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Por Leandro Rosadas
25 de março de 2025

Entenda a alta do preço do ovo e como o supermercadista deve reagir

Confira o novo artigo exclusivo de Leandro Rosadas para a SuperVarejo

Você já deve ter notado que o preço do ovo disparou nas últimas semanas, pegando não só os consumidores, como também os supermercadistas de surpresa. O valor do item tão usado nas casas brasileiras registrou um crescimento de 15% nas prateleiras, foi o que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontou. No acumulado dos dois primeiros meses desse ano, os preços já subiram 16,4%, em 12 meses, a alta é de 10,4%. Para muitos, o motivo por trás desse aumento é só uma questão de sazonalidade, porém, é um problema global que exige uma resposta rápida na operação da loja. E se você não agir agora, vai perder margem e cliente.

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Os principais fatores para o valor do ovo subir tanto nas prateleiras são variados, entre eles, está a alta demanda interna. Por conta do aumento do preço da carne, diversos brasileiros focaram em adquirir os ovos como fonte de proteína mais acessível, a chegada da Quaresma, período em que o consumo de carne vermelha cai, também intensificou ainda mais essa demanda. Em contrapartida, também há uma alta da demanda externa.

Isso porque os Estados Unidos, por exemplo, está passando por um surto de gripe aviária, que levou ao abate de milhões de aves, reduzindo drasticamente a produção de ovos. Como resultado, os preços no mercado americano subiram 15% em janeiro de 2025 em comparação com o mês anterior. Em consequência, as exportações brasileiras de ovos cresceram 22,1% em janeiro de 2025 em comparação com o mês anterior, segundo o levantamento feito pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Só para os Estados Unidos, a alta foi de 33%, o que reduziu ainda mais a oferta interna e pressionou os preços nas granjas e nos supermercados.

As condições climáticas também possuem uma parcela de culpa nesse movimento. A forte onda de calor no início de 2025 afetou a produtividade das galinhas poedeiras, reduzindo a oferta de ovos. Altas temperaturas também podem causar um estresse nas aves, diminuindo sua capacidade de postura.

Por fim, as novas regulamentações formam uma nova barreira para que os brasileiros encontrem um valor mais baixo dos ovos nas prateleiras. Uma nova regulamentação do Ministério da Agricultura reduziu o peso médio por unidade em cerca de 10 gramas, ou seja, além de pagar mais, o consumidor leva menos produto para casa. A partir desse mês, os vendidos avulsos deverão ter informações como data de validade e registro do produtor impressas na casca. Essa medida visa aumentar a segurança alimentar, mas também implica custos adicionais para os produtores.

Mas, o que fazer para proteger sua margem e não perder cliente? Há algumas estratégias que supermercadistas podem seguir:

1. Negociação agressiva com fornecedores:

Se você ainda não está conversando com seus fornecedores de ovos diariamente, saiba que está ficando para trás. Negocie prazos, condições e volumes. Em tempos de oferta restrita, quem se antecipa garante o abastecimento e evita rupturas.

2. Destaque as embalagens econômicas:

Com o aumento de preço por unidade, as embalagens maiores podem parecer mais vantajosas para o consumidor. Reforce essa opção nas comunicações dentro da loja.

3. Atenção à precificação dinâmica:

Esse é o momento de ajustar os preços com base no custo real, sem comprometer a margem. O supermercadista que segura o preço por medo de perder cliente acaba operando no prejuízo. Quem entende de precificação sabe que lucro não é negociável.

4. Informação na gôndola:

Seu cliente precisa entender os motivos por trás do aumento do ovo, utilize cartazes simples e diretos explicando a situação. Frases como: “devido ao aumento das exportações e menor produção global, o preço dos ovos subiu. Estamos trabalhando para garantir o melhor custo para você", promove uma transparência maior para o público, o que também gera confiança por parte dele.

5. Amplie o mix de proteínas:

Se o ovo está caro, ofereça outras alternativas. Frango, embutidos e até proteínas vegetais podem ser destacados para compensar a queda nas vendas de ovos. Lembre-se: o cliente que não encontra solução na sua loja procura em outro lugar.

É importante ressaltar que a alta no preço do ovo não vai desaparecer de um dia para o outro. Enquanto os Estados Unidos enfrentarem problemas na produção, as condições climáticas permanecerem adversas e o mercado externo continuar aquecido, a pressão sobre os preços seguirá. O supermercadista que espera a situação se resolver sozinha vai perder margem, cliente e competitividade. Neste setor, a regra é clara: resultado vem da execução. Ajuste seu mix, renegocie com fornecedores e, acima de tudo, proteja seu lucro. Porque, no fim das contas, quem se mexe primeiro é quem domina o mercado.

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