Por Vitor Garcia
19 de maio de 2022Precificação é reforçada para o desempenho na rentabilidade
No segundo dia de palco "Mix & Pricing", o moderador Paulo Ferrazin, sócio da KPGM, norteia mais discussões sobre o tema
Com o foco em pricing, Paulo Ferrazin, sócio da KPMG, anunciou as apresentações do segundo dia de palco ?Mix & Pricing?. Para ilustrar a importância da precificação, os palestrantes abordaram questões referentes a disponibilidade e ao aproveitamento do uso de dados de forma inteligente.
Pedro Fernandes, sócio da McKinsey & Company, empresa de consultoria empresarial, abriu as palestras do dia com a precificação inteligente e com o conceito de preço dinâmico, que vai muito além do preço dos aplicativos de corrida, por exemplo. O reconhecimento de dados referentes aos clientes, por mais que seja um processo complexo, não é difícil de começar a fazer. ?Dados, pessoas e ferramentas analíticas são fundamentais. Os dados precisam ser segmentados; as pessoas precisam ter perfis diferente e entender o mundo da ciência de dados; e as ferramentas precisam ser atualizados em tempo real, com desenvolvedores de insights e comparativos de cenários?, relata Fernandes.
Com base em estudos de dados internos e externos (como os provenientes de estudos a respeito do concorrente), o que ajuda a dinamizar os preços de cada loja. ?O processo da precificação inteligente passa por partes. Primeiro, faz-se a segmentação de lojas com base no comportamento dos clientes, depois a categorização de itens-chave de valor, em seguida vem a parte de definir a elasticidade do preço com base em cada produto de dados históricos. Por fim, vem a otimização?, explica o executivo.
Pricing para maior rentabilidade
Jorge Ortiz, fundador e CEO da Pricemet ? Intelligence & Methodology, seguiu as apresentações com foco em ilustrar como o varejista pode ser mais rentável e competitivo com técnicas de pricing. Ao mostrar que o trabalho de precificação se baseia na consultoria e na capacitação de estrutura, Jorge explica a importância do processo. ?Temos o nosso software de pricing e desenvolvemos as nossas pesquisas. Sem dados, não fazemos muita coisa, mas sozinhos, eles não representam nada?.
Ortiz ainda relata que o cliente atual é mais informado, mais imprevisível, omnichannel e aderente da ampla concorrência, então qualquer tipo de formato pode configurar-se como concorrente. Ou seja, enquanto a indústria cria conflitos de preços entre os diversos tipos de canais, as empresas buscam tecnologia e cliente.
Para ilustrar o desenvolvimento do processo, Felipe Buttignon, CEO do Supermercado Palomax, rede localizada no interior de São Paulo com 7 lojas, relata como o pricing melhorou as suas performances. ?Antes nós queríamos combater todas as outras lojas que surgiam, independente de formato. Hoje, após reservarmos a área de pricing para um especialista, já percebemos melhora no desempenho em cerca de um ano?.
Como promover a integração do pricing?
Em um cenário como o deixado pela pandemia, o preço passou a se tornar o principal fator de decisão do consumidor. Como forma de contornar esse aspecto, Paulo Garcia, CEO e fundador da InfoPrice, empresa de dados brasileira, trouxe uma apresentação ao dia voltada ao desenvolvimento de pricing para ocasionar em um potencial do varejo.
Muito da análise feita com os números dos concorrentes serve para entender se é que uma rede apresenta preços justos no mercado. ?Precisamos entender, em percentuais, como uma loja está próxima da sua concorrência. Localizações diferentes podem gerar concorrentes diferentes até para as mesmas redes, já que isso depende de diversos fatores. Com base nesses dados, pode-se desenvolver estratégias adequadas para um melhor aproveitamento do pricing?, afirma Garcia.