
Por Redação
7 de março de 2025Mudanças climáticas redefinem estratégias no varejo alimentar
Eventos extremos exigem esforços maiores por parte dos supermercados, que precisam ampliar o uso da tecnologia e aumentar o compromisso com as questões sustentáveis
Nos últimos anos, o planeta tem passado por mudanças climáticas intensas, eventos que têm afetado, entre diversos fatores, a produção de alimentos (agricultura) e consequentemente, a chegada de diversos produtos nas prateleiras dos supermercados (varejo alimentar). Com o planeta “em ebulição” e estações do ano cada vez mais desconexas, diversos têm sido os desafios para manter o abastecimento das nações, condições que tem influenciado o comportamento dos consumidores pelo mundo, alterando padrões de compras e exigindo maior eficiência na gestão de estoques por parte das empresas.
Como exemplo dessa “montanha russa climática”, ondas de calor registradas em 2023 e 2024 impactaram, naquele período, as vendas de produtos diretamente ligados ao conforto térmico. Segundo dados da Scanntech, houve um aumento de 17,5% na venda de sorvete no primeiro semestre de 2024 em relação ao mesmo período do ano anterior. “Esse crescimento acompanha a frequência de ondas de calor ocorridas nos meses de março, maio e junho”, diz Felipe Passarelli, head de Inteligência Estratégica da Scanntech.
Além do calor, eventos climáticos extremos também interferem na oferta de produtos essenciais. As enchentes no Rio Grande do Sul em 2023 afetaram a produção de arroz, prejudicando o abastecimento do mercado e elevando os preços. O estado responde por 70% da produção nacional do cereal, e as perdas na safra impactaram o custo do produto nas prateleiras de todo o país.
Em busca de soluções
Diante desses desafios, empresas do setor (incluindo supermercados) têm investido em estratégias para mitigar os impactos. A análise preditiva e a visibilidade em tempo real da cadeia de suprimentos são apontadas como soluções para ajustar a oferta de acordo com a demanda e evitar ruptura de estoques.
Para Gustavo Defendi, sócio-diretor da Real Cestas, eventos como secas e inundações elevam os custos dos alimentos, impactando a composição de cestas básicas. Para contornar esse cenário, a empresa ampliou o mix de produtos, oferecendo opções mais acessíveis, como a redução do tamanho de embalagens e a substituição de pacotes de arroz maiores por opções menores. “A medida busca equilibrar a oferta e garantir que os consumidores mantenham acesso a produtos essenciais sem comprometer o valor nutricional das cestas”, diz.
Em linhas gerais, e ao contrário a vontade de todos, as mudanças climáticas continuarão influenciando o varejo, exigindo adaptações e monitoramentos constante para garantir a estabilidade dos negócios e a satisfação do consumidor. Entre as companhias do setor, o Grupo Carrefour Brasil tem buscado consolidar em sua jornada rumo à sustentabilidade. Nessa trajetória, a companhia recebeu a Nota A no CDP (Carbon Disclosure Project), ranking global em transparência ambiental, refletindo o compromisso da companhia na busca pela economia de baixo carbono.