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Economia
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Por Redação
28 de fevereiro de 2025

Inflação dos alimentos nos supermercados desacelerou 5,78% em 12 meses

Em janeiro, o aumento dos preços registrou 0,51%

O Índice de Preços dos Supermercados (IPS), calculado pela APAS em parceria com a Fipe, registrou inflação de 0,51% em janeiro de 2025, desacelerando tanto em relação à dezembro (0,75%) quanto em relação ao mesmo período de 2024 (0,74%). Com esse resultado, a inflação acumulada em 12 meses nos supermercados paulistas desacelerou de 6,02% para 5,78%, entre dezembro e janeiro, respectivamente.

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Dentre as categorias que compõem o índice, os produtos in natura registraram a maior alta de preços no mês de janeiro de 2025 (4,17%). Os produtos industrializados (0,75%), bebidas não alcoólicas (0,58%) e artigos de higiene e beleza (0,55%) apresentaram altas mais amenas em comparação aos produtos in natura.

Por outro lado, os produtos semielaborados (-0,79%), artigos de limpeza (0,36%), bebidas não alcoólicas (-0,48%) e alcoólicas (-0,21%) apresentaram deflação em janeiro, contribuindo com o processo de desaceleração inflacionária.

As alterações climáticas, produzem efeitos distintos em diferentes partes do mundo. No caso específico brasileiro, o mês de janeiro foi marcado por fortes chuvas. O aumento da precipitação de chuvas ajudou o avanço da semeadura e o cultivo da primeira safra da Região Centro-Norte e das áreas do Matopiba. No entanto, esse mesmo fenômeno prejuciou a maturação e a colheita de algumas culturas na região Sul e e em parte do Mato Grosso.

Semielaborados

Os produtos da categoria de semielaborados registraram deflação de 0,79% em janeiro. Entre as subcategorias analisadas no mês, leite (-2,37%), cereais (-2,02%), carne suína (-1,01%) e carne bovina (-0,08%) registraram queda nos preços. Por outro lado, apresentaram inflação as subcategorias de aves (1,07%) e pescados (0,35%).

Carnes bovinas

O preço da carne bovina ao consumidor final ficou praticamente estável no mês de janeiro (-0,08%), dentro dessa subcategoria, observou-se comportamentos distintos nas taxas de inflação em janeiro. Enquanto alguns cortes como: braço (-4,16%), filé mignon (-3,36%), patinho (-3,55%) e acém (-2,81%) apresentaram queda nos preços, outros como: contra-filé (5,82%), fraldinha (5,29%) e picanha (4,65%) apresentaram aumento.

Carnes suínas

Em janeiro de 2025, as carnes suínas registraram deflação de 1,01%, ao analisar a evolução dos preços dos itens que compõem a subcategoria, o pernil com osso apresentou baixa (-4,89%) em janeiro de 2025. O preço do lombo com osso tambem registrou queda no mês de janeiro (-0,66%).

Aves e pescados

A subcategoria de aves registrou inflação de 1,07% no último mês, impulsionado pelo aumento no preço do frango (1,82%), uma vez que o preço do peru diminuiu 16,91% após a passagem das festas de final de ano.

Pescados

A subcategoria de pescados, após alta de 2,19% registrada em dezembro apresentou inflação de 0,35% em janeiro. O aumento no índice no mês de janeiro foi decorrente do incremento no preço do camarão (3,31%), da corvina (1,87%), e do cação (1,03%) ao consumidor final paulista. Em sentido oposto, o preço do merluza (2,99%) e da pescada (0,79%) recuaram no mês de janeiro, enquanto o preço da sardinha (0,00%) ficou estável.

Leite

A subcategoria de lácteos apresentou deflação de 2,37% em janeiro de 2025, terceiro mês seguido em que a subcategoria registra redução no preço. Esse movimentou foi influenciado, principalmente, pela queda de 2,38% no preço do leite longa vida, categoria de leite mais consumida do Brasil. Por outro lado, o preço do leite Tipo B ficou estável, enquanto o leite especial registrou aumento de 0,85%.

