Por Redação
9 de dezembro de 2025Como sons e aromas transformam a experiência de compra no varejo supermercadista
Marketing sensorial ajuda a criar ambientes mais agradáveis, aumenta permanência e pode impactar diretamente o faturamento
A experiência de compra no supermercado vai muito além do sortimento e do preço. Cada vez mais, o ambiente físico se torna um diferencial competitivo diante do avanço do e-commerce, e o marketing sensorial surge como ferramenta estratégica para ampliar a satisfação e o engajamento do consumidor. Segundo Eduardo Bomfim Machado, professor de Gestão do UniArnaldo Centro Universitário, de Belo Horizonte, a chave está em acessar múltiplos sentidos. “Imaginem seus cinco sentidos sendo estimulados ao mesmo tempo com cores, aromas, sabores, maciez e uma sonorização adequada”, provoca. Temperatura, umidade e equilíbrio também influenciam a forma como percebemos o ambiente. Criar uma atmosfera harmônica, portanto, é condição essencial para atrair, reter e encantar clientes — algo que o digital não consegue reproduzir com a mesma intensidade.
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Entre os elementos sensoriais mais estudados estão aromas e trilha sonora, que influenciam diretamente o comportamento do shopper. O marketing olfativo utiliza fragrâncias capazes de acionar memórias afetivas e sensações positivas. Quando o varejo associa um aroma específico à marca ou à categoria, potencializa o desejo de compra e prolonga o tempo de permanência. Já no campo sonoro, a experiência é igualmente poderosa. A pressão do som (SPL) e o ritmo das músicas podem induzir o consumidor a caminhar mais rápido ou mais devagar, criando um fluxo mais confortável de circulação. E quando a trilha carrega emoção, o efeito é ainda mais profundo: “Somos sequestrados emocionalmente. No Dia das Mães, na melhor hora do dia, seria impossível não comprar um ótimo presente ao som de Roberto Carlos”, brinca o professor.
Mensurar resultados, ao contrário do que muitos imaginam, é totalmente possível. “Marketing sobrevive por métricas”, afirma Machado. Comparar períodos com e sem ativação sensorial permite mapear impactos no tempo médio de permanência, no volume de compras ou no engajamento do shopper. Além disso, analisar efeitos residuais como mudanças de comportamento ao longo do mês ajuda o varejista a identificar quais estímulos funcionam melhor em cada ocasião.
O cuidado, porém, está no equilíbrio: o orçamento das ações precisa ser proporcional aos resultados esperados, garantindo relação saudável entre investimento e retorno. Ao conectar estímulos físicos com emoção, ele fortalece a jornada do cliente e gera valor para o negócio, um diferencial competitivo que vai muito além da gôndola.
