Por Redação
19 de julho de 2024Produtos essenciais da cesta de consumo registraram alta de preço em junho
As categorias que registraram crescimento foram na de produtos semielaborados e industrializados
O Índice de Preços dos Supermercados (IPS), calculado pela Associação Paulista de Supermercados (APAS) em parceria com a Fipe, registrou inflação de 0,80% em junho, ante o aumento de 0,27% do mês anterior. A alta do indicador no mês de referência foi puxada pelos preços das categorias de produtos semielaborados (1,55%) e industrializados (1,06%). As bebidas alcoólicas, os produtos de limpeza e os artigos de higiene pessoal e beleza registraram alta moderada no mês, com variação de 0,15%, 0,29% e 0,23%, respectivamente. Por outro lado, as bebidas não alcoólicas ficaram estáveis.
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Com o resultado de junho, o IPS acumula alta de 3,23% no ano, enquanto em doze meses, o índice, que ainda traz o efeito desinflacionário do segundo semestre de 2023, aponta alta de 2,61%.
Para o segundo semestre deste ano, a APAS estima que o IPS continue em ascensão, especialmente entre os meses de julho a setembro, motivado por fatores como câmbio e alterações climáticas. Considerando esses tópicos e os seus impactos diretos sobre a produção, a distribuição e o consumo das famílias, a APAS reajustou sua projeção de inflação nos supermercados para o ano de 2024, fixando-a em 5,5%. O cenário projetado pela APAS considera tanto os efeitos do mercado doméstico quanto os impactos provenientes do setor externo.
Semielaborados
A categoria de produtos semielaborados registrou alta de 1,55% em junho, com esse resultado a categoria acumula inflação de 5,94% no ano. O aumento apurado em junho foi resultado da elevação de preços ao consumidor final, especialmente, do leite e da carne bovina, que variaram 6,98% e 0,46%, respectivamente. Enquanto essas subcategorias de produtos registraram alta, o preço do frango recuou -0,64%, e a carne suína (0,04%) e os cereais (0,02%) ficaram relativamente estáveis.
Carne bovina
A carne bovina registrou alta no mês de junho, motivada principalmente pelo aspecto sazonal decorrente da mudança de estação do ano, que afeta os pastos e alteram a dieta de engorda bovina. O aumento do subgrupo de carne bovina não foi uniforme entre os diferentes cortes, enquanto o contrafilé (3,38%) e a fraldinha (3,67%) registraram inflação no mês, o coxão duro (-4,11%), a costela (-4,06%), a alcatra (-0,58%) e o músculo (-0,42%) apuraram redução de preços.
Leite
A subcategoria de leite registrou expressiva alta no mês (6,98%), acumulando avanço de cerca de 25% no ano. O aumento do preço do leite ao consumidor final nos últimos meses é fruto da inflação em toda a cadeia.
A alta no preço do leite é decorrente, principalmente, da redução da oferta e da entressafra nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, além do atraso na safra do Sul do país devido ao clima.
Cereais
Dentre a categoria dos cereais, o arroz continua mostrando tendências inflacionárias, com sucessivos aumentos nos preços ao longo dos últimos 12 meses e no acumulado do ano de 2024 até junho. Em contrapartida, feijão e milho mostraram deflação, com quedas nos preços durante o mesmo período. O preço do arroz aumentou em 3,04% em junho, contribuindo para uma inflação de 29,25% nos últimos 12 meses e um aumento de 10,21% no acumulado do ano de 2024 até junho. O feijão por sua vez apresentou redução significativa de preços em junho (-5,25%).
Industrializados
A categoria de produtos industrializados, após deflação de 0,44% em maio, registrou alta de 1,06% em junho. É fruto do aumento de preços de todas as subcategorias que compõem os produtos industrializados, porém, as altas mais expressivas foram dos cafés, achocolatados em pó e chás (2,92%), derivados de leite (1,82%), panificados (1,34%) e óleos (1,22%).
Café
Dentre os diferentes produtos que compõem a categoria de industrializados, cabe destacar a variação de preço do café. A subcategoria de cafés, achocolatados em pó e chás majoraram os preços em 2,92%, sendo que o café em pó aferiu alta de 3,86% no mês.
O aumento do preço do café ao consumidor final é decorrente da conjunção do aumento da cotação do produto no mercado internacional e queda de safra de café no Sudoeste asiático.
Bebidas
Na categoria de bebidas, as alcoólicas apresentaram uma variação moderada de 0,15% no mês, impulsionado pela alta de 1,05% no preço do vinho. Com o aumento de junho, o vinho acumula uma inflação de 5,51% no ano. Esse aumento é atribuído aos custos crescentes de produção e distribuição. O segmento de bebidas não alcoólicas, não houve alteração significativa no indicador mensal, apesar de uma deflação de -0,32 nos produtos à base de soja.
Artigos de limpeza
A categoria de artigos de limpeza apresentou uma inflação moderada de 0,29% no período analisado. Entre os produtos que registraram alta, destacam-se o desinfetante, com aumento de 1,10%, o inseticida 1,35%, e o sabão líquido 2,84%. Em contrapartida, o sabão em barra registrou uma deflação de -1,69%. No geral, observa-se que a categoria não apresentou alterações significativas, com a maioria dos produtos seguindo uma tendência deflacionária.
Produtos de higiene pessoal e beleza
Nesta categoria, houve uma inflação moderada de 0,23%. Destacam-se os seguintes aumentos de preços: cotonetes (1,04%), fraldas descartáveis (2,48%), esmalte (1,97%), tintura para cabelo (1,06%) e creme para cabelo (1,83%). Por outro lado, alguns produtos apresentaram deflação, como creme dental (-1,41%) e escova dental (-1,91%). No geral, este segmento manteve-se estável, sem variações significativas.