Industrializados

Os produtos industrializados apresentaram inflação de 0,75% no mês de janeiro. Entre as subcategorias de produtos industrializados, cafés, achocolatados em pó e chás tiveram a maior taxa de inflação (4,11%), seguidos por alimentos prontos (1,26%).

Na sequência, os demais produtos a apresentarem inflação no mês de janeiro na categoria de industrializados foram: massas, farinhas e féculas doces (0,77%), condimentos e sopas (0,69%), doces (0,68%), biscoitos e salgadinhos (0,52%), enlatados e conservas (0,46%), panificados (0,45%), derivados da carne (0,36%), derivados do leite (0,24%) e adoçantes (0,10%).

Cafés, achocolatados em pó e chás

A inflação da subcategoria de cafés, achocolatados em pó e chás aumentou 4,11% em janeiro, registrando 36,58% de aumento no acumulado dos últimos 12 meses, a maior taxa de inflação entre os produtos industrializados.

Ao analisar os itens que compõem essa subcategoria, a alta foi influenciada pelo "café em pó", que apresentou inflação de 6,31% em janeiro de 2025, acumulando um aumento de 51,75% em 12 meses. O café solúvel e chá mate também mostraram aumento nos preços, com variações de 3,08% e 0,88%, respectivamente. Apenas os achocolatados em pó (-1,55%) registraram deflação no período.

Produtos In natura

Os produtos in natura registraram um aumento nos preços no mês de janeiro, conforme indicado pela variação positiva de 4,17%, de acordo com o IPS. No mês anterior, dezembro de 2024, essa categoria apresentou uma deflação de 3,26%.

Frutas

A subcategoria de frutas registrou deflação de 0,22% em janeiro, contrastando com a queda de 0,60% observada no mês anterior. Ao analisar as variações de preços entre os itens dessa subcategoria, em janeiro, os limões se destacaram como o produto com a maior taxa de deflação (-21,14%), por outro lado, o abacaxi se destacou como o item com a maior taxa de inflação dentro da subcategoria, registrando alta de 8,03% no mês.

Em dezembro de 2024, o maracujá apresentou a maior taxa inflacionária, com um aumento expressivo de 31,04% nos preços. O melão registrou inflação de 4,83%, revertendo a deflação de 11,81% do mês anterior. A uva teve alta de 3,38%, já a maçã apresentou inflação de 4,23%. As frutas da época registraram um aumento de 3,04%, contrastando com a deflação de 4,40% observada em dezembro.

Por outro lado, além dos limões e do maracujá, outros produtos da subcategoria também apresentaram deflação em janeiro. O mamão registrou queda de 3,05%, revertendo a alta de 2,60% observada no mês anterior. A pera teve retração de 2,24%, acentuando a queda de 0,77% registrada em dezembro. A melancia apresentou leve redução nos preços, com variação de -1%, em contraste com a alta de 0,45% do mês anterior. Por fim, a banana registrou deflação de 0,37%, após uma expressiva alta de 3,31% em dezembro.

Legumes

A subcategoria de legumes registrou uma expressiva taxa de inflação de 21,79% em janeiro, contrastando com a deflação de 2,30% observada no mês anterior. O aumento dos preços em janeiro de 2025 foi impulsionado, pela forte alta da cenoura, que registrou inflação de 59,76%. Outros produtos também apresentaram elevações expressivas, como a abobrinha (35,46%), o chuchu (32,84%), o pepino (32,52%), o tomate (28,79%), a beterraba (17,53%), a vagem (6,08%) e a abóbora (4,07%).

Por outro lado, alguns itens da subcategoria apresentaram queda nos preços no período. A cenoura registrou uma deflação de 12,36%, enquanto o quiabo teve retração de 10,48%, seguido pela berinjela (-10,24%), jiló (-8,39%), mandioquinha (-2,01%) e mandioca (-1,97%).

