
Por Antônio Sá
22 de julho de 20253 lições do varejo europeu
Confira o novo artigo exclusivo de Antônio Sá, palestrante especialista em varejo, para a SuperVarejo
Em cada imersão no varejo europeu, trazemos lições relevantes para a evolução do mercado brasileiro. Há algumas semanas, conduzi mais uma viagem com empresários e executivos brasileiros — tanto do varejo, representando algumas das principais redes do país, quanto da indústria. Foram vários dias visitando os mais diversos formatos de lojas na Holanda e na Inglaterra, com destaque para as conversas com os executivos da Tesco (Reino Unido) e da Albert Heijn (Holanda).
LEIA TAMBÉM
Números das marcas pelo mundo surpreendem!
O tsunami chamado marcas próprias
Todos os anos, além de fazer visitas às lojas, busco ter agendas estratégicas em encontros imersivos com executivos europeus — tomadores de decisão de alguns dos maiores varejistas globais. Além dos encontros deste ano com a Tesco e a Albert Heijn, já tive a oportunidade de mergulhar no negócio da Mercadona, Dia, Walmart, CVS e muitos outros. Cada uma dessas redes oferece um mar de ensinamentos. Cada hora de conversa representa uma verdadeira aula.
O velho continente é precursor do varejo profissional e abriga muitas das maiores e melhores redes de varejo do mundo. Com base no que há de melhor por lá, listo abaixo três temas em que considero que os europeus atingiram um nível muito alto — e com os quais podemos aprender e nos inspirar.
Gestão simplificada
Que o europeu vai direto ao ponto, sem rodeios, já sabemos. Eles costumam tomar decisões com mais agilidade e cumprem o que prometem. Quando decidem fazer, fazem acontecer. Possuem uma objetividade marcante — e essa característica está presente tanto nas relações comerciais quanto nas operações de loja.
Buscam simplificar decisões, com um olhar atento ao que faz sentido para o negócio e a processos que facilitem a execução do que precisa ser feito. Diferente do Brasil, as negociações estão mais focadas no consumidor, em vez de girar apenas em torno da captação de verbas da indústria.
Sortimento assertivo
O sortimento obedece a uma lógica alinhada à estratégia de cada rede: o que a rede quer ser para o cliente? Com base nessa resposta, definem os produtos que querem ter nas lojas.
Evita-se a oferta de muitas marcas com o mesmo posicionamento. A curadoria de produtos garante continuidade nas prateleiras, de modo que o cliente saiba que encontrará os itens que gosta. Isso gera um sortimento mais enxuto e eficiente — e, de quebra, garante negociações mais volumosas com a indústria, que pode oferecer melhores condições comerciais.
Experiência do cliente
Eles colocam, de fato, o cliente no centro das decisões. Privilegiam corredores amplos e desobstruídos, agilidade no caixa e uma disposição de produtos que facilita a visualização e o manuseio.
Já entenderam o valor do consumo no local e da conveniência de oferecer pratos prontos para facilitar a vida do cliente. As lojas funcionam como ponto de encontro — mas também para uma compra rápida. O autoatendimento está amplamente presente.
Em cada loja visitada, é possível extrair boas práticas. O mercado europeu reflete as ofertas para um cliente exigente, que valoriza conveniência, conforto e sustentabilidade.