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Especial
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Por Redação
18 de julho de 2025

O efeito das barreiras comerciais no abastecimento dos supermercados brasileiros

Sanções econômicas têm pressionado o abastecimento do varejo alimentar e exigindo estratégias mais robustas de gestão de risco e diversificação de fornecedores

As tensões econômicas e geopolíticas têm causado efeitos diretos no abastecimento de alimentos no Brasil, com reflexos que chegam rapidamente às prateleiras dos supermercados. As sanções econômicas e barreiras comerciais impostas por diversos países estão dificultando o acesso a matérias-primas e produtos essenciais, elevando custos e criando desafios logísticos para o setor.

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Um exemplo recente citado por Renato Oliveira, diretor da Bicalho Consultoria, é a queda nas importações de trigo da Argentina. Medidas cambiais adotadas pelo país vizinho comprometem o fluxo do cereal para o Brasil, o que levou a um aumento de até 25% no preço do pão e de seus derivados em algumas regiões em 2024. Situação semelhante foi vivida com a crise dos fertilizantes, agravada pelas sanções à Rússia, que afetaram diretamente a produção agrícola nacional, pressionando toda a cadeia de abastecimento.

Além das restrições de ordem política, os importadores brasileiros também enfrentam o crescimento de barreiras técnicas e sanitárias. “Há uma exigência crescente por certificações, inspeções rigorosas e padrões específicos de rotulagem, especialmente em produtos perecíveis e industrializados”, explica Oliveira. Essas exigências não apenas atrasam o processo de importação, como também geram custos extras, impactando diretamente supermercados e consumidores.

Diante desse cenário desafiador, empresas supermercadistas têm adotado estratégias para mitigar riscos. A diversificação de fornecedores internacionais, a revisão detalhada de contratos e a busca por rotas comerciais mais seguras passaram a ser práticas indispensáveis. Além disso, o investimento em inteligência regulatória e no monitoramento constante das mudanças no ambiente geopolítico se tornou fundamental para garantir o abastecimento e a competitividade.

Oliveira ressalta que, atualmente, antecipar riscos e se preparar para mudanças é tão importante quanto negociar preço e qualidade. Para os supermercados brasileiros, adaptar-se a esse cenário global complexo não é mais uma opção, mas uma necessidade urgente para garantir que os produtos cheguem às gôndolas de forma segura, dentro dos padrões exigidos e a custos viáveis para o consumidor final.

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