Por Redação
17 de setembro de 2024Supermercados como hub de beleza: Como as lojas podem ativar as vendas com experiência e conveniência
Especialistas da ESPM e FIA Business School mostram como essa estratégia pode impactar o comportamento do consumidor e trazer novas oportunidades de mercado
Nos últimos anos, o mercado de beleza tem experimentado uma revolução no modo como os consumidores acessam seus produtos e serviços. A integração de serviços de beleza dentro de supermercados revela uma tendência crescente: transformar o ponto de venda em um local de autocuidado e conveniência. Um exemplo dessa inovação é a plataforma Bluma, da Natura, um ecossistema de esteticistas, manicures, cabeleireiros, massagistas, maquiadores e depiladores cadastrados para prestar serviços usando a credibilidade, os produtos e as parcerias comerciais da Natura.
Diante disso, fica a pergunta: será que os supermercados podem se tornar um novo palco para esses serviços de autocuidado? Para alguns especialistas, a resposta é sim. A ideia de combinar serviços de beleza com compras de rotina já está sendo testada e a professora Patrícia Cotti, da FIA Business School, destaca a crescente busca por conveniência como o principal motor dessa integração. “Os consumidores querem otimizar seu tempo. Integrar serviços de beleza em supermercados facilita o acesso, possibilitando que façam tudo em um só lugar”, explica Patrícia.
Dados da Nielsen reforçam essa tendência: 55% dos consumidores estão dispostos a pagar mais por conveniência e, segundo a professora, isso também abre portas para o crescimento do mercado de ‘beauty on demand’, no qual o consumidor não apenas compra produtos, mas também aproveita serviços de beleza durante suas atividades cotidianas. Apesar das vantagens, a implementação de serviços como os da Bluma nos supermercados traz desafios específicos.
Treinamento e impacto no comportamento do consumidor
Patrícia Diniz, professora do Hub de Beleza, Moda e Luxo da ESPM e especialista em cosméticos, ressalta que o ambiente movimentado de um supermercado pode interferir na experiência de privacidade dos consumidores. “Os clientes podem não se sentir tão confortáveis recebendo um serviço de beleza em um local com grande circulação de pessoas”, pondera Diniz.
No entanto, a professora da ESPM vê potencial em serviços rápidos e eficazes, como manicure, pedicure e aplicação de maquiagem, que se adequam à rotina agitada. A padronização dos serviços, como propõe a Natura com a Bluma, também se apresenta como um desafio em um ambiente tão dinâmico e, de acordo com Patrícia Cotti, exige um rigoroso treinamento dos profissionais e o uso de tecnologia para garantir a eficiência e qualidade, sem comprometer a experiência.
Além de oferecer praticidade, os serviços de beleza nos supermercados podem influenciar diretamente no comportamento de compra, como mostra um estudo da Harvard Business Review, que mostra que experiências sensoriais positivas aumentam em 30% a chance de compra dos consumidores. “Ao transformar o supermercado em um local de autocuidado, as redes podem não só impulsionar a venda de produtos, mas também fidelizar os clientes, oferecendo algo além da experiência tradicional de compra”, afirma a professora da FIA.
Produtos complementares e extensão de compra
Para Patrícia Diniz, da ESPM, esse tipo de integração também pode resultar no aumento do tempo de permanência no supermercado e incentivar o consumo de produtos complementares, como cosméticos e itens de higiene pessoal. É uma oportunidade de fazer o cliente experimentar os produtos de forma imediata e gerar vendas por impulso”, afirma.
Para que essa iniciativa seja bem-sucedida, a estratégia de marketing e promoção dos serviços dentro dos supermercados será crucial e Diniz sugere o uso de promoções e pacotes combinados com produtos, além de parcerias com influenciadores e campanhas digitais para ampliar o alcance. “O público precisa enxergar esses serviços como uma extensão natural da compra, algo que complementa e melhora sua experiência no supermercado”, enfatiza.