
Por Redação
27 de março de 2025Cibersegurança no varejo alimentar: como proteger dados e garantir a segurança do consumidor
Especialistas apontam principais riscos e estratégias eficazes para garantir a segurança digital, proteger dados e manter a confiança dos consumidores
O varejo alimentar, um dos setores mais essenciais da economia, enfrenta um desafio crescente: a proteção de dados dos consumidores em um cenário de ataques cibernéticos cada vez mais sofisticados. Com o aumento do e-commerce e a popularização de métodos de pagamento digital, como o PIX, as empresas do setor se tornaram alvos frequentes de criminosos digitais. Ransomware, phishing, vazamentos de dados e fraudes em pagamentos são apenas algumas das ameaças que colocam em risco não apenas a segurança das informações, mas também a reputação e a sobrevivência dos negócios.
Neste contexto, a cibersegurança deixou de ser um diferencial para se tornar uma necessidade urgente e o setor de varejo alimentar está na mira de criminosos digitais, que exploram vulnerabilidades para roubar dados e causar prejuízos financeiros e reputacionais. Segundo Edson Germano, professor da FIA Business School, os ataques de ransomware estão entre as principais ameaças. "Criminosos sequestram sistemas e exigem resgate para liberar os dados, mas pagar não garante a recuperação total da infraestrutura", alerta.
Germano destaca outro risco grave, que é o vazamento de dados das redes de supermercados e empresas do setor que armazenam informações sensíveis dos clientes, como dados pessoais e financeiros, que podem ser expostos em caso de ataques. "Um vazamento pode expor milhares de consumidores e sujeitar a empresa a penalidades legais, como multas da LGPD. Ataques a sistemas de pontos de venda também são comuns para roubar dados de cartões de crédito", explica Germano.
Medidas robustas, treinamento e educação
Lucas Galvão, CEO da Open Cybersecurity, reforça que o varejo alimentar se tornou um setor estratégico para os criminosos cibernéticos. "Ransomware e phishing são rotina, e muitos ataques começam por fornecedores que não investem o suficiente em segurança", afirma. Para mitigar os riscos, os especialistas destacam a importância de adotar medidas robustas de cibersegurança. "Garantir que sistemas críticos e usuários com alto nível de permissão tenham autenticação multifator é essencial", diz Germano.
De acordo com o professor da FIA Business School, a criptografia de dados também é fundamental para proteger informações sensíveis. “Outra medida crucial é o treinamento contínuo dos funcionários já que golpes de engenharia social e phishing dependem da desatenção humana. Treinamentos frequentes ajudam a evitar que colaboradores caiam nesses golpes", explica Germano.
Para Lucas Galvão, a educação e a conscientização de funcionários e consumidores são fundamentais para prevenir violações de segurança. "A melhor tecnologia do mundo não resolve nada se as pessoas continuarem caindo nos mesmos golpes", afirma. O executivo ainda reforça que a atualização regular dos sistemas e a realização de testes de invasão e auditorias periódicas são práticas que ajudam a identificar e corrigir vulnerabilidades.
Alerta para empresas do varejo alimentar
O CEO da Open Cybersecurity também faz um alerta para as empresas do varejo alimentar sobre a importância de estratégias de cibersegurança no cenário atual. “A cibersegurança deve ser tratada como um investimento, não como um custo. Monitorar sistemas em tempo real e ter um plano de resposta bem ensaiado faz toda a diferença. A pergunta não é 'se' um ataque vai acontecer, mas 'quando'", previne.
Segundo Germano, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) trouxe novas exigências para as empresas, incluindo as do varejo alimentar, exigindo que elas protejam os dados dos consumidores e respondam a incidentes de segurança. “Para estar em conformidade, as empresas precisam mapear o fluxo de dados, implementar políticas de privacidade claras e nomear um encarregado de proteção de dados (DPO). A criação de um plano de resposta a incidentes também é essencial porque garante uma ação rápida em caso de vazamentos ou outros incidentes", ensina o professor da FIA Business School.
Edson Germano acredita que o futuro da cibersegurança no varejo alimentar passa por inovações tecnológicas promissoras e uma delas é a inteligência artificial (IA), que vem se destacando na detecção de fraudes, identificando padrões suspeitos em tempo real. "A IA pode bloquear transações suspeitas antes que causem danos", explica.
Para Galvão, outra tendência é o uso do blockchain para aumentar a segurança em transações e cadeias de suprimentos. "O blockchain garante a integridade dos dados e reduz riscos de fraudes. A autenticação com biometria e tokens também está ganhando espaço, eliminando métodos tradicionais e vulneráveis. Acredito que a segurança cibernética deixou de ser um diferencial para se tornar um compromisso inegociável", conclui o CEO da Open Cybersecurity.