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Especial
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Por Redação
12 de abril de 2024

De olho na embalagem

A nova lei da rotulagem evidenciou a quantidade de açúcar e gordura presente nos ultraprocessados, um alerta para a indústria que produz estes produtos

Em vigor desde outubro de 2022, a nova lei da rotulagem nutricional tem buscado facilitar o entendimento dos consumidores a respeito do conteúdo nutricional dos alimentos. Dentre as mudanças, estão a rotulagem frontal, com selos de alerta sobre o alto teor de açúcar, gorduras e sódio, maior destaque para o valor calórico e mudança no layout das embalagens para facilitar a visualização das informações. O intuito é estimular escolhas inteligentes e saudáveis para a mesa dos brasileiros e reduzir índices de doenças como obesidade, diabetes e hipertensão.

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De acordo com pesquisa da consultoria Bain & Company e publicada pela Folha de S. Paulo, 56% dos consumidores perceberam a nova rotulagem nos alimentos ultraprocessados. Destes, 46% desistiram de levar para casa ou disseram pensar na redução. 34% afirmaram repensar o consumo, apesar de comprarem ainda assim. 20% dos entrevistados identificaram os novos selos, mas não mudaram o comportamento de compra.

O nutrólogo Yuri Elias explica que hoje em dia o que nós vemos é que a indústria tende a seguir por dois caminhos opostos. De acordo com o especialista, algumas empresas vêm investindo de forma muito assertiva no desenvolvimento de produtos com baixo teor de açúcar e gorduras, tendo alternativas práticas, saborosas e mais saudáveis para o consumo no dia a dia ou mesmo em um momento mais especial. Por outro lado, ele acredita haver não existir quem pensa em fazer produtos mais saudáveis, mas sim produtos que vendem de forma mais fácil, sendo mais baratos, com mistura de gorduras com açúcares em excesso, estes produtos ainda têm muito espaço na vida das pessoas por estimularem uma área do cérebro que está relacionada ao sentimento de recompensa rápida.

Ele explica as consequências a médio prazo do consumo irresponsável. "Ganho de peso, aumento de colesterol e o aumento da inflamação generalizada são algumas delas. Se esse consumo continuar de forma exacerbada isso tende a progredir e gerar consequências ainda mais graves, principalmente doenças crônicas como a hipertensão, cardiopatia, diabetes e até mesmo alguns tipos de câncer. Aumenta também o risco de alguns eventos agudos, desde pior prognóstico caso haja uma infecção, como vimos durante a pandemia, até uma maior probabilidade de ter um AVC ou um infarto", alerta.

Elias ainda aponta que a educação, principalmente em relação ao entendimento de rótulos e da tabela nutricional dos alimentos, é o melhor caminho para um consumo mais consciente e saudável de certos tipos de alimento. "Ainda temos muito o que melhorar, mas com a maior informação, seja por meio de veículos de comunicação, de profissionais da saúde ou mesmo dos novos rótulos de alimento, muitas pessoas estão entendendo a importância de diminuir o consumo de alimentos ultraprocessados e o quanto eles podem ser prejudiciais para a saúde" opina.

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