Newsletter
Receba novidades, direto no seu email.
Assinar
Varejo
...
Por Redação
25 de dezembro de 2025

Seções verdes ganham protagonismo e redefinem eficiência, frescor e rentabilidade no varejo alimentar

Tecnologia, gestão integrada e parcerias regionais estão transformando as seções de hortifruti em motores de confiança, recorrência e diferenciação competitiva nos supermercados brasileiros.

As seções verdes consolidaram-se como um dos espaços mais estratégicos dentro dos supermercados. Mais do que áreas de abastecimento de frutas, legumes e verduras, esses ambientes tornaram-se determinantes para a percepção de qualidade, frequência de compra, rentabilidade e posicionamento competitivo das redes. O avanço da digitalização, a exigência crescente por alimentos frescos e a busca por operações mais eficientes ampliaram o impacto dessas áreas, que hoje combinam tecnologia, gestão de dados, parcerias produtivas e um novo olhar para a experiência do consumidor. As entrevistas realizadas com executivos da TOTVS e da Rede Imperatriz revelam como esse ecossistema vem evoluindo e quais elementos moldam o futuro das seções verdes.

LEIA TAMBÉM
Trabalho temporário ganha força no fim do ano e pode abrir portas para efetivação
Varejo alimentar 2026: tendências, inovações e oportunidades para um novo ciclo de crescimento

A transformação digital tem permitido que os supermercados gerenciem perecíveis com maior precisão, reduzindo desperdícios e otimizando operações. Segundo o diretor para Varejo Supermercados da TOTVS, João Giacomassi, esse processo se tornou indispensável. “As seções verdes são aliadas fundamentais para combater o desperdício e aumentar a eficiência. Com ERPs especializados, os supermercados conseguem acompanhar o ciclo de vida dos produtos em tempo real”, diz Giacomassi.

A integração de sistemas robustos e ferramentas móveis vem elevando o controle operacional dessas áreas. De acordo com o executivo, a TOTVS tem fortalecido o ecossistema digital das redes com soluções específicas. “As soluções da TOTVS especializadas para supermercados oferecem um ecossistema completo para otimizar a gestão de perecíveis, simplificando os principais desafios do varejista de ponta a ponta”, afirma Giacomassi.

Esse movimento torna os processos mais inteligentes, detectando rupturas, automatizando reposições e garantindo produtos sempre frescos. Para o diretor, essa combinação transforma a performance da seção. “O nosso sistema de gestão especializado TOTVS Varejo Supermercados – Linha Consinco funciona como o cérebro da operação, centralizando e automatizando processos críticos”, observa Giacomassi.

Indicadores que elevam a competitividade

A mensuração de desempenho nas seções verdes se tornou ainda mais necessária diante da alta perecibilidade e do impacto direto desses itens na percepção do consumidor. Segundo Giacomassi, há três indicadores essenciais. “O principal deles é o índice de ruptura, que aponta a frequência com que um cliente não encontra o produto desejado na gôndola”, analisa o executivo.

Além da ruptura, a taxa de perda e o giro são determinantes para avaliar eficiência e frescor. Para Giacomassi, a análise avançada desses dados garante maior previsibilidade e controle. “A taxa de perda acompanha o desperdício de produtos, e as ferramentas de análise de dados são cruciais para identificar as causas e agir de forma corretiva”, salienta o diretor.

O giro de estoque, especialmente em perecíveis, também se destaca como indicador vital. Conforme o porta-voz da TOTVS, é um marcador decisivo para a confiança do cliente. “Um giro alto em perecíveis é um excelente sinal de boa gestão e de frescor”, aponta Giacomassi.

Estratégia, exposição e percepção de qualidade

A Rede Imperatriz, com atuação consolidada no sul do país, também atribui às seções verdes um papel decisivo na qualidade percebida pelo consumidor. Segundo o diretor comercial da rede, Júlio Lohn, esse setor foi reforçado nos últimos anos. “A Rede Imperatriz tem investido significativamente nas seções verdes, entendendo que esses espaços são cruciais para a construção da percepção de qualidade e frescor junto aos consumidores”, afirma Lohn.

A evolução envolve desde curadoria até a relação com produtores locais, reforçando autenticidade e frescor. Para o executivo, isso tem impacto direto na confiança do cliente. “A rede também tem implementado práticas de curadoria mais rigorosas, selecionando frutas, legumes e verduras de produtores locais e regionais”, salienta Lohn.

Esses movimentos influenciam indicadores fundamentais e o diretor comercial destaca que há métricas que comprovam a relevância estratégica do hortifruti. “Os principais indicadores que evidenciam a relevância estratégica das seções verdes são o giro de estoque, a margem de lucro, as perdas, a frequência de compra e o ticket médio”, pontua Lohn.

Parcerias com produtores, desafios logísticos e layout

O executivo da rede Imperatriz entende que a proximidade com produtores regionais tornou-se um diferencial competitivo, permitindo variedade e abastecimento constante. Para Lohn, esse modelo favorece frescor e agilidade. “A Rede Imperatriz mantém uma forte parceria com produtores locais e regionais, garantindo uma oferta de hortifruti diversificada e com frescor constante. A logística de transporte de produtos frescos exige cuidado especial em relação aos prazos de validade e armazenamento adequado”, observa Lohn.

Além disso, a sazonalidade e o clima impactam diretamente a oferta e exigem flexibilidade de compras, exigindo forte integração operacional. “A produção e oferta de hortifruti pode ser afetada por variáveis como clima e sazonabilidade”, aponta Lohn. O diretor da rede ainda revela que o layout e a comunicação visual têm papel crucial em impulsionar vendas dentro do hortifruti. “As práticas de exposição e layout mais eficazes incluem um layout aberto e visível, permitindo uma visão clara e atraente das seções verdes”, analisa o executivo do Imperatriz.

Segundo Lohn, a rede trabalha também com pontos estratégicos e sinalização assertiva que fortalece compras por impulso e impacto visual. “Exposição de produtos em pontos de alto tráfego aumenta a possibilidade de compras impulsivas. Ações simples podem elevar significativamente o desempenho do setor. “Promoções como descontos em hortifruti ou combos geram apelo imediato e incentivam compras por impulso”, afirma o diretor comercial.

Futuro das seções verdes: tecnologia, rastreabilidade e phygital

As tendências futuras apontam para maior integração tecnológica, novos padrões de consumo e uma jornada de compra totalmente conectada. Segundo Giacomassi, essa evolução é inevitável. “A rastreabilidade será cada vez mais exigida, com tecnologias como o blockchain permitindo que o cliente saiba a origem exata do alimento”, diz o executivo da TOTVS.

A agenda ESG deve ganhar ainda mais força, sustentada por dados e sistemas integrados. De acordo com o diretor da TOTVS, o varejo terá de elevar o nível de padronização. “A agenda ESG deve se traduzir cada vez mais em ações práticas, com a tecnologia sendo a principal ferramenta para otimizar o uso de recursos”, emenda Giacomassi.

O consumidor, por sua vez, busca conveniência e personalização entre canais. Para o executivo, essa transição já está em curso. “A jornada do cliente será totalmente fluida entre o físico e o digital, consolidando a experiência phygital”, conclui Giacomassi.

Deixe seu comentário