
Por Redação
13 de junho de 2025Liderança estratégica para equipes em transformação
Tendências tecnológicas, mudanças geracionais e desafios emocionais contemporâneos são desafios para os novos líderes que precisam gerir equipes cada vez mais plurais
Um setor tão particular e repleto de desafios quanto o de supermercados precisa contar com lideranças atentas e dispostas a se reinventar. Tendências como o uso de People Analytics vêm se destacando por possibilitar decisões mais assertivas com base em dados sobre comportamento, engajamento e performance. Isso pode significar identificar padrões de desempenho em diferentes turnos ou setores e direcionar ações de capacitação específicas. Além disso, a liderança empática e regenerativa torna-se fundamental para lidar com os desafios do ambiente de trabalho intenso e, muitas vezes, sob pressão, promovendo um clima mais saudável e inclusivo.
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Com a evolução constante do mercado e a necessidade de atualização de competências, líderes supermercadistas precisam atuar como facilitadores do aprendizado, promovendo o upskilling (aprimoramento de habilidades existentes) e reskilling (aprender novas habilidades para uma nova área ou função) contínuos. Ferramentas como o Plano de Desenvolvimento Individual (PDI) podem ser utilizadas para capacitar colaboradores em áreas estratégicas, como atendimento ao cliente, operação de sistemas e gestão de estoques.
O contexto corporativo contemporâneo é marcado pela aceleração digital, globalização, transformações nas relações de trabalho e demandas crescentes por bem-estar, desenvolvimento e propósito. Nesse cenário, o papel da liderança transcende a gestão operacional e se consolida como pilar estratégico para a motivação, desenvolvimento e retenção de talentos.
Para André Novaes Farias, diretor de operações da rede Nutty Bavarian, se vive uma transição de mentalidade muito forte. Para ele, a liderança do futuro será, acima de tudo, facilitadora. “O modelo hierárquico rígido está dando lugar a líderes que inspiram pelo exemplo, criam ambientes psicologicamente seguros e atuam como mentores do crescimento das pessoas”, afirma. Ele aponta duas tendências. A tecnologia como aliada da personalização do desenvolvimento e humanização radical, e a inteligência emocional, escuta ativa, empatia e transparência, que passam a ser ferramentas estratégicas, não opcionais. “O líder que não se conecta de verdade com sua equipe tende a perder relevância”, pontua.
Marina Salles, gerente de RH da Bio Mundo, rede de lojas especializada em produtos naturais, também acredita que os líderes enfrentam uma série de desafios complexos, impulsionados por mudanças estruturais no ambiente corporativo. “Um dos mais significativos é o engajamento em ambientes híbridos, onde a redução dos vínculos emocionais e do senso de pertencimento impacta diretamente a motivação intrínseca dos colaboradores. Além disso, há uma crescente demanda por atualização de competências, sobretudo soft skills como empatia, resiliência e inteligência emocional — que são essenciais, mas muitas vezes negligenciadas no desenvolvimento tradicional”, diz.
Outro desafio relevante é a gestão da diversidade geracional, já que diferentes gerações coexistem nas equipes com expectativas e estilos distintos, exigindo abordagens personalizadas. “Soma-se a isso o aumento alarmante de casos de burnout e questões de saúde mental, o que demanda líderes mais atentos à criação de ambientes psicologicamente seguros e ao bem-estar integral das pessoas”, salienta Marina.