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Varejo
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Por Redação
29 de novembro de 2024

Supermercados paulistas registraram inflação de 0,88% nos preços de outubro

O resultado foi puxado pela alta dos produtos semielaborados e industrializados

O Índice de Preços dos Supermercados (IPS), calculado pela APAS em parceria com a Fipe, registrou inflação de 0,88% em outubro de 2024, após alta de 0,56% observada no mês anterior. No acumulado do ano, o índice registra aumento de 3,49%, enquanto no acumulado em 12 meses, a alta alcançou a marca de 5,50%, maior patamar desde junho de 2023.

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Ao comparar o resultado de outubro com o mesmo período do ano anterior, constata-se aceleração no indicador, passando de 0,46% em outubro de 2023 para 0,88% em outubro deste ano, puxado, principalmente pela alta dos produtos semielaborados e industrializados.

Entre as categorias que influenciaram no comportamento do índice, os produtos semielaborados lideraram a alta (2,56%), seguidos pelas bebidas não alcoólicas (0,96%) e os artigos de limpeza (0,63%). Por outro lado, as bebidas alcoólicas foram a única categoria a exibir uma taxa negativa em outubro deste ano, com uma deflação de 0,14%.

Semielaborados

Os produtos da categoria de semielaborados registraram inflação de 2,56% em outubro, após uma alta de 1,42% observada no mês anterior. No ano, o grupo atingiu 9,78%, enquanto no acumulado de 12 meses registrou inflação de 11,94%.

Entre as subcategorias analisadas no mês, a carne bovina registrou alta de 6%, seguido por pescados (1,41%), leite (1,32%), aves (0,91%) e carne suína (0,69%). Por outro lado, a subcategoria de cereais (-0,32%) foi a única a apresentar deflação.

Os cortes de carne bovina que apresentaram a maior alta foram o acém (9,65%), seguido pelo músculo (8,37%), braço (7,75%), coxão duro (6,68%) e patinho (6,00%). Vale citar também o aumento no custo do boi, visto que o indicador do boi gordo disparou, atingindo R$ 334,60 durante a segunda semana de novembro, maior valor desde maio de 2022, segundo dados do CEPEA.

Em outubro de 2024, as carnes suínas registraram inflação de 0,69%, desacelerando em relação aos meses de agosto (4,69%) e setembro (2,92%). Ao analisar a evolução dos preços dos itens que compõem a subcategoria, pernil com osso apresentou alta de 2,40%; lombo com osso registrou baixa de 0,73%; costela suína aumentou 0,70%. O aumento nos preços das carnes suínas pode ser explicado pela desvalorização da moeda brasileira, que favoreceu as exportações e reduziu a oferta no mercado interno.

A subcategoria de aves registrou inflação de 1,91% no último mês, impulsionado pelo aumento sazonal do preço do peru (1,81%). O frango, por sua vez, registrou leve aceleração frente ao mês anterior, passando de 0,86%, em setembro, para 0,88% em outubro.

A subcategoria de pescados, após deflação em setembro (-0,51%), registrou alta de 1,41% em outubro. A alta no mês foi decorrente do aumento do preço da sardinha (5,01%), do cação (3,29%) e do camarão (2,70%) ao consumidor final paulista.

A subcategoria de lácteos indicou inflação de 1,32% em outubro de 2024, mesmo movimento registrado pelo item leite longa vida, que representa a maior parte dessa subcategoria. Já o leite Tipo B ficou estável no mês, enquanto o leite especial registrou inflação de 0,37%.

Em outubro, a subcategoria de cereais registrou recuo de 0,32%, mantendo a tendência observada desde julho. Esse processo deflacionário está relacionado à queda no preço do feijão, que apresentou deflação de 0,54% em outubro, após declínio de 3,44% no mês de setembro. Por outro lado, os preços do milho registraram inflação de 0,68% em outubro, após um aumento de 1,06% no mês anterior.

No acumulado de 12 meses, os cereais registraram inflação de 12,68%, impulsionados principalmente pelo preço do arroz, que apresentou uma alta de 19,46%, visto que o feijão (+3,17%) apontou um aumento bem mais ameno no mesmo período.

Industrializados

Os produtos industrializados apresentaram inflação de 0,32% no mês de outubro. No acumulado de 12 meses, o índice indicou inflação de 3,90%, enquanto no acumulado do ano a alta foi de 3,23%. Entre as subcategorias de produtos industrializados, os óleos tiveram a maior taxa de inflação (2,83%), seguidos por cafés, achocolatados em pó e chás (1,42%) e derivados do leite (1,00%).

Na sequência, os demais produtos a apresentarem inflação no mês de outubro na categoria de industrializados foram: condimentos e sopas (0,82%), massas, farinhas e féculas (0,51%), enlatados e conservas (0,82%), doces (0,22%) e alimentos prontos (0,13%).

