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Varejo
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Por Redação
28 de novembro de 2024

Como preparar sua loja para atender a Geração Alpha?

Hiperconectados, exigentes em relação às experiências e ligados à diversidade e à inclusão, esses consumidores necessitam de atenção especial tanto no PDV quanto no ambiente digital

As empresas, sobretudo as varejistas, estão com olhos voltados à Geração Alpha e não é para menos. Os chamados nativos digitais cresceram em um mundo altamente tecnológico e conectado, sem separação entre os universos on-line e off-line. Curiosos, independentes, ágeis com telas, com interesses voláteis e livres de preconceitos, esses jovens exigem uma atenção diferenciada em relação ao atendimento, à seleção de produtos e às experiências. E, vale lembrar ainda, muitos dos adolescentes nascidos em 2010 ingressaram no mercado de trabalho em 2024, o que potencializou seu poder de compra.

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Segundo Caio Camargo, especialista em gestão e inovação no varejo, com maior poder de compra a Geração Alpha tende a priorizar conveniência e marcas que alinhem propósito com qualidade. "O varejo alimentar pode se beneficiar oferecendo produtos práticos, de rápida preparação, mas que respeitem seus valores, sem abrir mão de questões como sustentabilidade e saúde. Investir em experiências de compra personalizadas, como programas de fidelidade adaptados a esse perfil, pode ajudar a criar um relacionamento mais próximo e engajado", analisa.

Caio Camargo é especialista em gestão e inovação no varejo. (Crédito: Divulgação)

Para o expert, o varejo precisa entender que a Geração Alpha não é apenas consumidora: ela também é influenciadora. Suas escolhas têm impacto na família e nos amigos, e isso deve ser levado em conta. "Investir em um relacionamento genuíno com esse público é preparar o terreno para fidelizar os consumidores do futuro. Além disso, o varejo que conseguir unir propósito, experiência e tecnologia sairá na frente ao atender essa geração tão exigente e inovadora", acredita.

João Alberto Giaccomassi, diretor do segmento de Varejo Supermercados da TOTVS, endossa o ponto de vista de Caio e salienta que a Geração Alpha precisa ser vista e incluída na estratégia do negócio. "Essa geração traz consigo uma nova forma de se relacionar com o consumo. Para o varejo alimentar, isso significa a chance de inovar em vários aspectos, o que inclui invariavelmente investir em tecnologia. Apps intuitivos e sistemas de self-checkout que ofereçam praticidade e integração ao estilo de vida digital dessa geração são um bom caminho. Além disso, engajar essa audiência por meio de campanhas criativas e interativas nas redes sociais, é outra maneira eficaz de atrair sua atenção e fidelidade, além de estratégias como gamificação em programas de fidelidade ou ações que recompensem o engajamento digital", afirma.


João Alberto Giaccomassi é diretor do segmento Varejo da TOTVS

Hiperconectividade e experimentação

Conforme especialistas, as pessoas nascidas a partir de 2010 têm alguns anseios diferentes das demais gerações, exatamente pela hiperconectividade e por serem nativos digitais.

Para atrair a Geração Alpha é essencial integrar tecnologia de forma fluida à experiência da loja. Isso pode ser feito com aplicativos interativos que tornam a experiência mais personalizada, uso de QR Codes para acesso rápido às informações sobre produtos ou até mesmo gamificação para engajá-los durante a compra.

A geração Alpha gosta de personalização e isso pode ser alcançado com o apoio de Inteligência Artificial (IA), que pode ser usada para indicar produtos que façam sentido com as preferências de cada cliente. Essa personalização pode ser por aplicativo ou por telas interativas na própria loja, que crie uma experiência cativante. Ações como experiências de Realidade Aumentada (AR) e integração com dispositivos móveis, que essa geração domina, podem ser diferenciais competitivos. "Totens, telas e comunicações visuais de forma digital, como os utilizados para os fins de Retail Media, também são bons chamarizes", indica Caio.

A experiência também é um valor fundamental para essa geração que, ao mesmo tempo em que esbanja curiosidade, tem dificuldade de concentração e se entedia facilmente. Dessa forma, a experiência precisa ser multissensorial e dinâmica através de espaços interativos dentro da loja, como áreas para experimentar produtos ou oficinas rápidas, e um design de PDV que estimule a curiosidade com layouts atrativos, cores vibrantes e estímulos visuais.

O consultor Alberto Serrentino, fundador da Varese Retail, boutique de estratégia de varejo e transformação digital, lembra que estamos vivendo também um boom sem precedentes no interesse por gastronomia e por programas de culinária. "Ao mesmo tempo em que gostam de tudo fácil e prático, muitos desses jovens estão se apaixonando pela gastronomia. Assim, a loja pode se transformar num espaço de inspiração, de informação e de descoberta, com valorização dos produtos e mais conteúdo e informação", comenta.

Conexão e representatividade

Sustentabilidade, diversidade, inclusão, objetividade e neutralidade de gênero são alguns dos atributos prezados pela Geração Alpha. A partir disso, quais estratégias devem ser planejadas para cativar esse consumidor? "Esses valores precisam estar claros em cada detalhe da operação e comunicação. Produtos sustentáveis, embalagens recicláveis e um posicionamento ético e inclusivo fazem toda a diferença. Iniciativas como promover marcas locais ou com propósito, criar parcerias com projetos sociais e oferecer opções que atendam à diversidade de consumo e seus nichos de mercado, como alimentos veganos ou com menos impacto ambiental, também são ações bem-vindas", pontua Caio Camargo.

Para Luiz Felipe Rodriguez, CEO da Gauge, empresa que compõe a Haus, plataforma de marketing digital do Grupo Stefanini, a Geração Alpha deseja conexão e quer "se enxergar" e se sentir ouvida. "Seja por meio de casting adequado nas campanhas, que reflita o target específico com quem a marca quer se conectar, seja com um mix de produtos mais neutro que extrapole o convencional 'prateleira masculina e prateleira feminina'. Da mesma forma, espaços específicos como gluten free, dietéticos e orgânicos pode ser uma forma de colocar em evidência as tendências que chamam atenção dessa geração, que busca entender detalhes sobre a composição, origem, componentes e processos por trás do que está consumindo. É fundamental dar espaço para o diálogo entre o púbico, nas marcas e os produtores", afirma.

Luiz Felipe Rodrigues é CEO da Gauge. (Crédito: Divulgação)

Na opinião de Alberto Serrentino, novos consumidores são sempre um desafio para que o varejo se renove, se atualize e consiga cativar novos clientes. "Não se deve envelhecer junto com os clientes. O ideal é renovar mantendo a capacidade de continuar atendendo os clientes fiéis sem deixar de lado o entendimento e a captura de novos clientes. Isso é fundamental para o crescimento sustentável do negócio", declara.

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