Por Redação
24 de janeiro de 2025Alta no preço de alimentos e bebidas preocupa governo, que sinaliza promover ações para baratear produtos em 2025
Levantamento do IBGE indicou que o grupo foi o que registrou a maior elevação de preços em 2024, 8%.
O aumento de preços dos alimentos tem preocupado o governo brasileiro. Em busca de obter soluções para “frear” o crescimento dos preços, o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem cobrado durante as reuniões ministeriais, principalmente junto aos ministérios da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário, medidas que possam mitigar o problema.
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Nesta sexta-feira (24), o presidente Lula convocou ministros para discutir assuntos governamentais que possam contribuir para resolver o problema. A questão já era uma preocupação no governo durante o ano de 2024, e foi reforçada este ano após a publicação dos dados do IPCA-15 de dezembro, que indicou que houve uma desaceleração nos preços gerais, mas registrou a alta dos alimentos, que ficaram 1,47% mais caros em dezembro - de acordo com o levantamento do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Entre os setores que tiveram maior variação nos preços, esteve o grupo alimentação e bebidas, que registrou a maior elevação de preços em 2024, chegando a 8,00%. O IPCA-15 encerrou o ano com elevação de 4,71%, acima do teto da meta de inflação de 3,0% perseguida pelo Banco Central em 2024, cujo teto de tolerância é 4,5%. “Os alimentos estão caros na mesa do trabalhador. Todo ministro sabe que o alimento está caro. Nós temos agora um tema muito importante. Vamos ter que trabalhar reconstrução, união e comida barata na mesa do trabalhador”, disse o presidente Lula durante abertura da reunião ministerial na última segunda-feira (20).
O governo avalia que o aumento dos alimentos se deu por uma série de fatores. Entre eles, os eventos climáticos extremos como a seca em diferentes regiões e enchentes no Rio Grande do Sul, aumento do dólar pressionando preços de insumos do setor agropecuário, o ciclo pecuário, com menos oferta de animais para o abate em 2024 e a economia aquecida que elevou o consumo.
De olho na movimentação do governo e também interessado em resolver a questão, o setor de supermercados, liderado pela Abras (Associação Brasileira de Supermercados) enviou sugestões ao governo. Entre elas está a flexibilização das datas de validade dos alimentos. Dados da Abia (Associação Brasileira da Indústria de Alimentos) revelam que atualmente 0,49% da produção de alimentos é desperdiçada por ultrapassar a data de validade. Isso representa até R$ 3 bilhões, de acordo com a associação.
O setor varejista defende a adoção do chamado “PAT eSocial”, que não é consenso no varejo. A ideia é que os pagamentos de benefícios de alimentação e refeição feitos pelos empregadores no âmbito do Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT) passem a ser feitas em contas da Caixa, sem a adoção de empresas intermediárias dos benefícios, que hoje cobram dos varejistas tarifas até 6% para efetuar as transações. A Abras calcula que a medida possa gerar R$ 10 bilhões de economia ao ano, cálculo contestado pela Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes).
Sobre acatar a sugestão da Abras ainda no primeiro bimestre, o ministro Rui Costa rejeitou a proposta. “Não vejo nenhuma possibilidade dessa sugestão específica ser adotada. Se é para produto de não consumo humano, como de limpeza, poderia até avaliar e discutir, mas para alimentos, para uso pessoal, não faz parte da nossa cultura e não está no nosso cenário adotar essa medida”, disse o ministro da Casa Civil.
Interlocutores da equipe econômica, por sua vez, já sinalizavam que as ideias do setor supermercadista eram apenas sugestões, e não propostas do governo, e que estão em discussão no Executivo, principalmente nas mãos das pastas de Agricultura e de Desenvolvimento Agrário.
Na minha opinião o reflexo do aumento dos preços dos alimentos, são por conta de aumento de impostos, aumento de preços dos combustiveis, aumento do valor do Dólar, e da falta de controle sobre os gastos governamentais, a sociedade não tem culpa disto, a situação climática no País contribuiu para a baixa produtividade, mas não é a grande responsável pelo que estamos passando.