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Por Redação
20 de dezembro de 2023

Plano de recuperação judicial da Americanas é aprovado em assembleia com credores

A expectativa da companhia é atingir patrimônio líquido positivo e Ebitda superior a R$ 2,2 bilhões

A Americanas conseguiu aprovação para o plano de recuperação judicial nesta terça-feira (19) durante Assembleia Geral de Credores (AGC). O documento recebeu a chancela dos detentores de 97,19% da dívida concursal da companhia, de R$ 42,5 bilhões, excluindo-se os créditos intercompany (de dívidas entre empresas do Grupo Americanas). O plano aprovado será submetido à homologação pelo Juízo da 4ª Vara Empresarial da Comarca da Capital do Estado do Rio de Janeiro.

Após a homologação do plano aprovado, que recebeu alguns ajustes durante a AGC a pedido dos credores, fica ratificado o compromisso de injeção de capital de R$ 12 bilhões por parte dos acionistas de referência em novos recursos, com adiantamento de R$ 3,5 bilhões do montante total em até 15 dias após a data de homologação, de modo a viabilizar os primeiros pagamentos previstos no plano.

Na assembleia, a companhia acatou pedidos de credores para ajustes no plano de recuperação judicial e a principal mudança no foi a alteração da cláusula 5.1.4, relacionada aos critérios de precificação das ações no aumento de capital. De acordo com a nova redação, o preço de emissão das novas ações será a média de preços de mercado, ponderada por volumes de negociação, nos 60 dias corridos que antecederam a véspera da AGC, multiplicada por 1,33. Com isso, o preço de emissão será de R$ 1,30, resultado da multiplicação da média ponderada de preços (R$ 0,98) por 1,33.

“Com um plano de Recuperação Judicial factível e apoiado pelos principais credores e acionistas de referência, temos o caminho bem pavimentado para a reconstrução operacional e financeira da Americanas, com foco total na operação para levar a melhor experiência de consumo a nossos milhares de clientes e seguir contribuindo com o impacto econômico e social de norte a sul do país”, afirma Leonardo Coelho, CEO da Americanas.

“O plano aprovado nos permite uma restruturação de dívida e equacionamento financeiro para que possamos focar na estratégia de negócios e na meta de rentabilidade positiva em 2025, com plena captura da transformação que estamos promovendo em toda a companhia”, complementa a CFO da Americanas, Camille Faria. A expectativa da companhia é atingir patrimônio líquido positivo e Ebitda superior a R$ 2,2 bilhões, com caixa e recebíveis na ordem de R$ 2,5 bilhões e dívida financeira bruta de até R$ 1,5 bilhão.

O plano aprovado prevê diferentes prazos e modalidades de pagamento para cada tipo de credor. Os credores de classe III (quirografários) no valor de até R$ 12 mil ou com valores acima, mas que aceitem receber R$ 12 mil pelo pagamento de seus créditos, serão pagos em parcela única no prazo de até 30 dias após a homologação do plano. Os chamados Credores Fornecedores Colaboradores terão três prioridades de pagamento de acordo com o valor de seus créditos e volume de vendas com a companhia. Os credores de tecnologia também têm cláusula específica de pagamento. Após a homologação do plano, terá início o cronograma de adesão dos credores às modalidades de pagamento. Para fazer a adesão a uma opção de pagamento, os credores deverão acessar portal que ainda será disponibilizado pela companhia.

Relembre o caso

No dia 11 de janeiro Sergio Rial, recém-empossado CEO da Americanas na época e André Covre, diretor de relações com investidores, renunciaram aos cargos, logo após identificarem inconsistências em lançamentos contábeis de exercícios anteriores. O rombo foi avaliado em aproximadamente R$ 20 bilhões.

Leonardo Coelho Pereira foi nomeado como novo presidente no dia 16 de fevereiro. O executivo com sólida experiência em reestruturação e posição de sócio na Alvarez & Marsal.

No fim de março, a Americanas protocolou seu pedido de recuperação judicial.

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