
Por Redação
31 de março de 2025Supermercados seguros: melhores práticas de cibersegurança para o setor
A segurança no varejo exige uma abordagem contínua e multifacetada, combinando tecnologia avançada, treinamento de pessoal e conformidade com a LGPD
No setor supermercadista, a segurança dos sistemas de ponto de venda (POS) é fundamental para proteger dados sensíveis de clientes e transações financeiras. Para garantir essa proteção, é essencial adotar uma abordagem integrada de cibersegurança. A criptografia e tokenização dos pagamentos são indispensáveis, pois qualquer dado que trafega deve ser ilegível para terceiros. Além disso, a segregação de redes é uma medida crucial: os sistemas de pagamento precisam estar em redes separadas, isoladas da rede administrativa e do Wi-Fi público das lojas. A autenticação multifatorial (MFA) também deve ser implementada para qualquer acesso administrativo, garantindo uma camada extra de segurança.
Manter os sistemas atualizados é outro aspecto essencial, já que softwares desatualizados representam uma das portas de entrada mais comuns para ataques. O treinamento contínuo das equipes também não pode ser negligenciado, pois um funcionário desatento pode abrir brechas de segurança, tornando-se o elo mais fraco da cadeia.
Dessa forma, a segurança no varejo deve ser vista como um processo contínuo, onde as empresas precisam estar sempre preparadas para enfrentar as ameaças, considerando o ambiente de cibersegurança como um "cofre", não apenas como uma porta trancada. “No que diz respeito ao monitoramento de ameaças cibernéticas em tempo real, é importante entender que a proteção 100% contra ataques é praticamente impossível”, recomenda Moritz Neto, fundador do grupo UNFAIR ADVANTAGE, que cria produtos para alta performance e do SalesArmy, uma plataforma de automação de vendas com inteligência artificial.
Para Neto, o objetivo, portanto, é detectar e responder a ameaças rapidamente, minimizando os danos. “Sistemas como o SIEM (Security Information and Event Management) desempenham um papel fundamental, pois analisam logs e identificam padrões de ataques em tempo real. O uso de inteligência artificial (IA) é cada vez mais comum, pois algoritmos conseguem identificar comportamentos anormais antes que um analista humano perceba a ameaça. Além disso, a redundância e a implementação de backups imutáveis são vitais para garantir a recuperação em caso de um ataque, como os de ransomware”, salienta.
A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) trouxe avanços na segurança das compras online, obrigando as empresas a serem mais responsáveis com os dados dos consumidores. No entanto, a verdadeira segurança não vem de leis, mas da execução eficaz das práticas de proteção. Embora a LGPD tenha proporcionado mais direitos aos consumidores, algumas empresas ainda fazem apenas o mínimo necessário para evitar multas, sem realmente aprimorar suas defesas digitais. A segurança real depende do investimento em soluções adequadas, como servidores seguros e sistemas de proteção robustos, para que os dados não fiquem vulneráveis a ataques simples.