Por Redação
29 de abril de 2024Alimentos e bebidas registraram alta de 0,59% nos preços de março
Os artigos de limpeza apresentaram deflação de 0,11% no mês
O Índice de Preços dos Supermercados (IPS), calculado pela Associação Paulista de Supermercados (APAS) em parceria com a FIPE, acelerou a inflação em março, passando de 0,41%, em fevereiro, para 0,57% no último mês. O resultado foi impulsionado pela alta de 0,59% no grupo alimentos e bebidas e 1,03% no grupo de artigos de higiene e beleza; os artigos de limpeza apresentaram deflação de 0,11% no mês.
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A inflação no grupo de alimentos e bebidas foi disseminada em todas as categorias. O principal destaque foi do grupo de bens industrializados que apresentou inflação de 0,20% em março ante uma deflação de 0,45% em fevereiro; na comparação anual, em março de 2023 também os bens industrializados apresentaram deflação de 0,33%.
No acumulado do ano, o IPS apresenta alta de 1,73%, influenciado pelos preços dos produtos in natura (9,66%) e semielaborados (3,85%). Por outro lado, a deflação de 2,04% dos artigos de limpeza impediu alta mais forte no indicador.
Proteínas animais
Entre janeiro e março, o preço do frango ao consumidor final inflacionou 4,73%, maior alta dentre as proteínas animais. Em sentido oposto ao preço do frango, as carnes bovinas deflacionaram -2,1% em março, de modo que acumulam retração de -2,06% no ano e -11,59% em doze meses.
Dentre os diferentes cortes bovinos, apenas os cortes menos nobres apresentam alta nos primeiros meses do ano, como o acém (1,12%), braço (0,92%) e músculo (0,91%). Já os cortes que acumula as maiores retrações nos primeiros meses de 2024 são fígado (-17,62%), fraldinha (-7,04%) e filé mignon (-6,18%).
O preço do leite ao consumidor final registrou alta de 3,43% em março, totalizando inflação de 9,49% no primeiro trimestre do ano. O aumento do leite que ocorre desde os últimos meses de 2023 é fruto da menor produção interna e do acirramento do conflito entre cooperativas de produtores e laticínios. No acumulado do ano, merecem destaque os derivados de leite, que, apesar da alta do leite ao consumidor final, acumula redução de -0,68%.
Produtos In natura
Ao longo dos últimos anos, observamos o aumento contínuo da temperatura média do planeta e, especificamente em 2023, os fenômenos climáticos, principalmente o El Ninõ, afetaram a produção de diferentes culturas agrícolas, impactando a oferta do produtor rural e o preço ao consumidor final.
No mês de março, a alta foi de 1,41%, uma desaceleração na comparação tanto com o mês de fevereiro (5,09%) quanto com o mesmo período do ano anterior (3,60%).
No período, todos os grupos apresentaram crescimento nos preços com exceção dos tubérculos que tiveram deflação de 2,05%. Embora os ovos tenham peso pequeno no indicador, eles apresentaram inflação de 6,85% na comparação mensal. Nos legumes, o preço do tomate sofreu aumento de 6,19%, enquanto o quiabo (-17,19%) e a berinjela (-19,21%) apresentaram forte queda em março.
Em relação às frutas, maior peso no indicador total, o destaque foi para a inflação de 16,06% no preço do limão. Por outro lado, o maracujá continua em queda (-21,46% em março) e a pera e a maçã deflacionaram -6,11% e -1,38%, respectivamente, em março.
Os artigos de limpeza novamente apresentaram deflação mensal (-0,11%), a oitava em sequência; na comparação com março de 2023, o resultado surpreendeu, pois no ano passado houve inflação de 0,03%. O destaque dentro do grupo é a deflação do sabão em pó de 0,87% mensal.
Já os artigos de higiene e beleza apresentaram crescimento nos preços (1,03%), revertendo a sequência de quatro meses com deflação. O resultado de março de 2024 mostra uma aceleração na inflação quando comparado ao mesmo mês de 2023. Chama a atenção o crescimento de 5,07% nos preços das fraldas descartáveis e 1,48% no creme dental.