponta o mestre em governança corporativa.

Equilibrar as expectativas e interesses familiares com as necessidades empresariais pode ser um grande desafio para a sucessão dos negócios do varejo e, diante deste cenário, é recomendado considerar a entrada de profissionais especializados e qualificados para a gestão. "A retirada da família do negócio pode ser extremamente importante para a saúde da empresa e os membros podem participar tomando decisões estratégicas sem interferir na gestão diária”, considera Marcello Marin.

Dicas para quem tem empresa familiar

• Definir os papéis de cada membro da família nos negócios.
• Evitar confusão entre os papéis de família, acionista, diretor ou trabalhador.
• Estruturar a empresa com regras claras e aceitas por todos.
• Implementar um sistema de boa governança.
• Consultar profissionais de fora da empresa para planejamento da sucessão.
• Identificação de vantagens, desvantagens e pessoas-chave no negócio e na família.
• Estabelecer regras claras de salários, cargos e participações.
• Trabalhar em outras empresas para obter conhecimento prático.
• Importância de uma boa governança corporativa e melhorias processuais.
• Educação sobre como aplicar ideias globais no negócio familiar.
• Conhecimentos sobre sistemas digitais e desenvolvimento de produtos e serviços inovadores.
• A próxima geração deve entender profundamente o negócio desde cedo.
• Conhecimento sobre custo da operação, compras, lucratividade e governança corporativa.
• Equilíbrio entre expectativas familiares e necessidades empresariais.