Por Vitor Garcia
13 de junho de 2022Inflação desacelera nos supermercados
A mudança faz com que o consumidor pesquise mais o preço dos produtos, optando por aqueles mais baratos
Em maio, o Índice de Preços dos Supermercados (IPS) foi de 1,87%, um recuo importante em relação ao índice de abril, que ficou em 3,02%, de acordo com a apuração realizada pela Associação Paulista de Supermercados (APAS), em parceria com a Fipe. A queda sinaliza uma desaceleração da inflação e é tendência para os próximos meses, o que traz alívio para o orçamento das famílias.
O Índice de Preços dos Supermercados mede a variação nos preços dos alimentos e dos itens de higiene pessoal e limpeza do lar vendidos nos supermercados. Embora o índice aponte desaceleração da inflação, a pressão sobre os preços de alguns produtos deve permanecer, o que faz com que o índice não meça uma deflação. A cesta de produtos industrializados, por exemplo, é uma das mais impactadas pelo aumento das despesas logísticas e de insumos.
O leite, que registrou em maio uma inflação de 5,07% chegando a 29,53% no acumulado de 12 meses, tem uma variação de preços baseada ? também - em fatores climáticos, que recentemente reduziram as pastagens no sul do país, prejudicando também a qualidade das silagens, o que elevou o custo de produção com a compra de ração para o gado leiteiro.
A inflação faz com que o consumidor pesquise mais o preço dos produtos, optando por aqueles mais baratos. Esse movimento pode ser observado na cesta de proteínas animais, que registra queda no consumo dos cortes bovinos e nas aves, e aumento na procura pelos suínos, cujo preço registra deflação nos últimos meses.
A venda de carne bovina sofreu uma retração de 7% entre janeiro a abril em relação ao mesmo período do ano passado. O efeito foi provocado pela aumento de 9% no preço dos cortes neste quadrimestre. O frango, que era considerado uma opção viável de compra, apresentou elevação no preço de 12% de janeiro a abril em comparação ao mesmo período de 2021, e de 24,32% nos últimos 12 meses.
Diante disto, a melhor alternativa ao bolso do consumidor passou a ser a carne suína, com deflação de 7,32% nos últimos 12 meses e de 6,90% no acumulado de janeiro a maio. Nesse período, o consumo da proteína suína aumentou 26%.