
Por Redação
11 de março de 2025Dicas para gerenciar categorias sensíveis às altas temperaturas
Produtos de FLV (frutas, legumes e verduras) e refrigerados precisam de atenção especial quando o calor aumenta
Nos últimos anos, o verão brasileiro vem batendo recordes de temperaturas. Desde o início do ano até o período do Carnaval, o Brasil já passou por três ondas de calor. Segundo a OMM (Organização Meteorológica Mundial), esse fenômeno acontece quando, por pelo menos 5 dias consecutivos, as temperaturas máximas diárias ultrapassam em 5°C ou mais a média mensal para o período. Nestas condições climáticas, gerenciar categorias sensíveis às altas temperaturas, como FLV e refrigerados, pode ser um grande desafio para os varejistas.
A primeira dica é ter um ótimo controle de estoque. “A compra precisa ser muito assertiva. A relação entre estoque e pedido tem que ser muito afinada, pois um pouquinho de excesso, vira quebra”, conta Júlio Aoki, vice-presidente do Conselho da IFPA (International Fresh Produce Association) no Brasil e fundador da rede Da Santa.
Os dados são essenciais para conseguir seguir esse conselho. Para saber qual a demanda, o ideal é fazer uma pesquisa das últimas duas ou três semanas e verificar como está a venda de cada produto, fazendo um pedido mais ou menos no mesmo padrão do consumo registrado anteriormente. “Com base nesse histórico, a gente consegue fazer um pedido mais assertivo. Os dados são nosso grande aliado”, conta Aoki. Uma dica do executivo para produtos mais sazonais, como o caqui, por exemplo, que está começando a chegar às lojas, é olhar o histórico de anos anteriores.
Uma particularidade encontrada no setor de FLV é que o bom gerenciamento do estoque não necessariamente significa vender antes o que entrou primeiro no estoque. “Na mercearia, é possível seguir a ferro e fogo essa regra do primeiro que entra é o primeiro que sai, mas em hortifrúti isso não é necessariamente assim porque é um produto que ainda está vivo. Muitas vezes acontece de o último que entra estar mais maduro do que o primeiro que chegou. É preciso ter esse cuidado de separação dentro da loja, na operação”, complementa.
Nesse caso, não tem equipamento que faça essa diferenciação do que está mais pronto para o consumo. É o funcionário treinado que fará essa separação manualmente, colocando na gôndola primeiro o que está mais perto de ser perdido. Se houver algum erro na previsão do estoque, especialmente para frutas em dias quentes, uma boa promoção pode acelerar as vendas. “Com fruta, a gente consegue fazer ofertas que têm respostas muito rápidas. Se você está vendendo o quilo por R$ 5 e vê que o estoque está muito alto, pode colocar para vender a R$ 3,99 e a venda vai aumentar muito e rápido. A fruta estando boa, o cliente sempre compra mais porque ele consegue consumir mais. É diferente dos vegetais. A pessoa que compra um quilo de abobrinha, não vai comprar dois quilos porque está metade do preço. O maior vendedor de fruta é o sol”, fala. Outra opção do varejista é oferecer produtos minimamente processados, como um suco da fruta ou a fruta picada e gelada. “Vai agregar mais valor e ajudar a desovar o estoque”, diz Aoki.
Com os produtos refrigerados, além do bom controle do estoque, o que vai garantir que não haja perda, é manter uma boa cadeia de frio durante todo o processo. “Se você tem uma câmara fria boa, um balcão de exposição bem refrigerado e regulado, você consegue trabalhar muito bem”, afirma. “A manutenção dos equipamentos, sim, demanda um pouco mais”, alerta.