Tubérculos e ovos

As subcategorias de tubérculos e ovos registraram variações de -0,15% e 2,65%, respectivamente, em janeiro. Por outro lado, os ovos registraram uma inflação de 4,01% no mesmo período. Dentro da subcategoria de tubérculos, destacam-se os seguintes produtos: a batata (-8,42%); a cebola, com alta de 11,28%; e o alho, com aumento de 2,48% em janeiro.

A queda significativa no preço dos tubérculos, especialmente a batata (-8,42%), pode ser atribuída a fatores como a oferta abundante devido à colheita sazonal. A alta da cebola (11,28%) e do alho (2,48%), por outro lado, pode ser explicada por questões de oferta, variações climáticas. Já os ovos, que apresentaram um aumento de 2,65% no mês, têm sido influenciados por fatores relacionados ao custo de produção, como o preço dos insumos, e também pela demanda constante do mercado.

Bebidas não alcoólicas

A subcategoria de bebidas não alcoólicas apresentou deflação de -0,48%, contrastando com a taxa inflacionária de 1,10% registrada no mês anterior. No mês analisado, a queda observada nos preços das bebidas não alcoólicas foi impulsionada, pelas bebidas à base de soja, que registraram uma deflação de -1,39%. Em seguida, destacam-se o refrigerante (-0,91%), a bebida isotônica (-0,34%) e o pó para refresco, que apresentou uma ligeira redução de -0,05%. A água mineral e o suco de frutas registraram inflação de 1,83% e 0,55%, respectivamente.

Bebidas alcoólicas

Na subcategoria de bebidas alcoólicas, os preços continuam apresentando uma leve queda. Após uma variação de -0,09% em dezembro, janeiro registrou uma taxa de -0,21%. Dentre os produtos analisados em janeiro, apenas o vinho registrou uma taxa positiva, com alta de 1,86%, enquanto os demais itens apresentaram variação negativa de até -1,85%. No caso da cerveja, houve uma leve deflação em janeiro (-0,37%).

Mesmo com o aumento sazonal do preço da cerveja durante o carnaval, a expectativa é que a bebida não apresente alta acentuada de preços, mantendo-se abaixo do acumulado geral do IPS.

Artigos de limpeza

Os preços dos artigos de limpeza desaceleraram em janeiro, conforme indicado pelo Índice de Preços (IPS), que registrou uma queda de -0,36%, em contraste com o leve aumento de 0,28% observado no mês anterior. A redução dos preços no primeiro mês do ano foi impulsionada pela queda nos valores de itens como vassouras (-1,99%), esponja de aço (-1,43%), inseticida (-1,33%), álcool para limpeza (-1,23%), sabão em pó (-0,96%), amaciante para roupas (-0,70%) e detergente (-0,50%), entre outros.

Por outro lado, alguns produtos apresentaram inflação moderada no período analisado. O pano de limpeza registrou a maior alta dentro dessa subcategoria, com um aumento de 1,56%, seguido pela água sanitária, que teve elevação de 1,31%. Os demais itens apresentaram pouca variação de preço entre dezembro de 2024 e janeiro de 2025.

Produtos de higiene e beleza

Para os produtos de higiene e beleza, o cenário permanece quase estável, sem oscilações significativas nos preços dessa subcategoria. Entre dezembro de 2024 e janeiro de 2025, a categoria registrou leve aumento na taxa de inflação, passando de 0,13% para 0,55%.

Ao analisar a variação dos preços individuais dentro dessa subcategoria, destaca-se o esmalte, que apresentou a maior taxa de inflação (2,81%). Em contrapartida, o fixador para cabelo registrou a maior queda, com uma variação de -2,56%.

Em suma, esse movimento misto observado nos preços dos itens nas pratileiras dos supermercados paulista indica que, embora o setor apresente uma tendência de alta moderada, há diferenças significativas entre os produtos. Itens de uso frequente e menor elasticidade na demanda podem estar puxando os preços para cima, enquanto produtos mais sensíveis à concorrência ou ao comportamento do consumidor sofrem ajustes para baixo.

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