Por Redação
27 de fevereiro de 2024Varejo passa por cenário complexo e expectativa para 2024 inclui aquisições e aplicação de IA
Hipermercados perdem espaço para os atacarejos e o retail media traz oportunidade para grandes redes com alto poder de exposição de marcas
A projeção de vendas dos supermercados em fevereiro é menor do que janeiro e, segundo a pesquisa Projeções de Vendas 2024, feita pelo IBEVAR, em março de 2024 o desempenho será positivo para as empresas supermercadistas. Para o presidente do IBEVAR e professor da FIA Business School, Claudio Felisoni de Angelo, estamos diante de um quadro complexo, com incertezas internas e externas, inflação reduzida e aumento da renda das famílias.
O cenário varejista para este ano traz a expansão de modelos de lojas como cash & carry e, também, a diminuição do espaço dos hipermercados e, para Felisoni, este modelo de loja está em uma posição intermediária na estratégia das redes. “Os hipermercados perderam espaço para as lojas de proximidade e, por outro lado, de modo geral, trata-se de uma operação com custos mais elevados. Os atacarejos assumiram o perfil de operações centradas em redução de custos e passaram a ocupar o espaço dos hipermercados. Muitos deles, inclusive, foram convertidos em modelos de atacarejos”, aponta o presidente do IBEVAR e professor da FIA Business School.
Artur Motta, professor do Núcleo de Varejo da ESPM, entende que a expansão de modelos de lojas de atacarejo está diretamente ligada ao mix de produtos mais amplo e, também, aos novos serviços oferecidos pelas redes. “O mesmo acontece com as lojas de proximidade, que oferecem mais comodidade, velocidade e menos deslocamento. No varejo, de tempos em tempos, precisamos ajustar o modelo de loja e sua operação para um novo contexto do consumidor e do mercado. O interessante disso é que abre espaço para novas propostas de mix de produtos, espaço físico de loja, preço e proximidade”, destaca.
Aquisições e Inteligência Artificial
Para 2024, Motta acredita que novas aquisições entre empresas do varejo devem acontecer, causando impacto em toda a cadeia. “É preciso olhar com cuidado para as aquisições porque a concentração interfere no poder de barganha entre fornecedores e varejistas. Muda a relação entre as partes. Toda aquisição tem grandes desafios de cultura, fusão de sistemas, pessoas, etc.”, explica o professor da ESPM.
Segundo Artur, a implementação da tecnologia é a principal iniciativa das redes este ano, especialmente com o uso da Inteligência Artificial. “As grandes redes estão falando sobre retail media, uma das tendências do varejo apresentadas na NRF. Trata-se de uma nova oportunidade para grandes redes, com alto poder de penetração na população e de exposição de marcas. O retail media traz a personalização de mídia dentro das lojas varejistas”, completa o professor do Núcleo de Varejo da ESPM.