Newsletter
Receba novidades, direto no seu email.
Assinar
Varejo
...
Por Redação
19 de março de 2025

Mulheres rompem barreiras e ocupam cargos tradicionalmente masculinos no varejo alimentar

Nos supermercados elas enfrentam desafios diários, que vão desde vencer o preconceito até a necessidade de provar constantemente a sua competência

O mercado de trabalho brasileiro e global tem testemunhado uma transformação importante nos últimos anos: cada vez mais mulheres estão ocupando cargos historicamente “dominados” ou ocupados por homens. No setor do varejo alimentar, essa mudança é visível em áreas como manutenção elétrica, locução, conferência de mercadorias e até mesmo no açougue e peixaria. Profissionais que antes eram exceção agora se tornam exemplos de força e competência, desafiando estereótipos e ampliando as possibilidades para futuras gerações. "No setor de varejo, as mulheres ainda enfrentam desafios para ocupar cargos de liderança, reflexo de barreiras históricas e do preconceito de gênero. A cultura empresarial tende a valorizar estilos de liderança tradicionalmente associados aos homens, criando obstáculos adicionais para a ascensão feminina em um mercado dinâmico e competitivo”, explica Paulo Silvestre, especialista em Desenvolvimento, Análise de Negócios e Inovação.

LEIA TAMBÉM

Porém, o que se tem observado é que mulheres cada vez mais rompem barreiras, desafiam padrões e conquistam espaço em funções cada vez mais diversas. No Supermercados Mundial, elas estão em diversos setores e têm diferentes histórias. Elas são eletricistas, locutoras, conferentes, açougueiras, peixeiras, e etc.. Mais do que apenas ocupar esses espaços, elas enfrentam desafios que vão desde o preconceito até a necessidade de provar constantemente a sua competência.

As mulheres da rede Mundial: elas estão por toda a parte

Patrícia Souza de Paula começou sua trajetória no Supermercados Mundial como terceirizada no setor de pacotes. Sempre gostou de comunicação e, ao observar o trabalho dos locutores da loja, sentiu vontade de seguir esse caminho. Com dedicação, passou a treinar sua voz e a estudar técnicas de locução. Hoje, além do carinho que recebe dos clientes pela sua voz marcante, ela inspira outras mulheres a acreditarem em seu potencial. "Todo mundo é capaz de fazer aquilo que deseja. Basta correr atrás, batalhar e agarrar as oportunidades", afirma. "Quando peguei o microfone pela primeira vez, tremia de nervoso, mas nunca deixei o medo me parar. Hoje, tenho orgulho de dizer que sou locutora e que meu esforço valeu a pena", afirma.

Cintia Conceição Ramos de Souza sempre almejou o setor de conferência, mesmo quando lhe disseram que não havia mulheres ocupando esse cargo na empresa. O preconceito foi um obstáculo, mas não uma barreira intransponível. “Em pouco tempo na vaga, engravidei, mas isso serviu para quebrar estereótipos. Trabalhei os 9 meses, quando minha filha nasceu e olhei para ela, pensei. Vencemos, fomos guerreiras, porque isso não é para qualquer mulher. Esse momento me marcou como profissional e pessoal. Lugar de mulher é onde ela quiser”, ressalta.

Já Bárbara Daniely Garcia Santos começou como empacotadora, depois passou a operadora de caixa e agora está no açougue. Sempre observava o trabalho na seção de carnes e se interessava pela técnica dos cortes. "Quase desisti, mas minha vontade de aprender foi maior. Nunca deixe ninguém dizer o que você tem que ser, nada na nossa vida é por acaso", diz. Hoje, além de dominar o ofício, sente orgulho de ter quebrado barreiras para outras mulheres. "Minha presença nesse cargo serviu para quebrar paradigmas e me fazer entender que mulher pode estar onde ela quiser”, afirma.

Assim que surgiu uma vaga no setor de informática do Mundial, Williane de Araújo Azevedo Porto enfrentou um rigoroso processo seletivo e garantiu sua posição. "Lugar de mulher não é só onde ela quiser, mas onde ela estiver capacitada para estar. Temos que estar preparadas para disputar espaço e crescer", ressalta. Williane enfrentou desafios, precisou equilibrar trabalho, estudo e a vida familiar para se capacitar. “Quando consegui a vaga, senti que todo o esforço valeu a pena. Hoje, me orgulho de estar em um setor tão desafiador e de mostrar que tecnologia também é para mulheres", explica.

Gelza Bárbara Gomes Santos também não tinha experiência com o corte de peixes quando surgiu uma vaga na peixaria. Além de não conhecer sobre os tipos de peixes, também tinha receio de lidar com facas e com toda a complexidade do trabalho na peixaria. "No começo, foi difícil, mas acabei me adaptando e conseguindo fazer um bom trabalho. Fui aprendendo com a ajuda de pessoas e acabei me apaixonando pela profissão”, compartilha. "Nós, mulheres, também temos que acreditar no nosso potencial e enxergar que a gente também pode fazer muita coisa que o homem faz e deixar o preconceito de lado”, diz.

Monique Andrade Sabino começou na construção civil e, após um período desempregada, encontrou no Mundial uma nova chance. Tornou-se auxiliar de eletricista, a primeira mulher a ocupar esse cargo na empresa. "Fui aprimorando e fazendo cursos. Estudei Salvatagem, bombeiro hidráulico e operador de empilhadeira. Decidir me especializar em um curso técnico em eletrotécnica e hoje sinto que abri portas para outras mulheres. A sociedade precisa entender que somos capazes", reforça. Sua persistência a levou a conquistar uma vaga na equipe de manutenção, tornando-se a primeira mulher no setor. "Sempre fui determinada. Que a sociedade venha mudar a visão e entenda que as mulheres podem exercer qualquer tipo de função. Acreditei no meu sonho e mostrei que mulheres também podem atuar onde antes só havia homens", diz.

Deixe seu comentário