Por Redação
28 de junho de 2024Supermercados paulistas registraram alta de 0,27% nos preços
Em maio, o crescimento foi nos produtos in natura, semielaborados, bebidas não alcoólicas e artigos de limpeza
O Índice de Preços dos Supermercados (IPS), calculado pela Associação Paulista de Supermercados (APAS) em parceria com a Fipe, registrou inflação de 0,27% em maio de 2024, motivado pelo aumento de preços dos produtos in natura (2,28%), semielaborados (1,16%), bebidas não alcoólicas (0,64%) e artigos de limpeza (0,37%). Por outro lado, os produtos industrializados (-0,44%), as bebidas alcoólicas (-0,52%) e os artigos de higiene e beleza (-0,88%) registraram deflação.
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“O resultado do IPS de maio, apesar de desacelerar em relação ao mês anterior (0,39% em abril), apresentou aceleração no comparativo com o mesmo período de 2023. A alta do indicador na base interanual aponta, ainda que moderadamente, os primeiros reflexos da tragédia que afetou o estado do Rio Grande do Sul sobre os preços ao consumidor final”, comenta Felipe Queiroz, economista-chefe da APAS.
Com o resultado de maio, a inflação nos supermercados paulistas acumula alta de 2,41% no ano, enquanto, em doze meses, o indicador apura alta mais módica, de apenas 1,58%, por ainda carregar os efeitos baixistas do segundo semestre de 2023.
Semielaborados
A categoria produtos semielaborados pelo oitavo mês consecutivo apresentou alta, com variação de 1,16% em maio, impulsionado pela alta nos preços do leite e das carnes bovina e suína.
A carne bovina aumentou 1% em maio, interrompendo o movimento de queda nos preços dos três meses anteriores. Com o resultado do último mês, a proteína bovina acumula deflação de -2,45% no ano e -10,61% em doze meses. O aumento do preço da carne bovina está relacionado a dois fatores: câmbio e oferta doméstica. Desde o início do ano, a taxa de câmbio (US$/R$) está em tendência de alta e, desde abril, com a decisão do FED sobre a taxa de juros norte-americana, a moeda brasileira desvalorizou-se ainda mais em relação ao Dólar (US$). Junto a isto, a indústria produtora de carne bovina passou a direcionar um contingente ainda maior de sua produção ao mercado internacional. Não por acaso, as exportações brasileiras de carne bovina registraram recorde em maio.
Movimento semelhante ocorreu com a carne suína, que, após redução de preços em abril (-1,0%), voltou a aumentar em maio (1,41%). Com o resultado do último mês, o preço da proteína acumula alta de 1,23% no ano. Por outro lado, os pescados e as aves, mantiveram a tendência de redução de preços em maio, com variação de -0,14% e -0,29%, respectivamente. O leite sazonalmente registra alta nessa época do ano em virtude do avanço da entressafra nas regiões Sudeste e Centro-Oeste. Neste ano, especificamente, outros dois fatores potencializaram o aumento do preço do leite: (i) atraso da safra na região Sul do país devido a condições climáticas; e (ii) redução das importações do Uruguai e da Argentina. Em maio, o leite ao consumidor final paulista inflacionou 4,57%, acumulando alta de 16,79% no ano. Por outro lado, no acumulado em 12 meses, o preço do produto ainda registra deflação de 5,13%.
A subcategoria de cereais apresente pelo segundo mês consecutivo redução nos preços – variação de -0,88% em maio –, impulsionado pela redução de 3,77% e 2,75% nos preços do feijão e do milho. Com o resultado de maio, os dois itens acumulam deflação de -16,23% (feijão) e -9,73% (milho).
Industrializados
A categoria de produtos industrializados apresentou deflação de 0,44% em maio. Com esse resultado, a categoria apresenta estabilidade de preços no ano (-0,04%) e queda de -0,18% em doze meses. O resultado do mês de maio é fruto da redução de preços das seguintes subcategorias: biscoito e salgadinhos (-2,08%), panificados (-1,87%), adoçantes (-1,10%) derivados de carne (-1,39%), massas, farinhas e féculas (-0,76%), derivados de leite (-0,48%), condimentos e sopas (-0,22%) e alimentos prontos (-0,16%) . Em sentido oposto, apresentaram alta nos preços as seguintes subcategorias: café, achocolatados em pó e chás (1,67%), doces (1,11%), enlatados em conservas (0,77%) e óleos (0,71%).
Artigos de Limpeza e Produtos de higiene e beleza
As categorias de artigos de limpeza e produtos de higiene e beleza apresentaram variação de 0,37% e -0,88% em maio, respectivamente. Com o resultado do último mês, a categoria de artigos de limpeza apresenta deflação tanto no ano (-1,30%) quanto nos últimos 12 meses (-4,64%). Já os produtos de higiene e beleza, com os resultados de maio, registram retração de -0,60% e alta moderada no acumulado em 12 meses (0,32%). A queda no preço das duas categorias aferidas no período é decorrente, principalmente, da redução do preço de insumos produtivos.