Por Redação
27 de dezembro de 2024“As pessoas são o capital mais importante de uma empresa”, diz novo presidente do Grupo Imec
Fabiano Pivotto usará as experiências que acumulou ao longo da carreira para ajudar na consolidação e no crescimento da companhia
Fabiano Pivotto assumiu a presidência do Grupo Imec, rede gaúcha de supermercados com mais de 60 anos de história, em outubro deste ano. “Recebi a notícia com muito entusiasmo, por ser uma empresa que tem valores e princípios que combinam com os meus”, disse. À frente da companhia que detém as marcas Imec Supermercados, Desco Atacado, Italianinho Alimentos e Líder do Sul, Pivotto pretende usar as experiências que acumulou ao longo de 30 anos no atacado e no varejo para ajudar na consolidação e no crescimento do grupo, valorizando o que entende ser o mais importante para o negócio: as pessoas.
Confira a entrevista completa:
SuperVarejo - Como você recebeu a notícia de que seria o novo presidente do Grupo Imec? Como sua experiência anterior o preparou para esse momento?
Fabiano Pivotto - Recebi a notícia com muito entusiasmo, por ser uma empresa que tem valores e princípios que combinam com os meus. Carrego comigo 30 anos de experiência de varejo e atacado, com atuação em praticamente todo o país em empresas multinacionais e de extrema relevância para o desenvolvimento do setor ao longo destas décadas. Isso me moldou para esse desafio e agora posso utilizar as experiências acumuladas para continuar a consolidação e o crescimento do Grupo Imec.
SV - Como é assumir a direção de um grupo com mais de 60 anos de história? Como pretende equilibrar inovação e tradição?
FP - Assumir um grupo com essa trajetória torna esse desafio ainda mais empolgante, pois passo a fazer parte de uma empresa de sucesso e longevidade. O mercado exige atualização frequente de qualquer empresa e, neste momento, estamos passando por alterações importantes no varejo alimentar, com o aumento de ponto de vendas e diversificação de formatos disponíveis aos clientes, enquanto os consumidores estão cada vez mais exigentes e menos fiéis a quem não consiga se atualizar para atendê-los com qualidade. Nossa empresa traz no seu DNA a importância da relação e conexão com os clientes, isso precisa ser mantido e a inovação frequente somada a essa tradição é o que nos diferencia para continuarmos tendo a preferência dos fregueses.
SV - Quais são suas prioridades à frente do Grupo Imec no seu primeiro ano de gestão?
FP - Manter cada vez mais cooperativas as relações com as indústrias e os parceiros que temos para o desenvolvimento mútuo, consolidar nossa proposta de valor de atacado e supermercado e avançar cada vez mais nossas indústrias, cuidar de nossas pessoas, já que são elas que realizam e garantem nosso atendimento aos clientes. É isso que produz o resultado sólido.
SV – Como está o processo de conversão de bandeiras no grupo?
FP - Neste momento, não há previsão de conversões entre os formatos, pois cada ponto de venda nosso está encaixado com a proposta de valor adequada ao cliente. O varejo alimentar exige sempre atenção às necessidades dos clientes e rápida adaptação, portanto estaremos sempre observando os movimentos necessários no futuro, se houverem.
SV - Como os colaboradores das 31 lojas, indústria, engenho e CD receberam a nova liderança? Como pretende engajá-los?
FP - Fui muito acolhido por todos os colaboradores da empresa. Temos uma equipe de direção, gestão e execução extremamente capaz e comprometida, o que me ajuda muito a obter sucesso diante dos desafios. Para mim, as pessoas são o capital mais importante de uma empresa. Não conheci nenhum líder que tenha obtido sucesso sozinho, senão através de equipes de alta performance que estavam com ele e o ajudaram. Reconhecer isso é parte importante para garantir uma relação diária de engajamento.
SV - O Grupo Imec fica no Rio Grande do Sul, que foi duramente atingido pelas questões climáticas neste ano. Como a empresa está se preparando para enfrentar essa questão? Como o grupo trabalha a sustentabilidade?
O evento da catástrofe nos afetou duramente, mas também nos fortaleceu muito. Estamos atentos a evitar regiões de maior risco durante nossa expansão e, também, realizando ações de mitigação de risco nas lojas que já foram afetadas. Em nossa empresa, a sustentabilidade tem um espaço importante em nossa agenda, com ações internas e externas que buscam cumprir nosso papel com as comunidades e o meio ambiente.
SV - Quais outros desafios do varejo alimentar local você destaca?
O Rio Grande do Sul está passando por um momento importante com o aumento exponencial da quantidade de concorrentes, isso desafia, mas também amadurece todas as empresas, e quem ganha é o cliente. Percebo que o varejo alimentar brasileiro ainda passa por um momento de reacomodação de formatos com a saída de grande parte da quantidade de hipermercados, aumento de atacarejos e lojas de vizinhança e, até que esse ciclo se conclua, temos que manter a atenção ao cliente com convicção, foco e disciplina na proposta de valor de cada formato.
SV - Com o avanço da digitalização, a rede tem intenção de investir em e-commerce ou delivery?
Já estamos investindo e ampliando nossa geografia de atendimento on-line para que o cliente escolha se quer receber a qualidade dos nossos produtos em sua casa ou se quer buscá-los fisicamente em nossas lojas.
SV - A rede pretende abrir novas lojas ou expandir para outras cidades nos próximos anos? Quais as metas para o próximo ano?
Pretendemos continuar nossa expansão, tanto em regiões onde já estamos como em outras que possam ser oportunidade para nossos negócios. Estamos mantendo nossos planos de crescimento, mas avaliando o próximo ano com a atenção necessária neste momento econômico de elevação do dólar e das taxas de juros para crescermos sempre de forma estratégica e sustentável.
importante de uma empresa”: retórica ou prática? Essa frase, repetida há décadas, soa como uma verdade incontestável, mas a realidade corporativa frequentemente contradiz sua essência. Em tempos de crise, é comum vermos funcionários mais antigos, experientes e reconhecidos, mas com salários mais altos, sendo os primeiros a serem dispensados. A justificativa? Redução de custos. Assim, o discurso sobre valorização do “capital humano” se dissolve diante das pressões econômicas e das prioridades financeiras das empresas. É uma narrativa bonita, mas, na prática, serve mais para alinhar o discurso às expectativas de líderes e acionistas do que para refletir um compromisso genuíno com as pessoas. Talvez seja hora de substituirmos as palavras pela coerência, afinal, de que adianta uma frase impactante sem ações que a sustentem?