
Por Redação
14 de janeiro de 2025Como o varejo pode colaborar com o combate ao racismo nas relações de consumo
Procon SP, em parceria com a Universidade Zumbi dos Palmares, lança programa para educar e conscientizar as empresas e proteger o cidadão de discriminação
Mais de 70% das pessoas pretas no Brasil afirmam terem sido seguidas por segurança dentro de lojas, segundo dados do instituto Locomotiva. Para combater o racismo e enfrentar o preconceito nas relações de consumo, o Procon SP, em parceria com a Universidade Zumbi dos Palmares, lançou o programa Procon Racial para impactar a cadeia do varejo.
Segundo Elaine da Cruz, diretora de atendimento do Procon-SP, o programa prevê cursos com a missão de educar e conscientizar as empresas e proteger o cidadão de discriminação nas relações de consumo. “Fornece conceitos fundamentais para uma postura respeitosa e igualitária e serve de alerta para a existência de uma política de enfrentamento ao racismo”.
Inicialmente, o programa foi apresentado para associações setoriais e agora, em sua segunda fase, está voltado às empresas, as quais têm sido convidadas, por meio de suas ouvidorias, a aderir de forma voluntária. Isto envolve o letramento e a capacitação sobre o tema; além do canal de denúncias.
Em 2023, o Grupo Carrefour Brasil aderiu a iniciativa que prevê ainda, a criação de ambientes seguros e de acolhimento para vítimas de casos de discriminação (Programa Ambiente de Consumo Seguro). “A adoção de um novo modelo de segurança trouxe uma grande mudança no perfil do profissional que exerce a função de fiscal dentro das lojas. A ênfase é no atendimento acolhedor e empático, reforçado por treinamentos voltados à diversidade, apoio ao cliente e gerenciamento pacífico de conflitos”, conta Claudionor Alves, Diretor de Equidade Racial e Relações Institucionais do Grupo Carrefour Brasil.
A empresa mantém ainda um canal de denúncia anônima (https://conexaoeticacarrefour.com.br/ e 0800 772 2975) para reportar qualquer violação ao Código de Conduta Ética e demais políticas. Segundo Alves, as ações tomadas para combate e enfrentamento ao racismo são consistentes e permanentes e estão estabelecidas em três frentes: treinamento, com investimento em capacitação e construção de uma cultura inclusiva e antidiscriminatória; políticas de consequência, agindo para que nenhum desvio de conduta fique impune; e a adoção de uma postura transparente assumindo as responsabilidades e dialogando com a sociedade.
Ligada à frente de transparência que impacta diretamente a relação de consumo, a implementação de câmeras corporais para 100% dos fiscais internos e seguranças externos tem dado mais transparência para as interações entre colaboradores e clientes, acompanhando a aderência dos funcionários aos protocolos de atuação estabelecidos pela companhia. Após cerca de um ano da implementação foi notada uma redução do número de incidentes em mais de 30%.