Por Vitor Garcia
17 de maio de 2022"Mix & Pricing" para o melhor desempenho do mercado
Palco traz questões referentes ao gerenciamento de categoria, análise de dados e estratégias para o varejista se atentar
Conduzido por Paulo Ferezin, sócio da KPMG, o palco de Mix & Pricing do primeiro dia de feira foi reservado às questões envolvendo principalmente o sortimento de variedades. Para marcar o início das apresentações, um painel foi realizado entre Carolina Godoy, head de inovação e transformação digital da BHBFOOD - Equilibrium e Francisco Homsi, VP e CCO do OBA Hortifrúti. Além disso, a moderação do debate foi realizado por Leila Okumura, da startup Local.e.
O crescimento dos produtos associados à saudabilidade é perceptível nos mais diversos setores. "Hoje, os produtos de saudabilidade estão se sustentando em ser: saudáveis, saborosos e sustentáveis. Além de se preocupar com a própria saúde, a consciência do novo consumidor está muito voltada ao planeta e o varejista precisa se atentar, pois esse mercado crescerá com força", comenta Carolina.
Francisco comenta que o OBA, por ser um hortifrúti, nasceu com o DNA de FFLV e sempre esteve em contraponto ao enlatado e ao processado dos supermercados. "Não foi uma tarefa difícil nos basear em alimentação saudável quando agregamos serviços de açougue e mercearia, por exemplo, porque somos um hortifrúti, afinal de contas. Essa evolução foi realizada em paralelo ao modelo central da rede.
Apesar da categoria estar crescendo e entrando no interesse do novo consumidor, Carolina relata que é complexo abordar o tema a curto prazo, já que os produtos relacionados à saudabilidade nem sempre são tão acessíveis quanto produtos processados ou de origem animal, por exemplo. Entretanto, a executiva destaca que o fator principal a se trabalhar é o comportamento do consumidor, independente de classes sociais. "Muito desse processo é feito por meio da democratização da informação, porém sabemos que isso não é tão fácil. Além disso, só a informação não é suficiente para mudar o comportamento dos consumidores. É um processo que precisa ser assessorado, desde a marca até o varejo, com os pontos de venda, em conexão direta com consumidor.
Gerenciamento de categorias para um melhor sortimento
A seleção e a exposição dos produtos são pontos-chave para destacar os produtos nas gôndolas dos supermercados. Com ênfase nisso, Fátima Merlin, CEO da Connect Shopper, traz um panorama do mercado e como ele atinge a diversidade de sortimentos dos mais diversos modelos.
Fátima menciona que os principais aspectos do sortimento costumam ser mal interpretados por um grande número de varejistas, configurando as maiores dificuldades com relação ao assunto. "Em proposta de valor, é comum que a missão esteja clara mas inviável de se tornar prática; em relação a forma que enxergam o público, às vezes é pouco especificado e/ou desconhecido; em relação aos PDVs, muitos não enxergam as oportunidades, não medem os giros e nem os estoques", afirma.
"Mix é um dos temas mais relevantes quando se fala em desempenho, pois um grande número de resultados surgem de um sortimento ideal. Para isso, é vital que as empresas visem concretizar uma boa estratégia de sortimento com o consumidor no centro das decisões", comenta Fátima.
Ciência de Dados atrelada às categorias
Com foco em uma abordagem menos voltada ao gerenciamento, Alexandre Machado, Retail & Consumer Goods Delivery Head na BIP Brasil, trouxe a análise de dados à pauta principal e destaca que esses informativos precisam deixar de ser meros instrumentos para se tornarem frutos de profundas análises estratégicas.
O executivo relata que a dificuldade atual dos varejistas já não é tão voltada às questões que envolvem particularmente inflação e falta de estoque, já que hoje, a perda de renda é uma das maiores preocupações, até mesmo considerando a constante pressão do mercado por novos formatos em uma única rede.
Machado ainda comenta que um dos principais fatores que contribuem para os problemas de mix estão relacionados à negligência das novas culturas. "O varejo de hoje em dia é a base de dados e precisa ter muito mais do que o básico. Conhecer o consumidor por meio de uma cultura analítica é fundamental para conseguirmos fazer uma melhor performance. Até porque as informações estão disponíveis, basta conseguir acessá-las devidamente", relata.