Por Vitor Garcia
28 de fevereiro de 2023IDV projeta crescimento real nas vendas do varejo para os próximos meses
Dados apresentados pelo IAV-IDV mostram comparação dos últimos meses
Os últimos dados apresentados pelo IAV-IDV (Índice Antecedente de Vendas do Instituto para Desenvolvimento do Varejo) para janeiro mostram um crescimento nominal de 6,1% nas vendas em comparação ao mesmo mês do ano anterior. Apesar de positivo, esse valor é inferior ao observado em janeiro de 2021 e 2022. Em termos reais, quando descontado o IPCA, janeiro deste ano apresentou crescimento de 0,3%.
O último período em que o indicador apresentou um crescimento real foi em abril de 2022, tendo essa série de retrações sido, desde então, um reflexo do período de alta inflação e desafios macroeconômicos ocorridos ao longo do segundo semestre do ano passado.
O resultado nominal de 6,1% realizado em janeiro foi 2,1 pontos percentuais acima do que havia sido previsto em dezembro. Já as projeções de crescimento dos próximos meses, feitas em janeiro, também foram revisadas para cima. A expectativa nominal para fevereiro saiu de 4,8% para 6,8%, e a de março foi de 5,1% para 8,0%, tendo abril apresentado sua primeira projeção de 7,2%, sempre em comparação com os mesmos períodos do ano anterior.
IAV Setorial
Para o setor de supermercados, hiper, alimentação, bebidas e fumo, o resultado nominal realizado em janeiro foi de 5,8% em relação ao mesmo mês do ano passado, valor acima do previsto em dezembro, quando estimava uma retração de 1,5%. As previsões feitas para os próximos meses também foram revisadas de 1,0% para 6,6% para fevereiro, e de -0,8% para 6,5% para março. A primeira projeção para abril foi de um crescimento de 6,7%, refletindo a expectativa das vendas impulsionadas pelo período da Páscoa.
O setor de material de construção apresentou, em janeiro, crescimento nominal de 1,5%, consideravelmente abaixo do valor previsto em dezembro, que foi de 7,3%. As projeções feitas para fevereiro foram ajustadas de 7,0% para 5,6% e, para março houve um pequeno ajuste de 7,9% para 7,7%. Já abril apresentou uma projeção de 7,6%, sempre em comparação com os mesmos meses do ano anterior.
Já o setor de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria cresceu nominalmente 13,1% em janeiro, em comparação ao mesmo mês do ano anterior, em linha com o resultado realizado em janeiro dos últimos três anos, porém 1,9 ponto percentual abaixo do que vinha sendo previsto em dezembro. As projeções para os meses seguintes sofreram pequenos ajustes, passando de 18,5% para 16,8% em fevereiro, e de 17,3% para 15,3% em março, tendo abril apresentado a estimativa de 14,2%.
O setor de móveis e eletrodomésticos realizou um crescimento nominal de 7,2% em janeiro, em relação ao mesmo mês do ano anterior, para os próximos meses há uma expectativa de crescimento de 6,4% em fevereiro, 11,4% em março e 15,1% em abril.
Em relação aos resultados do setor de tecidos, vestuário e calçados, houve um crescimento nominal de 23,2% em janeiro em relação a janeiro de 2022, valor bastante acima da previsão, que era de 12,8%. Esse resultado pode ter sido impulsionado pela retomada do consumo em relação ao período pré-pandemia e pela retomada do carnaval após dois anos de proibições de aglomerações por conta da covid-19. As projeções para fevereiro foram alteradas de 16,7% para 18,6%, e de 27,2% para 28,4% em março, sendo seguida de uma perspectiva de 17,2% para abril.
O setor de outros artigos de uso pessoal e doméstico apresentou, em janeiro, um crescimento nominal de 15% em relação ao mesmo mês do ano anterior, sendo este valor 0,2 ponto percentual abaixo do previsto em dezembro. Em relação às previsões para os próximos, pequenos ajustes foram feitos para fevereiro, saindo de 12,0% para 11,9%, e março, no qual o ajuste também seguiu na linha de redução de 0,1 ponto percentual indo de 13,2% para 13,1%. Para abril, a expectativa é de um crescimento de 11,4%.