Campanha CarrinhoLivre exige clareza da reforma tributária sobre o varejo

A reforma tributária caminha para unificar os impostos dos brasileiros em uma arrecadação única, o IVA (Imposto sobre Valor Agregado). Com base nos avanços da proposta dentro do poder legislativo brasileiro, as empresas do setor varejista se uniram para disseminar a informação a todos os envolvidos nesta cadeia, desde o produtor até o consumidor final. A campanha #CarrinhoLivre reúne diferentes associações do setor de alimentos e bebidas com o objetivo de fomentar o debate sobre possíveis taxações extras em produtos do dia a dia.

Para Victor Bicca, presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e de Bebidas não Alcoólicas (ABIR) e porta-voz da campanha CarrinhoLivre, diálogo e acesso a informações são o melhor caminho. “O movimento traz conteúdos que abordam e explicam a reforma tributária sob diversos aspectos como impactos no bolso dos brasileiros, nos empregos do setor de alimentos e bebidas, na alimentação e na identidade cultural”, diz.

De acordo com Bicca, as redes supermercadistas são essenciais para esse movimento por representarem o ponto de contato final com os consumidores brasileiros e devem refletir os resultados da reforma tributária em relação aos preços. “As redes podem amplificar o debate, compartilhar os conteúdos com a população em seus canais sociais e pontos de venda, convidar seus clientes a buscar informações e a manifestar seus anseios por meio da petição pública disponível no site do movimento”, explica o porta-voz da campanha #CarrinhoLivre.

Gestão de transição e prioridade

Segundo Cristina Helena Pinto de Mello, professora de economia da ESPM, a reforma tributária traz diferentes benefícios para a economia brasileira, começando pela cobrança de impostos simplificada, com menos alíquotas e tratamentos diferenciados. “Os impostos são mais fáceis de entender, de gerenciar e fiscalizar. Torna mais simples o controle e a gestão da arrecadação tributária. Outro benefício é a equidade de impostos entre os estados, tornando inúteis os benefícios fiscais para atrair indústrias”, aponta. 

A professora acredita que o maior desafio para os supermercadistas é fazer a gestão da transição tributária para o novo regime. “Ainda não temos plena clareza de todos os desdobramentos e impactos sobre os preços finais dos produtos. Isso vai acontecer à medida em que começamos a implementar a reforma e gerenciar essa implementação. Para os supermercados, o maior desafio talvez seja conviver com o regime atual e o da reforma durante o mesmo período”, avalia Cristina Helena.

Para o presidente da ABIR, o consumidor brasileiro é a prioridade máxima da campanha #CarrinhoLivre e, por isso, as associações da indústria se uniram. “Os cidadãos podem e devem se informar e fazer parte do debate público acerca da reforma tributária. Usar sua voz, acionar seus representantes, reivindicar uma reforma tributária que realmente simplifique os impostos e promova o crescimento do Brasil”, completa.