
Por Redação
3 de outubro de 2025Startups de alimentação impulsionam inovação no varejo alimentar
Soluções que vão do combate ao desperdício à produção de proteínas alternativas mostram como as foodtechs estão moldando o futuro do setor
As startups de alimentação, também chamadas de foodtechs, vêm conquistando espaço no universo varejista ao combinar inovação tecnológica e novos modelos de negócio. Diferente das empresas tradicionais, essas companhias nascem pequenas, mas têm grande potencial de crescimento, justamente por trazerem soluções criativas para problemas antigos relacionados à produção, distribuição e consumo de alimentos.
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Com foco em sustentabilidade, conveniência e qualidade de vida, as foodtechs atuam em diversas frentes: desenvolvimento de proteínas alternativas, redução de desperdício, rastreabilidade, aplicativos de entrega, assinaturas de cestas orgânicas, kits de refeições prontas e produtos voltados à saúde e ao bem-estar. A tecnologia é peça central nesse processo, com o uso de inteligência artificial, blockchain e big data para prever demanda, oferecer soluções personalizadas e aumentar a eficiência da cadeia alimentar.
As parcerias com o varejo, especialmente supermercados, têm sido decisivas para expandir esse movimento. Além de disponibilizar ao consumidor produtos inovadores e acessíveis, os supermercados fortalecem sua atuação em práticas de ESG, geram receita a partir de estoques que antes seriam descartados e respondem a um consumidor cada vez mais atento a responsabilidade socioambiental.
O movimento das foodtechs no Brasil mostra que inovação e impacto positivo podem caminhar juntos. Ao lado do varejo, essas startups estão moldando um futuro mais sustentável, eficiente e conectado às expectativas do consumidor, que busca cada vez mais por conveniência, qualidade e responsabilidade ambiental na hora de se alimentar.
Food To Save: preços mais acessíveis
Para Lucas Infante, CEO da Food To Save, as startups do setor estão revolucionando o mercado ao trazer novos olhares para a cadeia alimentar. “As foodtechs trazem inovação para um setor historicamente conservador, rompendo com modelos ultrapassados e mostrando que é possível unir propósito e resultado. No nosso caso, enfrentamos o problema do desperdício de alimentos com uma solução prática e escalável”, afirma.
Segundo Lucas, a atuação das foodtechs no Brasil é diversa: delivery, agricultura, rastreabilidade, proteínas alternativas e economia circular. No caso da Food To Save, o foco está em dar uma segunda chance a produtos próximos da data de vencimento, evitando o descarte. “Para o varejo, representamos uma oportunidade de receita incremental. Para o consumidor, acesso a alimentos de qualidade por preços mais acessíveis. E para o meio ambiente, o benefício é claro: menos desperdício significa menos emissão de CO₂”, explica o executivo.
Hoje, a empresa mantém parcerias com Grupo Pão de Açúcar, Cacau Show, Havanna, Zé Delivery e Rede Accor, entre outros, ampliando seu alcance junto ao varejo alimentar.
Connecting Food: tecnologia para redistribuir alimentos
Já a Connecting Food, comandada por Priscilla Socoloski, atua no combate ao desperdício com foco na redistribuição de excedentes próprios para consumo. “Cada tonelada de alimento salva significa menos carbono emitido e mais refeições chegando a quem precisa. Essa é a revolução: transformar desafios em impacto positivo”, destaca a CEO.
De acordo com a executiva, o varejo alimentar é peça-chave nessa agenda, já que, ao evitar descartes, reduz custos de logística e gestão de resíduos, aumenta a eficiência operacional e fortalece sua reputação junto ao consumidor. “O setor avança também no cumprimento de metas ESG, cada vez mais relevantes, além de ajudar a construir uma cultura de responsabilidade compartilhada”, complementa.
A Connecting Food já firmou parcerias com grandes nomes do varejo e da indústria, como GPA, Assaí Atacadista, Proença Supermercados, Bauducco, Carrefour e Lopes, além de iniciativas como Pacto Contra a Fome e Brasil Sem Desperdício (WRAP/WWF-Brasil).