Entenda como evitar o desperdício no setor de frutas, legumes e verduras

O desperdício de alimentos no Brasil é um problema crônico. Do total de alimentos jogados fora, 40% vem das perdas que ocorrem na distribuição. O varejo responde por 12% desse total de acordo com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). A Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS) identificou que os principais responsáveis são a validade vencida (36,9%) e a impropriedade para venda (30%).

As perdas de frutas e verduras em supermercados são principalmente causadas por uma combinação de fatores físicos e operacionais. Os mais comuns são o manuseio inadequado durante o carregamento e a descarga, que pode danificar os produtos e as condições de armazenamento impróprias, como temperatura e umidade inadequadas, que aceleram a deterioração. O manuseio dos produtos por parte dos clientes que acabam estragando os produtos na busca da melhor aparência também resulta em perdas de FLV.

Marcelo Reis, Especialista em Vendas, Gestão Empresarial e CEO do MR16, também cita a previsão imprecisa das vendas, que pode resultar em uma oferta que supera a demanda. "Como falamos de produtos com validade curta, é essencial ter um entendimento preciso da quantidade a ser adquirida para evitar perdas no estoque", orienta.

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Como então mudar esta realidade? O especialista sugere algumas rotinas na loja.

• Manter rigoroso controle de temperatura e umidade em áreas de armazenamento e exposição;
• Utilizar um princípio para garantir que os itens mais antigos sejam vendidos primeiro;
• Capacitar os funcionários para o manuseio cuidadoso dos produtos;
• Selecionar fornecedores que utilizem práticas agrícolas e de embalagem que prolonguem a vida útil dos produtos também é crucial;
• Modernização da frota de transporte para incluir veículos refrigerados com sistemas de controle de temperatura e umidade avançados.

Reis ainda explica que cada etapa da cadeia de valor de frutas e verduras apresenta riscos específicos. "Durante o cultivo, variações climáticas extremas podem afetar a qualidade e quantidade das colheitas. No transporte, atrasos e falhas em manter condições controladas de temperatura e umidade podem levar à rápida deterioração. No armazenamento e na loja, a inadequação das instalações e a gestão ineficiente do estoque podem resultar em produtos que expiram antes de serem vendidos. E na venda, a exposição direta ao cliente sem alguma proteção, pode também fazer com que o valor agregado seja diminuído pela má aparência", elenca o especialista.

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