Por outro lado, os panificados apresentaram a maior deflação da categoria (-1,27%), seguidos por adoçantes (-0,93%), biscoitos e salgadinhos (-0,41%) e derivados de carne (-0,29%).

A inflação da subcategoria de cafés, achocolatados em pó e chás desacelerou de 3,26% em setembro para 1,42% em outubro, porém, no acumulado de 12 meses, essa subcategoria registrou a maior taxa de inflação (18,12%) entre os produtos industrializados, além disso, o acumulado no ano também foi bastante expressivo (18,38%).

O café solúvel e os achocolatados em pó também mostraram aumento nos preços, com variações de 2,55% e 0,68%, respectivamente. Apenas o chá mate (-0,98%) registrou deflação no período.

A inflação dessa subcategoria está sendo influenciada, principalmente, pelos aumentos nos preços do óleo de soja (4,36%) e do azeite (0,98%). Vale ressaltar que no acumulado do ano esses mesmos produtos apresentaram taxas de inflação de 12,36% e 15,85%, respectivamente.

In natura

Os produtos in natura apresentaram leve aumento na taxa de inflação em outubro (0,14%). Vale ressaltar que esses produtos vinham apresentando reduções nos preços nos ultimos quatro meses, sendo julho o mês de maior deflação (-9,32%). No acumulado de 12 meses, observou-se inflação de 8,64%, enquanto no acumulado do ano, o categoria aponta deflação de 4,37%.

Em outubro os preços das frutas (1,44%) apresentaram taxa de inflação menor do que a observada no mes anterior (5,59%). No entanto, observou-se um aumento expressivo nos preços do limão (70,46%) e da laranja (23,01%). O aumento do preço dos dois cítricos está atrelado à falta de chuvas no período, que afetou a produção doméstica. Enquanto isso, os cítricos inflacionaram substancialmente no mês, outros produtos recuaram consideravelmente. Os principais destaques de queda foram: mamão (-26,52%), frutas da estação (-9,56%), maracujá (-2,28%), abacaxi (-2,11%) e melancia (-1,53%).

No caso dos legumes, a subcategoria apresentou inflação de 6,90% ao consumidor final no mês de outubro, após deflação de 3,93% registrada no mês de setembro. Nesse caso, destacou-se o aumento de 31,49% nos preços do pimentão. Por outro lado, os tubérculos indicam redução nos preços desde julho de 2024 (-6,84%) e neste mês de outubro apresentaram deflação de 6,27%.

Observou-se também diminuição de 2,01% nos preços das verduras, enquanto os ovos apresentaram inflação de 0,21%

Bebidas

A subcategoria de bebidas não alcoólicas registrou inflação de 0,96% em outubro. Para as bebidas alcoólicas, o índice apontou redução de 0,14% nos preços em outubro, frente ao aumento de 0,75% no mês anterior. Todos os itens da subcategoria de bebidas não alcoólicas apresentaram alta, com exceção de água mineral (-1,33%).

Vale ressaltar que os sucos de fruta (1,55%) e as bebidas isotônicas (0,10%) apresentaram moderado aumento nos preços no mês de outubro em comparação com os demais itens da categoria, porém, no que se refere ao acumulado do ano, esses produtos registraram aumentos de preços expressivos, com taxas de 13,07% e 14,70%, respectivamente.

Já a subcategoria de bebidas alcoólicas apurou deflação de -0,14% em outubro. Vinhos e cervejas foram os principais responsáveis pela baixa na subcategoria no mês, com variações de -1,11% e -0,23%, respectivamente. No acumulado do ano, a categoria acumula alta moderada de preços moderada (1,35%)

Artigos de limpeza

Em outubro, os artigos de limpeza registraram aumento de preços, com uma inflação de 0,63%, após uma alta de 0,24% em setembro. No acumulado de 12 meses, o índice aponta uma deflação de 1,74%. Os sabões em barra lideraram a alta dentro dessa subcategoria, com uma variação de 2,83% em outubro. Em contraponto, o inseticida apresentou a menor taxa da subcategoria, com uma variação de -1,80% em outubro.

Produtos de higiene e beleza

Para os produtos de higiene pessoal e beleza, o IPS apontou uma inflação de 0,57% em outubro, frente a 0,31% em setembro. No acumulado de 12 meses, a taxa média ficou em 0,65%. Nesta subcategoria, o protetor solar registrou a maior alta de setembro, com 4,07%, seguido pelo filtro de papel que apresentou variação de 2,34%. Por outro lado, o papel alumínio mostrou a menor taxa, com uma deflação de -1,69% no mês analisado, em comparação com uma alta de 0,71% no mês anterior.

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