
Por Kátia Bello
19 de março de 2025Se tudo muda o tempo todo, por que a sua loja não muda também?
Confira o novo artigo exclusivo de Kátia Bello, arquiteta e CEO da OpusDesign, para a SuperVarejo
Como já dizia Lulu Santos: “Tudo muda o tempo todo no mundo, e não adianta fugir...” Talvez se a música estivesse sendo composta hoje, o autor também pudesse completá-la com alguns sentimentos que nos acompanham, enquanto tentamos imprimir velocidade total para fazer as mudanças e processar a quantidade infinita de informações do nosso dia-a-dia.
Gosto muito das interações humanas e todas as reflexões que elas me trazem. Recentemente, estava em uma conversa onde haviam duas pessoas com opiniões e mindsets bem diferentes, pensando sobre o futuro das lojas de uma rede de supermercados.
Uma delas muito pragmática, defendia veementemente a ideia que gostaria de repetir exatamente a mesma loja que vem sendo feita há 5 anos, afinal dizia ela: em time que está ganhando não se mexe. A outra pessoa tentava argumentar que nestes 5 anos, nos quais a mesma loja vem sendo implantada, ocorreram mudanças significativas no comportamento do consumidor, seus hábitos de consumo e também nos fatores macroeconômicos.
Esta conversa me motivou a escrever este texto para refletirmos juntos. Se tanta coisa mudou no mundo nos últimos 5 anos, por que pessoas com muita experiência em varejo ainda acreditam que estão investindo bem o seu dinheiro, construindo lojas exatamente iguais às que faziam tempos atrás, sem avançar o modelo?
Minha primeira percepção sobre esta pergunta é o pensamento de resultado focado em curto prazo, se este modelo está dando lucro, para que mexer? O foco no curto prazo, por um lado salva o mês, mas pode não estar construindo marca forte no presente e no futuro, o que implicaria “plantar algumas sementes” agora, pensando nos resultados adiante. Este pensamento também não abarca o dinheiro na mesa disponível para ser conquistado com novas atitudes e evoluções do modelo.
Uma outra constatação é que todos estamos muitos atarefados cumprindo nossas metas de performance, e tudo que sai do piloto automático requer mais atenção e energia. Afinal, nossos cérebros são mestres nisto, se não fossem os pilotos automáticos das nossas vidas, não sobreviveríamos. A grande pergunta é: o que deve estar no piloto automático, e o que deve sair dele?
E por último, gostaria de deixar uma reflexão final sobre qual é o maior desafio para inovar nos pontos de vendas físicos hoje. Será que são aspectos físicos da operação? Ou são os nossos mindsets que julgam e definem com base no passado que vivemos, e que nos trouxeram algumas certezas que, nem sempre podem estar tão certas assim?
Me conta!! @katiabelloopus