Por Vitor Garcia
17 de maio de 2022Palco temático ?Operação Inteligente? discute a importância dos dados
O primeiro dia desse espaço contou com a presença de importantes líderes do varejo, que dividiram suas estratégias com o público
O primeiro dia de palestras dos painéis temáticos contou com a presença de importantes líderes do varejo, que dividiram com o público suas estratégias. O primeiro palestrante a compartilhar sua experiência foi Ricardo Ono, sócio da Grant Thornton, que falou sobre a inteligência de dados de forma rápida e assertiva.
O empresário destacou que, atualmente, é preciso informações não apenas qualitativas, mas buscar precisão em números, com relatórios que embasam a tomada de decisões. Dessa forma, é possível que os dados tragam insights para que as informações ajudem na escolha de processos dentro da operação do varejo.
Ele destacou a jornada Analytics, em que diversos passos devem ser seguidos para otimizar a operação a partir da coleta de informações de vendas. São eles: relatórios operacionais, dashboards para análise, exploração espacial dos dados, segmentação, modelagem preditiva e simulação e otimização. Ele exemplificou com a venda de máscaras na pandemia, em que varejistas que mapearam suas demandas souberam aproveitar melhor o momento das vendas.
?Para uma empresa que não está acostumada a trabalhar com dados, este pode ser um tema sensível. Mas é importante saber que uma ação com tecnologia não é pontual, por isso, é preciso profissionais internos capacitados para atualizar esses sistemas e manter calibrado esse modelo?, defende Ono.
Implantação na área de suprimentos
Um dos principais desafios dos supermercadistas é conseguir gerir de forma sustentável a área de suprimentos, também chamada de supply chain. Para que seja feito de maneira eficiente, Monalisa Caminha, gerente de inteligência comercial do Super Lagoa, supermercado de Fortaleza, Ceará, apontou alguns caminhos para otimizar estes processos.
?O primeiro passo é entender como funciona o ERP, de preferência manter a atuação deste sistema junto com a área de TI, especialmente para facilitar questões que envolvem a integração ao sistema da loja?, acredita Monalista. Por isso, ela defender buscar plataformas de suporte que já estão amadurecidas no mercado. Com esse sistema bem definido, fica mais fácil desenhar a antever as soluções de abastecimento.
Dentre os obstáculos, além da integração com ERP, está a aderência com a área comercial e a sincronia com a logística, por isso, ter um desenho de loja bem definido para disparo e compra para uma operação saudável. ?Costumo falar que um dos maiores indicadores para esta questão é o giro de produtos, por isso, este indicador é essencial para soluções em suprimentos?.
Uma dica da empresária é escolher uma categoria para teste, porque assim é possível validar os parâmetros apresentados antes de aplicar nos demais. ?Ter uma loja piloto também ajuda no processo de evolução e melhor adaptação dos processos para evoluir com as demais unidades de forma mais madura e assertiva?, recomenda a especialista.
Como garantir a execução da estratégia?
O painel também trouxe para discussão maneiras para garantir a execução da estratégia, algo ainda muito mais próximo da teoria do que da prática para muitos supermercadistas e gestores. Quem colaborou com essa temática foi Giuseppe Lotto, CEO do Temsi do Brasil, que aplicou no Eataly soluções que melhoraram a experiência de compra do cliente com custo operacional mínimo. Para tanto, eles utilizaram diversas maneiras de medir pontos de melhorias.
Dentre os critérios avaliados estavam o tempo ocioso dos trabalhadores e a quantidade de pessoas em fila para a operação de checkout. Isso fez com que a empresa entendesse de que forma poderiam abrir mais caixas e quais os horários críticos que precisavam de atenção para que o atendimento estivesse dentro do esperado. Lotto explica que todo o planejamento foi pensado a partir do fluxo do cliente.
?Conseguimos aplicar soluções que mantém as características operacionais da loja e garantem reduções de custos desnecessários. O Eataly não mantém repositores durante a jornada de trabalho, é um posicionamento da loja, então otimizamos a gestão de checkout para que a experiência fosse ainda mais bem executada, com redução de profissionais ociosos?, explicou.