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Varejo
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Por Redação
20 de janeiro de 2025

Supermercados do futuro: como a IA transformará o varejo até 2030

Especialistas explicam como o setor se beneficiará de um ecossistema de dados e experiências, com anúncios personalizados e interatividade no ponto de venda

O varejo supermercadista está em plena transformação, impulsionado por avanços tecnológicos que prometem redefinir seu papel neste segmento até o ano de 2030. Estudos indicam que o comércio social, que integra redes sociais e plataformas de anúncios, deve movimentar cerca de US$ 8,5 trilhões até o final da década. Essa tendência reflete a crescente digitalização do setor e a busca por novas fontes de receita além da venda tradicional de produtos.

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Para Bruno Almeida, CEO da US Media, a inteligência artificial (IA) será fundamental nessa evolução. “Com a IA, os supermercados podem criar ecossistemas que vão muito além da venda de produtos, tornando-se centros de dados e experiências. Até 2030, as plataformas baseadas em IA permitirão identificar padrões de consumo com precisão, possibilitando anúncios personalizados em tempo real, tanto nas lojas físicas quanto nos canais digitais”, afirma.

Patricia Artoni, professora da FIA Business School, compartilha essa mesma visão e ressalta que a evolução na coleta e análise de dados, aliada à automatização de processos, permite que as redes supermercadistas acessem e interpretem informações em tempo real, sendo proativas no relacionamento com o cliente. “O varejo supermercadista detém agora um conhecimento sem precedentes sobre seus clientes, permitindo uma compreensão profunda de como posicionar produtos de forma eficaz”, observa.

Integração de dados e personalização publicitária

De acordo com Almeida, a capacidade de integrar dados de comportamento de consumo em tempo real com campanhas publicitárias personalizadas representa uma oportunidade significativa para o setor varejista. “Utilizando tecnologias avançadas como sensores e sistemas de IA, os supermercados podem monitorar padrões de tráfego e preferências dos consumidores enquanto navegam pelas prateleiras. Combinando isso a dados históricos e de fidelidade, eles podem disparar anúncios ou ofertas hiper-relevantes no momento exato”, diz o executivo.

A professora Artoni complementa destacando que essa abordagem oferece vantagens significativas para as marcas, incluindo maior eficácia publicitária e retorno sobre investimento aprimorado. “Os consumidores, por sua vez, beneficiam de uma experiência de compra personalizada, maior conveniência e potencial economia de tempo e dinheiro”, acrescenta a docente da FIA Business School.

Diante deste cenário, ambos os entrevistados pela SuperVarejo alertam para os desafios relacionados com a privacidade dos consumidores. “O sucesso dessa estratégia dependerá da capacidade dos supermercados e marcas de equilibrar a personalização com o respeito à privacidade do consumidor, garantindo transparência no uso de dados”, enfatiza Patrícia Artoni.

Desafios e oportunidades na adoção de IA

A adoção de tecnologias baseadas em IA para criar experiências publicitárias imersivas e interativas nos pontos de venda apresenta desafios e oportunidades, a professora explica que um dos principais obstáculos é a integração harmoniosa dessas tecnologias no ambiente físico da loja sem comprometer a experiência tradicional de compra. “Isso requer um equilíbrio entre inovação e familiaridade, garantindo que as novas experiências agreguem valor sem alienar os clientes”, analisa Patrícia.

Segundo Bruno Almeida, espera-se diferentes oportunidades proporcionadas pela IA, principalmente a criação de experiências verdadeiramente personalizadas e contextuais. “Tecnologias como realidade aumentada e inteligência artificial generativa podem transformar pontos de venda em ambientes imersivos onde os consumidores não apenas compram produtos, mas vivenciam as marcas de maneira interativa”, afirma.

Os especialistas acreditam que a convergência entre varejo, inteligência artificial e plataformas digitais está remodelando o setor supermercadista, posicionando-o como um canal de mídia cada vez mais estratégico e inovador. “A capacidade de integrar dados, personalizar experiências e respeitar a privacidade dos consumidores será determinante para o sucesso nessa nova era do varejo”, completa o CEO da US Media.

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