Por Redação
3 de junho de 2024Supermercados abrem espaço para categoria de cuidados com a pele
Especialistas destacam crescente demanda por produtos e a importância das redes do varejo para ampliar o alcance
A rotina de cuidados com a saúde vem mudando para muitas pessoas desde a pandemia, especialmente em relação à pele. Uma pesquisa da Harris Williams, multinacional de serviços financeiros e consultoria, diz que em 2024, 51% dos consumidores entrevistados pretendem gastar mais nos cuidados com a pele. Com a demanda crescente por itens que atendam a essa necessidade, a categoria naturalmente se aproxima do principal elo entre a indústria varejista e o consumidor: o supermercado.
Para Claudio Felisoni de Angelo, presidente do IBEVAR e professor da FIA Business School, essa categoria continuará em expansão como uma macrotendência, identificada pela valorização da saúde e da beleza física. “Deve-se observar que mesmo em condições de redução das disponibilidades econômicas, as vendas desses produtos têm apresentado um comportamento ascendente e resiliente. O setor supermercadista responde por 36% da demanda de consumo de bens no Brasil, portanto, essa característica permite dar visibilidade a produtos em ascensão facilitando os testes mercadológicos, fundamentais no caso de itens novos”, explica.
O coordenador do Núcleo de Varejo e Retail Lab da ESPM, Ricardo Pastore, destaca que o varejo supermercadista é o segmento com maior peso se comparado aos outros formatos, é o canal mais poderoso e vai alavancar essa categoria. “A expectativa é de grande crescimento da categoria nos supermercados, que respondem por mais de 100 mil pontos de venda no país, influenciado pela conveniência, melhor exposição dos produtos. Além disso, será influenciada pela venda de outros produtos e categorias que puxam o cliente para as lojas”, afirma Pastore.
Indicadores e estratégias para o varejo
De acordo com o presidente do IBEVAR, os principais indicadores de que uma categoria de produto deve ter sucesso no varejo supermercadista são: penetração e margem. “A penetração diz respeito à presença do produto no mercado, que deve ser considerada no âmbito das diferentes marcas concorrentes. Quando uma marca é muito presente, ela reduz as chances de ocupação de espaços por um concorrente sem um diferenciador sensível. O segundo indicador é a margem obtida pelos itens vendidos no mercado. Quanto maiores as margens, maiores as possibilidades de ingresso de um produto embalado por uma nova marca”, diz Claudio Felisoni de Angelo.
De olho no crescimento de marcas da categoria de cuidados com a pele dentro dos supermercados, as redes começam a traçar estratégias para ativar as vendas e, segundo Pastore, é o momento de união entre supermercados e fornecedores. “É importante introduzir a categoria no calendário promocional, dar ao consumidor uma vantagem no preço ou em produtos, ou seja, com descontos ou ‘leve 3 pague 2’. Por ser uma categoria mais recente, deve haver abordagem com demonstradoras, amostras grátis e educar o consumidor porque muitos não conhecem essa categoria”, avalia o coordenador do Núcleo de Varejo e Retail Lab da ESPM.
Para Claudio Felisoni, promoções e descontos, degustações e ações no ponto de venda são essenciais, entretanto, o fator preço é decisivo. “É importante destacar que os produtos de cuidados com a pele são facilmente comparáveis, portanto, as ações mais efetivas são aquelas associadas ao benefício econômico percebido pelo consumidor. Tal condição estabelece um papel crescentemente mais relevante na apropriação de custos fabris e de logística”, completa o presidente do IBEVAR e professor da FIA Business School.