Por Vitor Garcia
19 de maio de 2022Gerações e tribos ditam o novo processo seletivo nas corporações
Fatores como aumento de longevidade e novos propósitos de vida que precisam se alinhar aos profissionais fazem com que os processos de recrutamento e seleção sejam revistos de acordo com a nova realidade
Gerações e Tribos foi o tema central do segundo dia de apresentações no painel de Desenvolvimento e Formação, conduzido por Silvia Martins, diretora de programas para famílias empresariais da Fundação Dom Cabral.
A primeira convidada a falar foi Juliana Fiuza, headhunter, que ressaltou falou sobre um assunto muito pertinente atualmente: como lidar com o conflito e convergências de gerações. ?Estamos com uma expectativas de longevidade muito positiva e inédita, e precisamos focar nisso, estimulando a aprendizagem autodirigida de modo que nos adaptemos nossas estratégias de recrutamento e seleção a essa nova realidade?.
Na sequência, Renata Andrade diretora técnica do Instituto Diversitas falou sobre ?Trabalhando a diversidade e a inclusão: desafios do varejo?, em que explicou sobre a necessidade de um processo de conscientização da importância da Diversidade e Inclusão nas empresas. ?É de extrema relevância e urgência para a sociedade tanto da perspectiva da justiça, como para uma melhor compreensão dos clientes, inovação e criação de vantagem competitiva?. O desafio, segundo Renata, está em como promover essa transformação na prática, de modo a promover a valorização da diversidade e a inclusão de forma efetiva.
E para encerrar o painel, Sofia Esteves, fundadora e Presidente do conselho do Grupo Cia de Talentos, trouxe o tema: ?Uma empresa, diversas tribos?, onde citou que em um ambiente complexo, com diferentes modelos de negócios, existem diversas tribos, mas onde todos são orientados por um único propósito. ?Mesmo com toda a diversidade, é possível que todos caminhem juntos, na mesma direção, e o que poderia ser um empecilho, passar a ser um propulsor para que a empresa inove e diferencie das demais, tornando todo o processo de cultura e valores muito mais acolhedor?.
?A Sucessão e a longevidade dos negócios?, em que as estratégias tanto das famílias, como dos negócios devem estar alinhadas aos interesses de investimentos de capital humano e governança familiar, assim como investimentos financeiros e de governança corporativa para que os resultados sejam satisfatórios. ?O nível de preparação dos envolvidos na sucessão precisar considerar a relação sucessor e sucedido, os desafios estratégicos e o grau de compromisso com a missão?, explica Silvia.
Muitas famílias centenárias possuem uma visão de futuro comum compartilhada e profissionalizam a gestão da empresa preparando a família, cuidando do patrimônio com uma atenção especial para estruturas e instrumentos de governança ?Membros familiares se preparam para o papel de sócios, herdando muito além do capital e das cotas, mas sim o legado do fundador e os valores da família?, complementa.
No entanto, há uma série de outras questões que precisam ser consideradas, como o fato de o sucessor familiar estar pronto para tal função, ou ainda melhor, querer ocupá-la. ?Há três tipos comuns de sucessão: por patrimônio, por legado ou por gestão, e é preciso saber em qual dessas se enquadra a empresa em que se está inserido para ser mais assertivo nos próximos passos?.
Logo na sequência, o diretor sênior de Recursos Humanos do Carrefour, Kiko Campos, conduziu a palestra sobre ?A inovação através do empoderamento dos colaboradores?, citando que é preciso estar claro de que não existe nenhum atalho para a inovação, e que se trata de três fatores importantes: Gestão de talentos, Gestão de pessoas e Gestão de times e ambiente de trabalho. ?Tão importante quanto identificar talentos é aproveitá-los?, ressalta Campos.
Já Marcelo Salum, CEO & Founder do IBVV ? Instituto Brasileiro de Vendas e Varejo apresentou ?Ações práticas para empoderar a equipe?, por meio de um ecossistema adaptável, competitivo, disruptivo, claro e capaz de criar novos líderes intencionalmente. ?É preciso fazer o que precisa ser feito, sempre avaliando o potencial da equipe?, diz.
Finalizando as apresentações do painel, Frederico Lacerda, da Pin People, falou sobre ?A importância do Humano nos negócios e o papel facilitador da tecnologia?, combinando a psicologia organizacional, a ciência de dados e a tecnologia para ajudar as organizações a medirem, entenderem e agirem sobre os dados de experiência dos seus colaboradores, de ponta a ponta. ?Nunca se investiu tanto na experiência do cliente (CX), sendo que 89% das empresas acreditam competir no CX, enquanto 40% dos projetos são focados no CX?, como aponta um levantamento feito pela Pin People. ?Vivemos um aumento da competição local e global por talentos, com profissionais mais bem capacitados e com novas expectativas com relação ao trabalho?, finaliza.