Por Kátia Bello
15 de outubro de 2024Qual o tempo dos supermercados?
Nesse artigo, Kátia Bello explica como a métrica de tempo é importante para o negócio
No último artigo falamos sobre o tempo dos clientes enquanto estão no supermercado fazendo suas compras, e como um layout estrategicamente pensado valorizando este tempo, pode ser extremamente rentável!
Como tempo é uma questão premente para nós, hoje quero falar do tempo dos supermercados! Não só nos supermercados, mas nas empresas de maneira geral, nós associamos tempo às métricas operacionais. Se eu perguntar à um supermercadista quanto ele fatura por mês em determinada loja, certamente me responderá com exatidão, mesmo porque faturamento é um indicador de acompanhamento diário de performance, e sobre esta marcação de tempo, várias decisões são tomadas para atingir as metas.
Um mês, um trimestre, um semestre, um ano... todo o tempo que é medido pelo relógio é o tempo chronos. Por esta dimensão de tempo as metas operacionais são traçadas, a passagem dele gera desde o fluxo de caixa até o payback passando por vários indicadores e KPIs, que podemos criar a partir do tempo chronos. Todas essas métricas são muito uteis para a gestão do supermercado e a tomada de decisão.
Agora, será que existem outras abordagens de tempo a serem exploradas com o cliente que está circulando no chão de loja física, enquanto completa a sua lista de compras?
É sabido que ninguém gosta de perder tempo na fila esperando a sua vez, e idealmente se fosse possível, acabaríamos com todas as filas dos supermercados, mas como isto não é possível, é de grande auxílio sabermos que a dimensão psicológica e emocional do ser humano modifica sua percepção de tempo. Um exemplo didático seria um adolescente que está numa aula de uma matéria que não gosta, esperando que ela acabe para encontrar a namorada, pela qual está apaixonado. Ele tem uma percepção que os 10 minutos que faltam para a aula acabar passam muito devagar, enquanto os primeiros 10 minutos com a namorada passaram muito rápido. Nós mesmos sentimos isso, quando estamos numa conversa chata com alguém ou numa conversa interessante.
Este mesmo exemplo didático pode ser usado para pensarmos em supermercados “desinteressantes”, que sofrem mais com reclamações de tempos em filas e fricções, e por outro lado supermercados “interessantes”, onde a loja é mais que uma arquitetura bonita e foi estrategicamente pensada para envolver o cliente, podendo inclusive alterar sua percepção de tempo em filas, potencializando a agradabilidade do momento, e sua experiência de compra!
Pense nisto!! @katiabelloopus
Kátia, seus comentários expressam realmente sua experiência e o conhecimento. E transmitem sempre um grande ensinamento para setor, não só supermercadista, mas toda a cadeia do varejo. Parabéns, e que bom ter profissionais como você, compartilhando sabedoria, contribuindo para o crescimento do setor. Grande abraço...!