
Por Redação
29 de janeiro de 2025Reforma Tributária e ESG: desafios e oportunidades para o varejo alimentar em 2025
Setor supermercadista brasileiro enfrentará transformações significativas com a implementação da Reforma Tributária e a demanda crescente por práticas ESG
Com a chegada de 2025, o setor supermercadista brasileiro se depara com mudanças profundas, especialmente devido à implementação da Reforma Tributária. A proposta prevê a criação de um Imposto sobre Valor Agregado (IVA) Dual, composto pelo IBS (Imposto sobre Bens e Serviços), gerido por estados e municípios, e pela CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços), de competência federal.
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Com a previsão de que a alíquota média do IVA deve variar entre 26,5% e 27,97% e impactar diretamente a cadeia supermercadista com o repasse ao consumidor, Fabricio Tonegutti, advogado tributarista e diretor da Mix Fiscal, destaca que a busca por operações mais sustentáveis no varejo supermercadista se intensificará nos próximos anos. "Isso ocorre não apenas por pressão de consumidores mais conscientes, mas também pela probabilidade de criação ou ampliação de incentivos fiscais voltados para projetos de eficiência energética e redução de resíduos", afirma.
Tonegutti sugere aos supermercadistas que avaliem o cenário de forma ampla em relação às mudanças que estão previstas com a reforma. “Implementem tecnologias de gestão integrada e criem comissões multidisciplinares de compliance e sustentabilidade para equilibrar as exigências tributárias com práticas ESG”, aponta o especialista.
Digitalização exige processos claros
A digitalização no setor supermercadista também traz desafios relacionados à proteção de dados. Com a intensificação da fiscalização da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) pela ANPD, os supermercados que operam com grandes volumes de dados sensíveis precisarão reforçar suas políticas de privacidade e segurança da informação para evitar prejuízos financeiros e danos à concorrência.
Diante deste cenário, Tonegutti ressalta que a digitalização exige processos claros de registro, armazenamento e tratamento das informações, com abordagem na segurança contra vazamentos e uso indevido. “Embora reforçar a proteção de dados envolva custos com tecnologia e treinamentos, o retorno vem na forma de confiança do consumidor, que valoriza a transparência e a segurança de suas informações”, alerta o advogado tributarista.
Postura que fortalece a relação de confiança
A comunicação eficaz sobre os benefícios de eventuais desonerações tributárias também é crucial para manter a transparência com os consumidores em relação ao tema, segundo Tonegutti. “Recomendo detalhar nos cupons fiscais quais impostos impactam a composição do preço, criar materiais informativos mostrando como a desoneração afetou o preço final e garantir consistência na comunicação em canais digitais e físicos”, diz.
De acordo com Fabricio Tonegutti, a postura transparente fortalece a relação de confiança entre o supermercado e o público. “Essa atitude evidencia que os benefícios de qualquer problema fiscal estão sendo repassados, sem planejamentos que podem gerar desconfiança quanto ao real valor dos produtos”, conclui.