Por Redação
23 de dezembro de 2025Quando a exposição vende: o poder do visual merchandising no supermercado
Estratégia orienta o fluxo, ativa emoções e transforma exposição em conversão, seja em períodos sazonais ou compras por impulso
O visual merchandising deixou de ser apenas uma preocupação estética e passou a ocupar papel estratégico no varejo alimentar. Para Paloma Cleim, estrategista de Marketing Digital, ele funciona como um “GPS silencioso” que dirige o olhar do consumidor e organiza a jornada dentro da loja. Para destacar categorias estratégicas ou produtos sazonais, três pilares são essenciais: visibilidade, contexto e experiência. A localização é o primeiro passo: áreas de maior circulação, pontas de gôndola e zonas de parada natural, como filas do caixa, potencializam a exposição de itens de maior margem.
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A sinalização clara e coerente reforça a sazonalidade e cria sensação de novidade, enquanto o storytelling visual, com cores, ambientações e elementos que remetem à ocasião, ativa emoções e aumenta o desejo de compra. E quando o varejo combina produtos complementares em ações de cross-merchandising, amplia conveniência e ticket médio.
A influência do visual merchandising vai além do impacto visual: ele molda o comportamento do shopper. Layout, iluminação e comunicação visual funcionam como mapas invisíveis que conduzem o consumidor por rotas que favorecem descoberta e tempo extra na loja, dois fatores decisivos para ampliar vendas. Ao mesmo tempo, o ambiente visualmente organizado e acolhedor reduz a fadiga e aumenta a sensação de confiança, facilitando a tomada de decisão. Exposições bem montadas transformam produtos do dia a dia em itens desejados, estimulam compras por impulso e tornam o processo mais fluido, diminuindo atritos como dificuldade de localização ou excesso de estímulos desconexos.
Mesmo com todo esse potencial, erros ainda são comuns. A falta de padronização visual, com sinalizações desconectadas e identidades fragmentadas, confunde o consumidor e enfraquece a mensagem. Gôndolas poluídas prejudicam a percepção de valor, enquanto uma iluminação inadequada compromete o impacto de categorias estratégicas. Outro ponto crítico é o improviso: campanhas sazonais montadas em cima da hora desperdiçam semanas importantes de venda.
Paloma também alerta para o risco de focar apenas na exposição, ignorando experiências que encantam, como degustações, vitrines inspiracionais e ativações temáticas. E, por fim, decisões baseadas apenas em intuição, sem análise de mapas de calor, comportamento de circulação ou margem por categoria, limitam resultados.
